Diversificar é essencial para aumentar o rendimento de seus investimentos. Essa é a regra número um para quem quer expandir o seu patrimônio e existem várias formas de alcançar esse objetivo. Uma delas é plantar mudas de mogno-africano. A proposta parece ousada, mas o resultado é promissor, o que atrai a atenção de investidores em todo o mundo.

Um dos principais motivos desse interesse em torno do mogno africano é a projeção da indústria madeireira para os próximos anos. Segundo estudo realizado pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), haverá uma redução de 64% da oferta de madeira até 2030, enquanto, no mesmo período, a previsão é de um aumento de quatro vezes na demanda por esse material, chegando a 21 milhões de m³ ao ano.

Fonte da imagem: Relatório Técnico “Florestas Nativas de Produção Brasileira”, publicado pelo Serviço Florestal Brasileiro e pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia em 2011.

Neste cenário, o investimento em madeira beneficiada é uma boa aposta para quem busca variar seus negócios.

Por que escolher mudas de mogno para diversificar seus investimentos?

A madeira sempre foi uma atividade muito rentável. A história do Brasil, inclusive, sempre foi pautada pela exportação desse material tão versátil e que está presente há anos no nosso cotidiano. 

De acordo com o SFB, atualmente no Brasil são extraídos 11 milhões de metros cúbicos de madeira tropical oriundos de florestas naturais. Ainda assim, esse montante não será suficiente para a crescente demanda do mercado, o que pode ocasionar o fenômeno “Apagão Florestal”, ou seja, a escassez de madeira comercializável. Afinal, produzir madeira leva tempo. 

Para conter esse fenômeno e manter o mercado aquecido, várias medidas estão sendo tomadas pelo setor industrial madeireiro. Uma delas é a silvicultura, uma ciência que permite o aproveitamento, exploração e manutenção racional das florestas. Isso significa que se pode criar uma floresta ou determinadas espécies de plantas, com o interesse ecológico, científico, econômico e social. É nessa ciência que você deve aplicar o seu dinheiro por meio de florestas plantadas.

De acordo com o SFB, em 2016, os produtos madeireiros provenientes de florestas plantadas foi de R$13,7 bilhões. Além da projeção econômica ser positiva, é preciso entender também os motivos que fazem do mogno, especialmente o africano, ser um bom investimento.

Quem já comercializa madeira, ou tem curiosidade sobre o assunto, sabe que o mogno brasileiro (Swietenia macrophylla) é uma madeira muito nobre e extremamente valorizada no mercado internacional. Entretanto, devido à sua exploração ao longo dos anos, a espécie entrou em extinção e seu corte foi proibido.

Nesse cenário, o mogno africano surgiu como um bom substituto para o mogno brasileiro, pois apresenta características físicas e mecânicas, além de aparência e trabalhabilidade, semelhantes à madeira nacional. Tais características aumentam a sua valorização no exterior.

O rápido crescimento, a baixa incidência à pragas e a facilidade de realizar o plantio sem a necessidade de autorização, são outros fatores que fazem o mogno africano a aposta da vez em silvicultura. 

Outro ponto importante a considerar é que o mogno africano ainda é algo relativamente recente no território nacional, sendo que as maiores plantações comerciais desta espécie estão atualmente com idade entre 5 e 10 anos. 

Mesmo que o segmento ainda não esteja saturado, vale ressaltar que os cultivos das duas principais espécies de mogno africano têm crescido significativamente no Brasil. O dado mais recente divulgado pela Embrapa*, revela que a estimativa de área plantada de mogno africano no território brasileiro já ultrapassou mais de 37 mil hectares, tornando o país um dos maiores plantadores desse gênero.

Quais as diferenças entre as silviculturas de mogno e de outras culturas?

Entender as diferenças entre as culturas de mogno e outras espécies é essencial para saber onde investir o seu capital. Afinal, existem diversas madeiras que também trazem retornos positivos. Abaixo, explicamos um pouco sobre cada espécie.

Silvicultura de mogno africano (Khaya grandifoliola)

O que faz o mogno africano da espécie Khaya grandifoliola atraente para investimentos é a sua fácil adaptação ao solo, podendo ser plantado em grande parte do Brasil.

Além disso, por ser uma madeira clara, ela se torna muito versátil para atender desde a indústria de construção naval até a de instrumentos musicais. A sua característica de galho retilíneo e derrama natural também facilita o manejo.

Silvicultura de mogno africano (Khaya senegalensis)

Outra espécie de mogno que é muito plantada no Brasil é a Khaya senegalensis. Também possui uma madeira clara e é de fácil adaptação no solo de qualquer parte do Brasil. Ao contrário do mogno Khaya grandifoliola, esta espécie possui muitos galhos laterais, o que torna o manejo mais difícil, exigindo desramas periódicas.

Silvicultura de Eucalipto

Famoso para uso na indústria energética (produção de carvão vegetal), para madeira (construção civil, revestimentos leves, mourões de cerca, etc) e para obtenção de celulose, o eucalipto é uma espécie considerada de ciclo curto. O seu manejo também é facilitado, pois possui galhos retilíneos e desrama natural. Além disso, pode ser plantado em quase todas as áreas do Brasil.

Embora seja uma madeira versátil, o rendimento do Eucalipto é baixo em comparação às espécies de madeiras conhecidas como madeiras nobres. 

Silvicultura de Teca

A Teca é outra madeira muito usada por produtores que buscam investir em florestas plantadas. Sua madeira é leve e pode ser utilizada desde a fabricação de móveis de luxo até a construção naval.

No entanto, o manejo da Teca é mais complexo, pois a teca é uma espécie que exige cuidados constantes, tornando o custo de manutenção mais elevado do que em uma floresta de mogno-africano, por exemplo. Além disso, a espécie não suporta solos muito ácidos, limitando as áreas de plantio no Brasil e aumentando os gastos com adubação e correção de solo.

Qual a rentabilidade do investimento em mogno-africano?

Entre as espécies mais comuns de silvicultura no Brasil, o mogno-africano se destaca por sua excelente projeção de rentabilidade. Segundo o relatório divulgado pela ITTO (International Tropical Timber Organization) em 2015, o mercado de mogno-africano já movimentava R$ 500 milhões por ano no Brasil neste período. Isso apenas reforça o quanto o investimento é promissor.

A viabilidade e rentabilidade desse investimento também possui altos valores de taxa interna de retorno, entre 14% e 20% para a madeira beneficiada, sendo superiores à maioria das opções de renda fixa disponíveis no mercado. 

Caso opte por comercializar a madeira beneficiada, com um hectare de plantio é possível atingir a rentabilidade de aproximadamente R$ 300 mil livre de impostos. O custo de implantação varia de acordo com as condições de solo, relevo, clima, proximidade dos fornecedores e mercados consumidores.

Se o comércio não é um interesse do produtor, uma alternativa é vender o direito da exploração futura da floresta  ou vender a madeira “em pé”. Dessa forma, não seria necessário fazer investimentos com corte e beneficiamento da madeira. Contudo, o lucro, nestas hipóteses, será menor que aquele que poderia ser obtido com a madeira serrada e/ou beneficiada.

Outra maneira de se obter renda antecipada com a plantação de mogno é por meio da venda dos créditos do plantio para fazendas que têm déficit em área de reserva. Esta legislação e exigências podem variar de Estado para Estado e é importante verificar a precificação destes “créditos” no mercado, mas pode ser uma boa alternativa para antecipação de receitas 

Com essas oportunidades de ganho, se a sua fazenda tem uma área ociosa, esse é o momento para começar a plantar mudas dessa espécie. Quer saber mais sobre técnicas de cultivo do mogno-africano e como começar esse investimento na prática? Então, leia como planejar o cultivo de mudas de mogno!

* Todos os dados da Embrapa citados neste texto foram retirados do livro “Mogno-africano (khaya spp.): atualidades e perspectivas do cultivo no Brasil”, publicado em 2019.

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