vista aérea da floresta de mogno do viveiro origem, mostrando a distância entre as árvores, para ilustrar o blogpost sobre o espaçamento ideal para mudas de mogno africano.

A definição do espaçamento entre as mudas, na hora de plantar madeiras nobres, está diretamente ligada ao resultado do seu investimento. Por isso, neste artigo, vamos explicar quais são os fatores a se considerar na hora de tomar essa decisão e qual o espaçamento recomendado pela nossa equipe aqui, no Viveiro Origem.

É importante ressaltar que a escolha do espaçamento de plantios ainda é uma questão bastante discutida entre produtores e estudiosos do mogno africano. Não existe uma distância ideal para todos os casos. A densidade da sua floresta vai depender de outras questões que você precisa responder sobre o seu investimento no mogno:

  • Qual o objetivo do seu empreendimento?
  • Qual espécie de mogno será utilizada?

>> Entenda a polêmica em torno da classificação das espécies de mogno africano no Brasil!

  • Qual o manejo adotado?
  • Quais as condições do solo, relevo e do clima da fazenda onde a floresta será plantada?

Todos esses fatores são importantes para a definição do espaçamento e a distância entre as árvores de mogno interfere em resultados como o diâmetro do tronco dos indivíduos e o tempo de fechamento de copa.

O diâmetro dos troncos é um parâmetro importante a se considerar se você quer investir no mogno africano com o objetivo de vender produtos madeireiros finais de alta qualidade. Quanto mais antigas as árvores e maior o espaçamento entre elas, maior a largura e, consequentemente, a quantidade de madeira de qualidade obtida por árvore no momento do corte final. 

No entanto, vale lembrar que esse resultado também implica em uma demora maior para obter retorno do investimento inicial. Árvores largas exigem mais tempo de crescimento antes do corte para a venda. Se você quer um retorno mais rápido, pode ser interessante fazer cortes de desbastes.

Os desbastes são cortes feitos em árvores de mogno jovem para favorecer os indivíduos que se desenvolveram melhor até o momento, deixando mais espaço para eles e diminuindo a competição pelos nutrientes do solo, iluminação e água. Mesmo sabendo que o mogno ainda é uma cultura nova no Brasil do ponto de vista comercial, já existem  demandas de mercado para o mogno jovem.

Essa pode ser uma forma de obter algum retorno antes do corte final das árvores. Obviamente, o valor da madeira, nestes casos, é  inferior ao atingido pela madeira do corte final. Descubra quais as perspectivas de mercado do mogno neste outro artigo! 

Já o fechamento de copa é o que acontece quando as partes aéreas do mogno (compostas pelos galhos e folhas) são densas e largas o suficiente para sombrear a maior parte do solo da floresta. Esse processo é mais rápido quando o espaçamento entre as mudas é menor.

O sombreamento provocado pelo fechamento de copa do mogno prejudica a fotossíntese de outras plantas mais baixas. Logo, quanto mais cedo ocorrer esse fechamento, menores serão os gastos para evitar a matocompetição, ou seja, para evitar que outras plantas entrem na competição pelos nutrientes do solo necessários para o desenvolvimento do mogno.

Em espaçamentos maiores, o controle da matocompetição se estende por um período maior e deve ser tratada com bastante seriedade pelos plantadores de mogno, já que as raízes do mogno são rasas e a grande incidência de mato no plantio pode prejudicar o desenvolvimento e nutrição da floresta.

Assim, na prática, existem três possibilidades de espaçamentos de plantios de mogno:

  1. Espaçamento menor, ou seja, mais adensado, normalmente de 2 x 3 metros a 4 x 4 metros: garante um fechamento de copa mais rápido e é para quem deseja fazer cortes seletivos de desbaste quando as plantas entrarem em competição, o que costuma acontecer de 4 a 12 anos de idade (número de desbastes dependerá da evolução da floresta), e um corte final na idade adulta das árvores. O destino da madeira mais fina dos primeiros desbastes pode ser um complicador, além dos elevados custos de manejo e desbastes presentes em uma floresta mais adensada;
  2. Espaçamento intermediário, normalmente de 3 x 6 metros a 6 x 6 metros: terá um fechamento de copa não tão precoce como nos plantios mais adensados e demandará um ou dois cortes seletivos de desbaste antes do corte final, quando as plantas entrarem em competição, o que costuma acontecer entre 5 e 10 anos de idade (número de desbastes dependerá da evolução da floresta). O destino da madeira de desbaste dependerá da qualidade da madeira extraída, mas já poderá apresentar boas características para absorção pelo mercado como “mogno jovem”; 
  3. Espaçamento maior desde a primeira implantação, normalmente acima de 8 X 8, podendo chegar a 10 x 10 ou 12 x 12: indicado para obtenção de maior aproveitamento industrial da madeira no final do ciclo. Neste caso, os desbastes seriam raros e deve-se tomar cuidado com exposição da floresta a ventos fortes, já que com maior espaçamento as árvores estariam mais vulneráveis, Barreiras de proteção com árvores (eucalipto, por exemplo), podem ser uma opção.

Aqui, no Viveiro Origem, recomendamos o espaçamento mínimo de 3 x 6 (para futuro 6 x 6 e 12 x 12) ou 5 x 5 metros (para futuro 10 x 10) em cultivos de Khaya grandifoliola.

Estes espaçamentos são ideais para se obter um melhor aproveitamento do produto madeireiro, em termos de qualidade e quantidade de madeira por hectare, com possibilidade de retorno de parte do investimento no curso do plantio, além de menos custos com desbastes e com mais possibilidade de destinação nobre da madeira de desbaste. O resultado seria uma floresta com densidade inicial de 400 a 555 plantas por hectare (10 mil m²).

>> Acesse nossa calculadora on-line e veja qual seria o provável rendimento da sua floresta de mogno nessas condições!

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