Por ser um investimento com potencial de alto rendimento e uma espécie de fácil adaptação em grande parte do solo nacional, o interesse em plantar mogno-africano tem crescido no mercado brasileiro. No entanto, para ter rentabilidade, é preciso planejar o plantio e entender detalhadamente os passos necessários para iniciar o negócio. 

Se você tem interesse em investir em mogno-africano, este post trará o passo a passo para você iniciar esse projeto. Confira!

Como iniciar o planejamento para investir em uma floresta de mogno-africano?

Antes de investir no plantio de madeiras para fins comerciais, é importante estudar os objetivos e etapas necessárias para a implantação da floresta, para que seu plantio, seja ele grande ou pequeno, atinja seus objetivos. Os principais aspectos a serem incluídos no projeto são:

1. Efetuar uma análise de solo 

A análise do solo é essencial para conhecer as características e necessidades de eventuais ajustes na área de plantio, propiciando um melhor estabelecimento da floresta. Então, coletar amostra do solo e enviar para um laboratório fazer a análise é o primeiro passo no planejamento do plantio.

Com o resultado da análise em mãos, é possível direcionar as melhores práticas de preparo do solo e verificar quais tipos de correção são necessárias para aumentar a produtividade do plantio. 

A correção do solo pode ser feita com a aplicação de macro e micronutrientes que ajudarão, posteriormente, na etapa de nutrição da planta. Por exemplo, se a análise identificar que o solo é muito ácido, correções prévias deverão ser efetuadas para que o solo esteja preparado para receber o plantio.

É importante ressaltar que existem vários métodos de correção para melhorar a qualidade do solo e, assim, garantir a nutrição adequada da planta. O que pode ser bom para sua floresta, não necessariamente será bom para outro silvicultor. Portanto, a sua escolha de correção e, consequentemente, adubação, dependerá única e exclusivamente do relatório de análise de solo da sua área de plantio.

Ainda vale lembrar que, mesmo com a possibilidade de correções, existem solos que não são adequados para o plantio de mogno. Por exemplo, devem ser evitados solos com aflorações rochosas ou impedimentos físicos (lajes ou “toás”) e também áreas que sofram alagamentos com frequência. 

Então, fique atento a esses detalhes antes de iniciar o plantio. O Viveiro Origem, por exemplo, a partir da compra de 1000 mudas, faz a recomendação da correção do solo se o cliente apresentar a análise realizada. Essa assessoria ajuda muito para fazer um plantio mais produtivo.

2. Avaliar a topografia do terreno

Saber a topografia da área de plantio é fundamento para analisar como será feita a drenagem do solo e também os custos de implantação do projeto. Em áreas de topografia muito acidentada*, por exemplo, devem ser considerados parâmetros necessários para o uso de práticas conservacionistas dos solos.

É a partir dessa avaliação da topografia que também pode ser identificada uma necessidade de sondagem da área para se conhecer tanto o perfil do solo, quanto para se obter informações das condições de compactação, profundidade e drenagem do solo.

3. Verificar o índice pluviométrico histórico da região 

Saber a quantidade de chuva média e histórica da região é importante para avaliar a necessidade e a melhor forma de irrigação das mudas após o plantio. O índice pluviométrico ideal para bom desenvolvimento do mogno-africano da espécie Khaya grandifoliola é acima de 1200 mm por ano de forma bem distribuída durante os meses do ano. Abaixo deste parâmetro, é recomendável investir em uma forma de irrigação complementar. 

É indicado plantar a muda de mogno sempre nos períodos chuvosos do ano. Por isso, comece o planejamento antes desse período! Além disso, mesmo que a região mostre bons índices pluviométricos, deverá ser dedicado um cuidado especial às mudas nos primeiros anos de vida. Por isso, é recomendado, até o estabelecimento das mudas no campo (mínimo até os dois primeiros anos de plantio), a irrigação mecânica ou manual das mudas para garantir a complementação das chuvas, já que a falta de água neste período sensível da muda pode comprometer todo o investimento. 

No vídeo abaixo, o engenheiro agrônomo, João Emílio Duarte Matias, explica com mais detalhes a importância desse fator para o plantio do mogno:

4. Determinar o espaçamento a ser adotado 

Outro passo necessário antes de realizar o plantio do mogno é estabelecer o espaçamento entre as mudas. Só assim, será possível definir a quantidade de mudas e as necessidades de desbastes da floresta.

O espaçamento recomendado depende do local escolhido para o plantio (área plana ou em morros) e da existência de atividades consorciadas com o mogno (exemplos: café, melancia, pimenta, etc). Caso não seja feito consórcio com outras culturas, recomendamos o plantio de 400 a 550 mudas por hectare, ou seja, plantios menos adensados para se obter madeira de qualidade com o menor custo-benefício disponível no ciclo total da floresta. 

Com esta quantidade implantada por hectare, as mudas poderão se desenvolver com menos competição, com mais acesso à nutrientes, água e iluminação, além da menor necessidade de desbastes (que geram elevados custos e normalmente possuem pouco valor comercial). Você pode saber mais sobre o espaçamento ideal para o plantio de mogno neste vídeo!

5. Escolher o tipo de muda que será plantada

As mudas de mogno-africano podem ser clonais ou seminais, ou seja, elas podem ser produzidas de formas distintas. As mudas clonais são cópias idênticas da planta de onde se retirou o material vegetativo para sua produção, enquanto as mudas seminais são provenientes das sementes coletadas.

Independentemente do tipo de muda selecionada, o produtor deve sempre prezar pela compra em um viveiro que invista em pesquisa e possua todos os registros perante o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento — MAPA. Isso garante não só a qualidade das mudas, mas também é parte importante para o sucesso do seu plantio.

6. Avaliar o manejo 

Por fim, mas não menos importante, é necessário planejar e avaliar como será feito o manejo da sua floresta de mogno. Essa etapa inclui:

  • Determinar ações de combate contínuo às pragas;
  • Estabelecer o momento de desbaste;
  • Fazer novas adubações.

Esses são todos os passos necessários para se planejar e começar o plantio de mogno-africano. Como em qualquer investimento, não existe uma fórmula mágica para o sucesso, mas sim caminhos mais eficientes para garantir um bom resultado.

Gostou das dicas mas ainda não sabe se vale a pena investir em mogno-africano? Então, confira o post sobre rentabilidade do mogno-africano comparado às outras espécies antes de tomar a sua decisão! 

 

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