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O mogno-africano é uma das madeiras nobres que está chamando a atenção dos produtores brasileiros. A sua versatilidade, manejo mais simples se comparado com outras culturas e perspectivas de alta rentabilidade são pontos de destaque da espécie.

Embora a silvicultura esteja crescendo no país, ainda existem dúvidas a respeito do seu cultivo. Será que vale a pena plantar mogno-africano?

Bom, nada melhor do que perguntar aos produtores que já investem em mogno para responderem a essa pergunta, não é mesmo? Por isso, conversamos com alguns dos clientes do Viveiro Origem para contar um pouco sobre como está sendo a experiência deles. Confira!

O que motiva os produtores a investir em mogno-africano?

São muitas as vantagens que levam os produtores a escolherem o mogno-africano como um investimento. Para o médico ortopedista Henrique Cembranelli, foi um conjunto de fatores que determinou o mogno como uma espécie boa para plantio em sua fazenda.

“Iniciei o plantio com meus dois irmãos, mas foi o Eduardo, meu irmão mais novo, que primeiro descobriu o mogno. Ele viu no jornal sobre a espécie e começou a fazer uma pesquisa a respeito, encontrando informações positivas sobre rentabilidade, manejo e a facilidade na plantação. Ele até fez um curso na área, mas deixamos a ideia de investir de lado por um tempo. Depois de alguns anos pesquisando, ao visitar novamente a nossa terra, resolvemos retomar a ideia de plantar mogno-africano”, conta.

mudas de mogno africano viveiro origem

Mudas de mogno-africano do Viveiro Origem

Em novembro de 2019, os irmãos fizeram o primeiro plantio de mogno-africano, na Fazenda do Céu, localizada na cidade de Caçapava, região do Vale da Paraíba, em São Paulo. 

“A escolha pelo mogno foi de encontro com nossos objetivos: queremos valorizar nossas terras e fazer um investimento com um prazo maior (entre 18 a 20 anos), então, o que inicialmente parece uma desvantagem, na verdade é uma vantagem para nós”, afirma Henrique.

Outro produtor que apostou as suas fichas no mogno-africano foi Ricardo Rogano, proprietário da fazenda Santíssima Trindade. Ele explica que a ideia de investir na espécie surgiu de maneira inusitada, em uma viagem com amigos a Campos de Jordão, em 2016.

“Na época o dólar estava baixo e os juros também, então, as aplicações financeiras estavam dando pouco retorno. Foi quando no meio da conversa surgiu o assunto de pessoas que compraram terras para plantar Eucalipto e vender para indústria de celulose”.

Sim, Ricardo a princípio pensou em plantar Eucalipto. O que fez ele mudar de ideia? O baixo retorno financeiro dessa cultura. 

“Ainda estava no início da discussão de plantios de madeiras nobres, mas vi que elas podiam ter um retorno mais interessante. Então, eu comecei a pesquisar com minha esposa sobre o assunto e vimos que havia uma demanda grande por mogno no mercado internacional”, recorda.

Após muita pesquisa, Ricardo decidiu comprar uma fazenda na cidade de Lorena, também na região do Vale do Paraíba.

A escolha pelo local foi planejada. Ricardo considerou a fertilidade da terra, o índice pluviométrico e a logística para fazer escoamento de madeira no futuro. Todos esses fatores contribuem para que o plantio do mogno obtenha sucesso no futuro.

Todos os clientes contaram com o apoio da equipe do Viveiro Origem

Embora o plantio tenha começado tímido, Ricardo já está há 5 anos investindo em mogno-africano e sua floresta tem plantios de 6 meses a 5 anos. “Eu planto todo ano para ter talhões com idades diferentes para efeito de manejo, pois isso permite ter uma rotação natural das árvores”, explica.

Na Santíssima Trindade, fazenda que recebe esse nome em homenagem aos seus trigêmeos e também a sua religião, podemos encontrar espécies diferentes de mogno: uma pequena parte de khaya senegalensis e 95% de khaya grandifoliola.

“São 80 hectares de fazenda, sendo 60 deles com plantação de mogno-africano, 10 hectares de mata nativa e 10 de hectares de reserva ambiental”, revela Ricardo.

Já para Daniel César Alvarenga, a vontade de plantar mogno veio do rendimento agregado que esse cultivo oferece. “Eu pensei o que poderia plantar na minha fazenda para ter o máximo de aproveitamento. Pesquisei muito e quando li a matéria sobre o Augusto Cury a respeito do mogno, tomei a minha decisão”, afirma. 

Daniel dedicou toda a área da sua fazenda (chamada Santa Marta e localizada em Vargem Bonita, Minas Gerais) para o plantio de mogno-africano. São 60 hectares plantados há dois anos e meio. 

Vale a pena ter uma floresta de mogno-africano?

Com toda certeza! Henrique Cembranelli afirma que o mogno é uma forma de diversificar suas aplicações com um grau de segurança e previsibilidade maior. “O mercado é menos volátil se compararmos com outros segmentos do mercado financeiro”, diz.

Daniel César Alvarenga também indicaria o investimento em mogno. “É seguro, você pode aproveitar uma área improdutiva da sua fazenda e, no longo prazo, é melhor que muitos outros investimentos”, reforça. 

Contudo, vale lembrar que os produtores são dedicados a esse cultivo. Uma floresta de mogno-africano exige cuidados contínuos e é importante ter isso em mente antes de iniciar o negócio. 

Floresta de mogno-africano no Brasil

É um investimento de muito trabalho e a longo prazo. É bom ter sempre em mente que é uma cultura que exige dedicação na sua manutenção, não pode apenas plantar e esquecer do plantio. É preciso combater a mato-competição e a concorrência de outros elementos naturais, como formigas, principalmente nas mudas mais jovens”, reforça o produtor Ricardo Rogano. 

O produtor também recomenda o plantio do mogno, fazendo uma analogia interessante: “Investir em Eucalipto é como investir em poupança. Já investir em mogno é como investir em uma ação de uma startup. Então, se você tem apetite de risco, fazendo o cálculo financeiro e sendo dedicado ao trabalho que esse plantio exige, é um investimento feito para você, pois é um mercado muito promissor”. 

Outro fator que o produtor ressalta é a parte intangível desse tipo de cultivo, que, segundo ele, só ficou mais claro depois que começou a se conectar mais com a sua floresta. “O ato de cuidar das mudas, de ver as árvores se desenvolverem — eu até dou nome para algumas das minhas árvores — de devolver uma parcela para a natureza de tudo aquilo que ela nos fornece, esse sentimento não tem dinheiro que pague”, diz.

Mudas de mogno-africano na estufa

Vale lembrar que o plantio de mogno-africano é uma alternativa para o reflorestamento, justamente por ter um crescimento relativamente rápido da árvore e que possibilita a recuperação de áreas degradadas em menor tempo. Fato comprovado por pesquisa da Embrapa e também pela experiência do Ricardo.

“Plantar a minha floresta foi também uma forma de ver como a natureza tem a possibilidade de se regenerar e reerguer, pois a floresta de mogno se uniu com a Mata Atlântica que tinha próxima da região”, conta o produtor Ricardo Rogano.

Como começar o seu plantio com o Viveiro Origem?

Nosso viveiro investe muito em pesquisa científica para obter as melhores mudas para os nossos clientes. São anos de estudos e dedicação ao mercado de mogno-africano.

“O Viveiro Origem nos deu toda a assessoria possível quando compramos as mudas. Além disso, as mudas são de alta qualidade e chegaram saudáveis na nossa fazenda. Nossas mudas estão crescendo bem e a assistência pós-venda também tem nos ajudado bastante”, afirma Henrique Cembranelli.

Além disso, trabalhamos em conjunto com nossos clientes, dando toda a assessoria necessária para ele alcançar um plantio de sucesso. “Pude fazer uma visita no viveiro com o agrônomo da minha fazenda e, com isso, vi as mudas de perto. Viramos clientes de carteirinha, pois o suporte foi maravilhoso. O Carlos e a Luciana são pessoas muito flexíveis, que oferecem mudas de qualidade, boa condição comercial e de entrega do produto”, reforça Ricardo Rogano.

Outro cliente que investe em mogno-africano é o Mauro Salles. Ele ressalta que comprou mudas de diversos viveiros, mas o que fez o Viveiro Origem se destacar entre os outros foi a entrega da documentação, cumprir o prazo de entrega e, principalmente, a qualidade. Veja abaixo o vídeo com o depoimento completo:

Como gostamos de frisar com nossos clientes, quando se trata do cultivo de mogno-africano, para ir longe é preciso caminhar em grupo.

O mogno-africano é a madeira do futuro e uma silvicultura muito promissora. Que tal começar hoje mesmo a fazer o seu investimento? Solicite o seu orçamento!

Qual o cenário atual sobre melhoramento genético de mudas clonais de mogno-africano no Brasil? Como a escolha entre muda clonal e seminal afeta a minha floresta? 

Essas questões são comuns entre os interessados em cultivar mogno-africano. Para esclarecer essas dúvidas, a Associação Brasileira de Produtores de Mogno Africano (ABPMA) convocou um time de pesquisadores em silvicultura e viveiristas para uma conversa rica sobre o tema, ocorrida no dia 26 de abril de 2021.

Participaram do encontro:

  • Milton Frank, Especialista em khayas e Mediador da Roda de Conversa da ABPMA.
  • Dr. Evandro Novaes, Engenheiro Florestal, Mestre em Genética e Melhoramento e PhD em Recursos Florestais.
  • Teotônio Assis, Mestre em Genética e Melhoramento, Engenheiro Florestal e Consultor na Empresa Assistech.
  • Jaldes Langer, Engenheiro Florestal da empresa Langermaz e Flora Sinop.
  • Luciana Maluf, Administradora e Diretora do Viveiro Origem, especializado em mudas de mogno-africano.
  • Patricia Alves Fonseca, Diretora Executiva da ABPMA.

O objetivo do bate-papo, além de mostrar ao produtor os fatores envolvidos na produção de uma muda de qualidade, fez parte da celebração dos 10 anos de existência da ABPMA. 

A entidade visa fortalecer o mercado do mogno no Brasil e reforçar que, unindo planejamento e parcerias certas, a espécie é um ótimo investimento.

Por isso, fizemos um resumo da conversa com os principais pontos neste post. Confira!

O que significa clonar uma árvore?

Entender o processo de clonagem é um ponto importante para saber como essa técnica pode impactar a produtividade da sua floresta. 

Segundo Teotônio Assis, clone é“… um conjunto de plantas propagadas vegetativamente oriundas de um indivíduo e têm como características serem geneticamente idênticas entre si e idênticas à árvore de origem”.

Ainda de acordo com Teotônio,  uma árvore superior, através da clonagem, pode se transformar em uma floresta superior porque tem esse potencial, e a clonagem é uma técnica que cria milhares e milhares de cópias idênticas. 

Assim, se você tem uma árvore superior e consegue clonar esta árvore, considerando que o clone cresça em um ambiente semelhante ao da árvore original e que não se cometa nenhum pecado fisiológico no meio do caminho, a tendência é que você transforme uma árvore superior em uma floresta superior.   

Luciana Maluf, que é a proprietária do Viveiro Origem, complementou os ensinamentos compartilhados por Teotônio, apresentando o conceito de família clonal, na qual a base genética não é única, como acontece no caso dos clones registrados e protegidos (conhecidos como cultivares).

Desde a criação do Viveiro Origem, em 2002, foram estabelecidos jardins clonais com mudas selecionadas e, atualmente, o Viveiro conta com mais de 60 mil matrizes produtivas. 

Mudas do Viveiro Origem

Estas matrizes vêm produzindo mudas por meio da técnica de clonagem (reprodução assexuada por meio de estaquia) e estas mudas têm demonstrado um resultado superior no campo se comparadas às mudas seminais.  

Os resultados obtidos serão melhor explicados abaixo nos exemplos de iniciativas existentes para o mogno-africano no Brasil relacionados ao processo de melhoramento de mudas.

Existem riscos na clonagem de mudas de mogno-africano?

Assim como qualquer ciência, existem margens de risco no processo de clonagem das mudas. Teotônio, especialista no assunto, explica que: 

“Os riscos são inerentes de qualquer processo onde você reduz muito a base genética. Então, uma floresta de um clone só é uma floresta de uma árvore só. Então, se essa árvore, por algum efeito do ambiente ou de pragas e de doenças vier a ser afetada, a floresta inteira será”.

Quando o plantio é por semente, existe uma variabilidade genética incorporada neste material.

sementes de mogno-africano

Sementes de mogno-africano

Apesar de que, do ponto de vista biológico, exista esta fragilidade teórica, no Brasil já temos experiência há mais de 40 anos fazendo clones e até hoje nunca aconteceu uma catástrofe que pudesse ser atribuída exclusivamente ao uso da clonagem. 

Ainda segundo Teotônio, a clonagem foi capaz de elevar a produtividade volumétrica das plantações de eucalipto no Brasil de 8m3 por hectare/ano na década de 70/80 para mais de 41 m3 por hectare/ano em 2010. Um resultado 5 vezes superior à produtividade inicial.  

Os riscos existem, mas são pequenos. Se os processos de clonagem e testagem forem feitos adequadamente, a tendência é que a técnica funcione da mesma maneira para o mogno-africano.

O professor Evandro complementou a reflexão, alertando para o balanço que se deve fazer entre ganho e risco, já que a clonagem tende a gerar muito ganho, mas, também, pode aumentar um pouco os riscos, à medida que diminui a variabilidade genética. 

Em sua opinião, nenhum produtor deveria plantar um único clone, mas sim clones variados até que estes sejam exaustivamente testados e comprovados.

Como está a pesquisa de melhoramento genético para o mogno-africano?

pesquisas em mogno africano

Pesquisas crescem no mogno-africano

O cultivo das espécies khayas no Brasil ainda é algo muito recente. Conforme palavras do próprio professor Evandro, ainda estamos engatinhando em termos de melhoramento genético para o mogno-africano no Brasil.

Além das pesquisas ainda estarem em fases iniciais, o professor pontuou muito bem a questão climática que envolve todos os testes de melhoramento genético. 

Por mais que se diversifique as áreas para os testes de clonagem e se faça o plantio em diferentes regiões do país, o clima influencia muito nos resultados e é um fator imprevisível.

Ainda assim, os produtores podem se manter otimistas sobre o melhoramento genético. Pesquisas e testes em relação à qualidade das mudas e também a clonagem de árvores superiores têm sido feitos em várias partes do país. 

Abaixo, citaremos os exemplos que se destacam no mercado e que foram citados na “Roda de Conversa”:

Minas Gerais

Em Minas Gerais, o trabalho do Viveiro Origem, com início em 2012, tem sido importante devido ao seu investimento em pesquisa. Foi criado um laboratório de biotecnologia dentro do viveiro para desenvolver estudos que visam melhorar a qualidade das mudas entregues ao produtor. 

Hoje, o viveiro conta com mais de 60 mil matrizes escolhidas por critérios rigorosos de qualidade da origem e características fenotípicas das mudas. Estas matrizes (família clonal) vêm produzindo mudas por meio da técnica de clonagem.  

Mesmo que estas matrizes ainda não sejam registradas e de um clone único, este meio de propagação já vem demonstrando um resultado superior e positivo em campo. 

Registros feitos por meio de inventários em locais nos quais foram plantadas mudas seminais e mudas clonais (clones multifamiliares) apresentaram os seguintes resultados, cuja divulgação foi permitida pelo proprietário das duas fazendas, o empresário Ricardo Tavares:

  • Fazenda Atlântica: localizada em Pirapora/MG, com plantio irrigado e com quase 10 anos. Neste plantio, as mudas clonais tiveram um ganho superior em termo de DAP e fuste se comparadas às mudas seminais plantadas na mesma época. O volume do ganho foi superior em quase 17%.
  • Fazenda Florestas da Canastra: localizada em São Roque de Minas/MG, com plantio não irrigado e com 1 ano e meio. Neste plantio de 40 hectares, feito com mudas do Viveiro Origem, as mudas clonais apresentaram um DAP 23% e altura 9,5% superiores em comparação às mudas seminais.

Esta superioridade pode ser justificada por meio dos resultados de um trabalho de mestrado desenvolvido pela aluna Natallia Campelo, orientanda da Dra. Gracielle Costa, que é pesquisadora responsável pelo Laboratório do Viveiro Origem e coordenadora do Mestrado em Biotecnologia do UNIFEMM em Sete Lagoas/MG. 

Este estudo demonstrou que as mudas de mogno-africano feitas pela técnica de clonagem apresentam volume superior de sistema radicular em 25% se comparados às mudas seminais. Este trabalho de mestrado será em breve publicado.

Outra justificativa para a superioridade em campo seria a idade genética das matrizes clonais, que dariam mais maturidade às plantas em campo. 

Goiânia

O professor Evandro desenvolveu um trabalho na área de clonagem com o Viveiro Mudas Nobres, em Goiânia. Na ocasião, foi realizada uma visita nas fazendas mais antigas de mogno-africano no Brasil e avaliou-se a altura e diâmetro de mais de 4 mil árvores. 

Desse volume, foram selecionadas as 53 melhores árvores em termos de diâmetro, altura de fuste, além de outros aspectos que indicassem que esses indivíduos estavam saudáveis. 

Essas árvores foram clonadas e instalaram-se os primeiros testes clonais em fazendas em diferentes regiões do país. Os resultados iniciais são muito bons e em breve será publicado um artigo a respeito. Estes testes têm 4 anos.

Mato Grosso

Jaldes Langer, Engenheiro Florestal da empresa Langermaz e Flora Sinop, contou ter iniciado seu trabalho com 200 sementes obtidas no Pará, na sede da Embrapa em 1998. 

Estas árvores plantadas foram monitoradas e as melhores matrizes foram selecionadas. Destas árvores superiores foram produzidas mudas de sementes e, em 2016, iniciou-se um processo de coleta de material apical destas matrizes para introdução no viveiro. 

Este material foi plantado em 4 repetições. Ainda não se tem o resultado definitivo, pois é um trabalho complexo. 

“A passos lentos, mas com segurança e profissionalismo, o Brasil todo está hoje gostando da cultura do mogno-africano. Eu acredito que nós teremos bons frutos a médio e longo prazo, pois estamos fazendo o trabalho de casa muito bem-feito e embasado, com parcerias com empresas e universidades. Estamos no caminho certo”, completou Jaldes em seu depoimento

São Paulo

Outra iniciativa, reportada pelo Professor Evandro Novaes, foi iniciada pela empresa Futuro Florestal com o mogno da espécie khaya senegalensis, na qual foram importadas da África 30 progênies de 3 locais diferentes que estão sendo testadas em 7 regiões distintas do Brasil.

Como escolher a muda ideal de mogno-africano?

Mudas de mogno-africano em tubetes

É possível encontrar mudas clonais de diferentes valores no mercado. Os viveiristas presentes na Roda de Conversa ressaltam que existe um trabalho muito complexo e de alto investimento no manejo e qualidade das mudas dentro do viveiro, que, obviamente, reflete no preço final da venda.

Segundo informações passadas por Luciana Maluf, “um processo sério envolve custo e manejo desde a nutrição do jardim clonal, passando pela composição e volume do substrato que não pode ser qualquer um. A boa muda para chegar no ponto ideal tem que ter espaço de viveiro para mantê-las segregadas. São vários fatores que a gente analisa para, na hora de fazer a expedição da muda, ter um critério rigorosíssimo de qualidade”. 

A estimativa é de 6 meses a 1 ano para que uma muda de mogno-africano atinja a boa formação e maturidade para ir ao campo. 

Por esse motivo, o preço não pode ser o único fator para determinar a sua decisão de compra. Desenvolver mudas clonais e seminais de qualidade envolve um trabalho de alta complexidade.

Como pode ser definida a qualidade genética superior de uma árvore?

Muitas vezes o produtor confunde a aparência com a qualidade genética da árvore. 

Quando se vê uma árvore forte, bonita, com bom DAP, fuste e livre de doenças no campo automaticamente associamos isso a uma boa qualidade genética. 

No entanto, essas características não são garantia de que, ao se plantar clones dessa árvore, você terá uma floresta de sucesso. A superioridade pode ser decorrente de fatores genéticos, mas também de fatores externos.

Segundo o professor Evandro Novaes, “o que vemos externamente em uma árvore não é a sua condição pura e simplesmente genética, mas a expressão da sua genética influenciada pelo ambiente. Então, olhando uma única árvore fica difícil saber se aquela superioridade é de natureza genética e se será transmitido para as próximas gerações. A superioridade ambiental dependerá de você replicar aquele ambiente e isso só se consegue avaliar com experimentação”.

Considerações finais

Todo processo de clonagem envolve muita pesquisa e testes. Considerando que o mogno-africano é uma cultura recente no país, é de se esperar que se leve tempo para amadurecer a técnica.

Conforme bem pontuado pelo Mestre em genética, Teotônio Assis, para o mogno, em uma projeção de cenário mais consercador, para se definir o clone partindo-se de matrizes escolhidas seriam necessários 42 anos para finalizar esse trabalho. 

Existe a possibilidade de redução com seleções precoces, como foi feito para o eucalipto, que poderia reduzir este prazo para 22 anos. 

Como exemplo, ele citou que para o eucalipto, menos de 1% das matrizes superiores selecionadas se transformam em clones recomendados. Problemas na propagação podem atrapalhar o processo de clonagem.

Segundo suas palavras, “como a questão é muito nova em mogno-africano teremos que ir aprendendo aos poucos. Não existe nenhuma regra pronta. O que podemos afirmar é que todas as espécies lenhosas sofrem o efeito da maturação e da juvenilidade. A juvenilidade é fundamental para que se possa transmitir a superioridade da árvore para o clone”. 

Os participantes finalizaram a conversa entrando em um consenso geral sobre o futuro do mogno-africano no Brasil: de que é um caminho que ainda está começando, mas com grandes perspectivas de sucesso.

O otimismo é muito pautado pelas boas iniciativas promovidas pela ABPMA na construção e condução de parcerias que incentivam a disseminação de informação de qualidade, de valorização da pesquisa e de muita troca de conhecimento entre produtores de mogno-africano em todo país.

O mercado do mogno tem um potencial enorme, mas ficou claro que só dará bons frutos se for feito um trabalho de equipe. Como bem lembrou Luciana Maluf, no encerramento da conversa, “Se quiser ir rápido, vá sozinho. Se quiser ir longe, vá em grupo”.  

Com isso, terminamos o nosso resumo. Para mais informações e detalhes sobre o futuro do melhoramento genético do mogno-africano vale muito à pena conferir o bate-papo completo, disponível abaixo:

 

Ainda têm dúvidas sobre como comprar uma muda de qualidade? Entre em contato com o Viveiro Origem!

Uma madeira nobre, versátil e que vem despertando o interesse dos produtores no Brasil. Assim podemos definir o mogno-africano, espécie que é conhecida e admirada no mundo todo e cuja produção tende a crescer nos próximos anos.

Tamanho sucesso na silvicultura rendeu ao mogno-africano papel de destaque em reportagem ao Globo Rural, um dos programas mais famosos no país sobre agricultura. Por isso, achamos interessante ressaltar alguns pontos da reportagem neste post. Confira!

Quanto os produtores investiram por hectare em mogno-africano?

Várias árvores de mogno-africano

Essa pergunta é uma das primeiras que as pessoas fazem quando querem iniciar o plantio em mogno-africano. Bom, o valor de investimento por hectare depende de vários fatores relacionados à realidade de cada fazenda/produtor, como:

  • distância dos fornecedores;
  • custos de mão de obra;
  • investimentos em correção do solo;
  • espaçamento escolhido durante o plantio;
  • necessidades de manejo na floresta;
  • quantidade de mudas plantadas por hectare;
  • entre outros.

Em entrevista ao Globo Rural, dois agricultores que foram precursores no plantio de mogno-africano no Brasil, relataram como foi o planejamento e o orçamento destinado para esse investimento.

Ricardo Tavares

O agricultor e empresário destinou 500 hectares do espaço da sua fazenda, em Pirapora (MG), para o plantio da espécie khaya grandifoliola

Ele separou o plantio de mogno em duas áreas: uma com espaçamento 6 m × 6 m e outra com espaçamento 10 m × 10 m. A área com espaçamento mais adensado (6 m x 6 m) foi a que teve maior rendimento. 

Segundo Tavares, em reportagem concedida ao Globo Rural, o custo total do projeto em uma estimativa de 20 anos foi em torno de R$70 mil por hectare. O empresário ainda estima que conseguirá um rendimento final de 400 m³ de tora por hectare.

Na fazenda de Tavares ainda há uma coleção com 17 outras espécies de árvores, entre elas: Cedro Australiano, Ipê, Jatobá e Teca. Ele afirma na reportagem que é claramente visível como o mogno-africano se desenvolveu mais do que as outras espécies de madeira plantadas.

Paulo Sabonge

Na fazenda em Paracatu (MG), também é possível encontrar uma floresta de mogno-africano em crescimento. O plantio da espécie foi feito com um espaçamento ainda mais adensado (6 m × 4 m) e já foi realizado o primeiro desbaste das árvores. 

Em reportagem ao Globo Rural, Paulo Sabonge, afirmou que foram investidos R$6,5 mil por hectare para o plantio (sem sistema de irrigação) e que o plano é realizar o plantio de 25 hectares ao ano.

Você pode conferir a matéria completa sobre mogno-africano realizada pelo Globo Rural aqui.

Como dissemos acima, o valor do investimento depende de vários fatores, mas verificamos que no primeiro ano (implantação da floresta), os custos têm girado entre R$6 e R$18 mil. Fora estes custos, existirão custos de irrigação, manejo da floresta, corte (desbastes e corte final) e do possível beneficiamento da madeira.

É possível ter uma noção dos valores do investimento no mogno usando a nossa calculadora. 

Qual o retorno que os produtores podem ter investindo em mogno-africano?

É importante mencionar que todas as estimativas de retorno em mogno-africano ainda se tratam de projeções, visto que não existem no Brasil ciclos comerciais fechados com volumes históricos relevantes. Além disso, os valores comerciais disponíveis no mercado internacional são provenientes de florestas naturais.

Ainda assim, o investimento em mogno-africano é promissor. Um estudo realizado pela International Tropical Timber Organization (ITTO), comprova que o valor do metro cúbico de madeira serrada vem crescendo nos últimos anos, como mostra o gráfico* a seguir: 

*O gráfico foi construído utilizando os valores de exportação de madeira serrada de K. ivorensis proveniente de florestas nativas da República do Gana, disponibilizados pela ITTO nos relatórios de mercado de madeira tropical (primeira quinzena mensal), numa série histórica de cinco anos, desde abril de 2013 a abril de 2018. Fonte: Livro “Mogno-africano (khaya spp.): atualidades e perspectivas do cultivo no Brasil”, publicado em 2019.

O mesmo estudo ainda revela que, uma vez bem planejado e com a realização das manutenções necessárias, o plantio de floresta de mogno-africano pode render altos valores, atingindo taxas internas de retorno de 14% a 20%, se mostrando superior à maioria das taxas de renda fixa disponíveis no mercado. 

Já uma pesquisa feita pela Embrapa, estima que cada hectare (10 mil metros quadrados) plantado no território nacional atualmente pode obter 160 m³ de madeira serrada, a um valor de mercado de R$2.300 mil por m³. Portanto, ao final do ciclo, a expectativa de receita bruta através da madeira serrada de um projeto de 1 hectare poderá chegar em aproximadamente R$370 mil.

Trabalhadores cuidam das mudas de mogno-africano em estufa

Contudo, antes mesmo de atingir o seu ciclo final, que acontece entre 18 e 20 anos, pode ser necessário realizar alguns desbastes no mogno-africano, cuja quantidade e manejo deverão ser definidos conforme desenvolvimento da floresta (aferido por meio de inventários). Se a floresta tiver bom desenvolvimento, a madeira retirada no desbaste poderá ser absorvida pelo mercado como “mogno jovem”, gerando algum rendimento ao produtor.

Além da comercialização para o exterior, há outras possibilidades de rentabilidade com a floresta de mogno-africano, como a venda de madeira “em pé” ou a venda dos créditos do plantio para fazendas com déficit em área de reserva.

Agora que você já sabe o que é preciso para começar a investir em mogno-africano, que tal saber mais sobre o plantio dessa espécie? Nesse post falamos sobre as condições ideais para implantar uma floresta de mogno-africano de sucesso!

Já ouviu aquele ditado “O olho do dono é que engorda o gado”? Então, ele faz todo sentido quando falamos do desenvolvimento saudável de uma floresta de mogno-africano. 

Quando o plantio da espécie já está estabelecido, temos que monitorá-lo para ver se as decisões tomadas durante o planejamento foram adequadas, bem como identificar o que é necessário corrigir para obter melhores resultados.

Uma das formas mais efetivas de se fazer o monitoramento do desenvolvimento da floresta é por meio de inventários anuais. Com os dados levantados, o produtor pode quantificar e qualificar sua floresta, além de projetar qual será o seu resultado.

Como cada povoamento tem suas próprias características, não existe uma fórmula única para fazer os desbastes e intervenções para manter sua floresta saudável. Cada produtor terá que encontrar as medidas que mais se adequam ao seu negócio. 

Contudo, existem alguns aspectos chaves para os quais todos os silvicultores de mogno-africano devem ficar atentos, caso queiram obter sucesso no investimento. Confira!

DAP

O Diâmetro à Altura do Peito (DAP) é uma das variáveis mais importantes medidas em um inventário florestal. Ele afere um dos parâmetros que irão indicar se a sua floresta está ganhando volume, ou seja, se não está estagnada. 

Existem vários instrumentos para se medir o DAP de uma árvore, mas o instrumento mais prático e acessível para se medir o DAP é a fita métrica. Mede-se, na verdade, o CAP – Circunferência à Altura do Peito. 

Depois, é feito um cálculo convertendo esse valor para diâmetro. A fórmula utilizada para se achar o DAP de uma árvore é a seguinte:

Ou seja, medida a circunferência à altura do peito, divide-se este valor por = 3,141592para se encontrar o diâmetro da árvore analisada. Veja na imagem abaixo a sinalização do CAP e do DAP:

Fonte: KLOCK (2008) – adaptado. KLOCK, U. ENGENHARIA INDUSTRIAL DA MADEIRA-AT062: medição de madeira. Curitiba: UFPFR, 2008.

Segundo a Embrapa, por questões de ergonomia e praticidade, a medição do diâmetro da árvore é padronizada em uma altura de 1,30 m do nível do solo, como mostra a imagem a seguir:

Fonte: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO

Se a floresta não estiver ganhando volume, será preciso fazer intervenções, como desbastes para diminuir a competição entre as árvores ou a adubação complementar, por exemplo.

Altura 

Outra variável importante é a altura do fuste da árvore. Esse dado também é importante para determinar o volume de madeira da floresta.

A altura de fuste ou comercial, é medida desde a base da árvore até o ponto mais elevado próximo da copa. Com essa informação é possível ver o quanto de madeira a sua floresta terá para comercializar. 

Se a sua floresta gerar árvores com copas baixas, por exemplo, o fuste será pequeno e terá menor valor comercial.

Na imagem abaixo, você pode ver o exemplo de um inventário que mostra a evolução do DAP e a altura de fuste da floresta de mogno-africano da Fazenda Atlântica, em Pirapora (MG), com uma comparação entre mudas de origem seminal e clonal (feitas por estaquia): 

Formato dos troncos

O que se busca em um plantio comercial destinado à exploração da madeira é a obtenção de fustes retos e com qualidade, para se obter um bom aproveitamento nas serrarias. Portanto, não adianta ter volume se não tiver um bom padrão de madeira. Fustes tortuosos, bifurcados, com doenças e deformações podem comprometer todo o trabalho feito. Veja na imagem abaixo os diferentes formatos de troncos:

Fonte: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO

Enquanto não se tem para o mogno as cultivares (clones registrados) com uma maior uniformidade nos plantios, os fatores que podem influenciar no formato dos fustes da floresta são os seguintes: 

  • Espaçamento entre as árvores. Sugerimos de 400 a 550 árvores iniciais por hectare para atingir de 100 a 200 unidades no final do ciclo.
  • Desbastes periódicos para redução do número de indivíduos por hectare (reduzindo a competição entre as árvores e preservando os melhores indivíduos).
  • Controle da adubação e água. O excesso pode gerar um crescimento acelerado sem qualidade que pode deixar a planta sem estrutura e suscetível à tombamentos ou tortuosidade.
  • Análise da necessidade de barreiras físicas para quebrar o vento (com eucalipto, por exemplo).

Baixa incidência de pragas

A floresta precisa ser sempre monitorada para não ser acometida por pragas e doenças. É importante observar se estão surgindo formigas, abelhas ou outros insetos na área do plantio, bem como, verificar a coloração das folhas e dos troncos, para ter certeza que não há a presença de fungos ou outros patógenos. 

É extremamente relevante, durante esse monitoramento, documentar a quantidade de árvores que foram atacadas por pragas ou doenças e registrar essa porcentagem no inventário. São essas informações que permitirão traçar medidas corretivas e/ou preventivas para minimizar os impactos na floresta. 

Vale ainda observar a necessidade frequente de  combater a mato-competição. Já existem estudos científicos comprovando o impacto negativo do mato no desenvolvimento do mogno.

Como fazer o monitoramento da floresta?

O ideal é contratar um técnico capacitado, que possa visitar a área periodicamente para elaborar inventários e avaliar as condições gerais da floresta. Estas visitas têm como objetivo identificar os pontos a serem melhorados e, assim, propor as intervenções necessárias para manter o plantio em desenvolvimento com o máximo de qualidade.

Caso o produtor não consiga investir em um técnico no momento, a ação mais recomendada é ele mesmo coletar esses dados, por meio de visitas frequentes ao plantio, para fazer registros fotográficos e levantamento de dados e informações que poderão ser analisadas e discutidas posteriormente com um profissional. 

Nós, do Viveiro Origem, podemos ajudar nossos clientes a identificar a necessidade de possíveis intervenções na floresta com base nos dados coletados.

Vale ressaltar que este suporte é uma espécie de dupla checagem que dará ainda mais segurança aos nossos clientes. Nada substitui um inventário completo e uma análise técnica executada por profissionais capacitados para a função. 

Quer saber mais sobre como o Viveiro Origem pode potencializar o seu investimento em mogno-africano? Entre em contato conosco!

Cada silvicultura tem o seu próprio “dialeto”. Com o mogno-africano não é diferente. É comum, quando estamos pesquisando sobre o plantio da espécie, nos depararmos com termos como “DAP da árvore” ou “rustificação da muda” e não sabermos exatamente o que eles significam.

Se esse é um desafio para você que está começando a sua jornada no mundo do mogno-africano, este post é a solução. Separamos por fases de cultivo, os principais conceitos usados no dia a dia de quem investe em floresta de mogno para você poder consultar sempre que tiver dúvidas. Confira!

Termos de plantio

A primeira etapa do plantio do mogno-africano envolve o planejamento, escolha das mudas, adubação e outras etapas que você pode saber mais aqui. Então, durante esse período da sua pesquisa, você verá os seguintes termos:

Sobre a espécie

  • Mudas obtidas pelo processo de clonagem: são as cópias idênticas à planta de onde se retirou o material vegetal para sua produção, que é chamada de matriz.
  • Mudas seminais: são mudas provenientes de sementes da planta.
  • Khaya: é o nome científico do gênero do mogno-africano.
  • Khaya grandifoliola: conhecida como mogno-da-folha-grande, a khaya grandifoliola é uma das Khayas mais plantadas em território brasileiro, pois se adaptou muito bem ao clima e ao solo. Existem mais outras três espécies de mogno-africano e explicamos as diferenças entre cada uma delas no vídeo abaixo:
  • Raízes ativas: são as raízes novas e bastante vitalidade, na cor branca, e têm a função de absorver a água e os nutrientes do solo, permitindo o desenvolvimento da planta.
  • Raiz enovelada: a tendência das raízes do mogno-africano é de crescer para baixo, afinal, elas vão sustentar toda a árvore. Quando as mudas são cultivadas de maneira não adequada, como, por exemplo, em saquinhos por longo período, as raízes podem enrolar (ou enovelar) umas nas outras e isso prejudica o crescimento da planta. Por isso, uma muda de mogno-africano de qualidade não deve ter as raízes enoveladas.
  • Haste lignificada: é a condição que indica que a haste da muda está madura e firme para a realização do plantio. Para saber se a haste já atingiu essa firmeza, ela precisa estar mais rígida e apresentar a tonalidade marrom.

Sobre planejamento

  • Espaçamento: é a distância escolhida entre as mudas na hora do plantio. Existem vários espaçamentos sugeridos para o cultivo do mogno-africano e neste link você encontra mais detalhes sobre o assunto. 
  • Análise do solo: é uma análise feita em laboratório a partir de uma amostra do solo, que visa indicar sua composição e apontar para a necessidade de eventuais correções, conforme a cultura que se pretende implementar na área. Deve ser feita antes do plantio e sempre que necessário para novas adubações. Neste link você encontra um vídeo no qual ensinamos uma forma de fazer esta coleta de material para envio ao laboratório.
  • Irrigação: fornecimento de água suplementar para suprir a deficiência hídrica (falta de água) das regiões nas quais as mudas foram plantadas, evitando o prejuízo no funcionamento do seu metabolismo. 
  • Irrigação localizada: é a aplicação direta de água na região onde a muda foi plantada, irrigando diretamente as raízes da planta. A irrigação pode ser feita por superfície, com a técnica de gotejamento (mais utilizada e mais econômica), ou por microaspersão, simulando uma chuva e umidificando não só o solo, mas também a planta. 
  • Irrigação de salvamento: é feita com a utilização de carros pipa, mas que pode gerar custos superiores aos de uma irrigação convencional a depender do tamanho do plantio e volume de água utilizado.

Sobre adubação

  • Calagem: é uma etapa do preparo do solo que consiste na adição de calcário ou cal virgem para diminuir a acidez e fornecer nutrientes para as plantas.
  • Cova: é o espaço aberto no solo para receber o plantio da muda. No caso do mogno-africano, deve ser realizado o coveamento manual ou mecanizado a uma profundidade de no mínimo 60 cm, de modo a favorecer o melhor desenvolvimento do sistema radicular, como mostra a imagem:

Cova

  • Nutrientes: são compostos presentes no solo e que servem para nutrir a planta. Quando se faz uma análise de solo, por exemplo, um dos pontos verificados são os nutrientes presentes na terra. A boa nutrição ajuda no desenvolvimento e no sucesso do plantio. Os nutrientes são divididos em duas categorias: macronutrientes e micronutrientes.
  • Micronutrientes: são os nutrientes que asseguram o desenvolvimento saudável das plantas, mas são absorvidos por elas em menor quantidade. Exemplos de micronutrientes: zinco, ferro, manganês, boro, cloro, cobre e molibdênio. 
  • Macronutrientes: são os nutrientes principais para a saúde das plantas e são absorvidos em maior quantidade. Como macronutrientes primários temos: nitrogênio, fósforo, e potássio (famoso NPK). Além desses, são também essenciais para as plantas o cálcio, o magnésio e o enxofre, que são considerados macronutrientes secundários.

Termos de desenvolvimento da floresta

Depois do plantio, a próxima fase é acompanhar o crescimento da sua floresta. Será comum você planejar e discutir sobre os conceitos a seguir:

  • DAP: é a sigla para diâmetro à altura do peito. É uma das mais importantes variáveis que precisam ser medidas para o inventário florestal. É a medida que se refere ao estudo das dimensões das árvores, com o objetivo de determinar o volume de uma floresta.
  • Desbaste: Os desbastes são cortes feitos em árvores de mogno jovem para favorecer os indivíduos que se desenvolveram melhor até o momento, deixando mais espaço para eles e diminuindo a competição pelos nutrientes do solo, iluminação e água.
  • Fechamento de copa: é o que acontece quando as partes aéreas do mogno (compostas pelos galhos e folhas) são densas e largas o suficiente para sombrear a maior parte do solo da floresta. 
  • Matocompetição: é quando o mato entra em competição pelos nutrientes do solo com as mudas plantadas, prejudicando o desenvolvimento da floresta.
  • Manejo: é um conjunto de técnicas usadas para o bom cultivo do mogno africano, garantindo que a floresta tenha um bom desenvolvimento.
  • Desrama: é a remoção de ramos/galhos das árvores para otimizar o seu desenvolvimento. A desrama pode se dar de forma natural (como geralmente ocorre com as Khayas grandifoliolas) ou de forma mecanizada (mais utilizada na espécie Khaya senegalensis).

Termos de comercialização

A negociação está presente em todas as etapas da silvicultura do mogno-africano, começando pela compra de mudas até a venda final da madeira. Por isso, você ouvirá falar bastante de:

  • Viveiro de mudas: é a estrutura para o cultivo de mudas (como mostra a foto abaixo). Esse espaço oferece condições controladas para que as mudas cresçam e se desenvolvam até atingir a maturidade ideal para serem comercializadas e replantadas pelos produtores. 
Viveiro de mudas de mogno-africano

Viveiro de mudas de mogno-africano do Viveiro Origem.

  • Processo de rustificação: consiste em diminuir a irrigação da muda e aumentar a sua exposição à luz para que ela fique mais resistente, permitindo uma fácil transição entre o viveiro e o campo. O tempo de rustificação varia de acordo com o destino da muda e da necessidade do produtor, mas geralmente, o processo dura no mínimo 15 dias e deve ser feito antes da fase de expedição.
  • Fuste: é a parte principal do tronco de uma árvore, aquela situada entre o solo e as primeiras ramificações, portanto, é a parte mais comercial da árvore.
  • Corte raso: é quando todas as árvores de uma floresta atingem seu ciclo de maturidade esperada e são cortadas. É a fase final do manejo da floresta. O corte raso do mogno-africano costuma ser feito entre o 16.º e o 20.º ano.
  • Madeira em pé: é a madeira vendida como está na floresta, onde o comprador normalmente assume todos os custos de corte, retirada e transporte da madeira para futuro beneficiamento. O preço da madeira em pé é bem menor que o preço da madeira beneficiada.
  • Madeira beneficiada: é uma madeira que passa por um processo rigoroso de secagem (natural ou estufa), tratamento, corte e preparo das peças para o mercado. Portanto, a qualidade final precisa ser bem alta. Por agregar valor ao produto final (peças beneficiadas), é vendida com valor mais caro no mercado. 

Sabendo todos os conceitos será muito mais fácil continuar a sua pesquisa e até fazer negociações para o seu investimento em mogno-africano. 

Tem algum outro termo que já ouviu sobre cultivo do mogno e ainda não sabe o significado? Então, maratone o nosso canal do Youtube para ficar por dentro do assunto!

O plantio de mogno-africano, apesar de novo no Brasil, tem se mostrado uma alternativa promissora para os produtores rurais. A rentabilidade desse investimento é atrativa e o manejo das florestas é menos complexo se comparado a outras espécies madeireiras.

Apesar deste cenário promissor, ainda existem dúvidas sobre o cultivo dessa espécie, desde o tipo de muda que deve ser usada no plantio até como pode ser realizada a venda da madeira (em toras ou beneficiada?). Uma boa forma de deixar todo o investimento em mogno-africano mais simples é ter ajuda de uma assessoria técnica. Neste post, explicaremos mais sobre o que é esse serviço e sua importância para ter uma floresta de mogno mais eficiente.

O que é uma assessoria técnica para plantio de mogno?

A assessoria técnica nada mais é do que uma equipe de profissionais especializados em silvicultura de mogno contratada para auxiliar todas as etapas de planejamento, execução, manutenção, monitoramento da floresta e colheita da árvore.

O plantio de mogno-africano, como qualquer outro cultivo em madeiras nobres, envolve peculiaridades que estão diretamente relacionadas à produtividade da floresta. Sendo assim, para obter o máximo de aproveitamento e rentabilidade, é preciso que o plantio, o cultivo e o manejo sejam feitos da melhor forma possível.

Nesse sentido, a assessoria técnica vem para auxiliar nas tomadas de decisões do produtor, como:

  • definir o espaçamento adequado no plantio;
  • escolher o tipo de muda;
  • determinar a área na qual será plantada a floresta;
  • avaliar a necessidade de irrigação complementar;
  • definir correções de solo;
  • avaliar se haverá uso de máquinas, etc.

A silvicultura do mogno ainda é recente no Brasil, assim, ter a ajuda de especialistas técnicos é uma forma de estar sempre a par das novidades que podem melhorar o desempenho da sua floresta.

Como o Viveiro Origem pode te ajudar a ter sucesso em seu plantio?

O Viveiro Origem é especializado na produção das melhores mudas seminais (oriundas de sementes selecionadas) e também as obtidas pelo método de clonagem de ótimas matrizes de mogno-africano, que são fornecidas para plantios em todo o Brasil. Além de oferecermos mudas de qualidade, nos importamos com a sua floresta. Por isso, damos todo o suporte para os nossos clientes, compartilhando informações valiosas para que os seus projetos alcancem sucesso. Veja a seguir:

Acesso a um manual básico para o plantio

Após a compra das mudas, o próximo passo é o seu plantio. Nesse momento, é comum surgirem dúvidas, como o preparo do solo, como fazer a retirada das mudas do tubete, espaçamento, dicas para o plantio, etc.

Para guiar o nosso cliente, disponibilizamos um manual básico respondendo  questões gerais para tornar o processo do plantio do mogno-africano o mais claro possível.

Interpretação da análise de solo exclusiva para os clientes

Todo silvicultor sabe o quão importante é realizar uma análise de solo. É a partir desse estudo que você poderá planejar as adubações necessárias para o plantio e manejo do mogno-africano. O estudo do solo é um documento bastante técnico, o que pode dificultar o seu entendimento.

Por isso, oferecemos uma interpretação da análise do solo sem custo e exclusiva para clientes que compram acima de 1000 mudas.

Veja como funciona a coleta de análise de solo:

Indicação de técnicos capacitados

Muitas vezes, o produtor não sabe onde encontrar profissionais capacitados para obter uma assessoria técnica mais completa e personalizada, com visitas periódicas ao plantio e manejo contínuo da floresta.

Como somos uma empresa com contatos no mercado, inclusive associados da ABPMA – Associação Brasileira de Produtores de Mogno Africano, conhecemos técnicos capacitados para o plantio e acompanhamento do desenvolvimento da floresta de mogno, em diversas regiões do Brasil. Indicamos, sem qualquer vínculo comercial, profissionais que já possuem experiência com mogno e têm desenvolvido ótimos projetos.

Monitoramento das florestas plantadas

Quem investe em qualquer tipo de cultivo, sabe que é algo que exige dedicação. Acompanhar o desenvolvimento da floresta permite que o produtor possa identificar eventuais necessidades de intervenções estratégicas para alcançar um resultado positivo.

O ideal é adotar a prática de efetuar inventários periódicos, coordenados por um técnico capacitado, para que seja feito o monitoramento do desenvolvimento da floresta e a identificação a tempo para as intervenções necessárias, que podem ser:

  • novas adubações;
  • incremento ou redução de irrigação;
  • necessidade de podas e desbastes, etc. 

Por meio de registros periódicos fotográficos e uma amostragem numérica de alguns dados de desenvolvimento da floresta, é possível identificar alguns parâmetros que podem dar indícios se sua floresta está ou não com um desenvolvimento razoável.

Se o cliente fornecer essas informações para a equipe do Viveiro Origem, podemos, após compará-los com dados de plantios exemplares, sinalizar para a eventual necessidade de possíveis intervenções posteriores.

Obviamente, estamos falando de médias e comparações preliminares que deverão ser checadas, caso necessário, por meio de um inventário completo e análise técnica, ambos executados por profissionais técnicos capacitados.

Contratar um acompanhamento técnico para iniciar sua floresta de mogno-africano é extremamente importante para que o produtor consiga manejar adequadamente a floresta e otimizar a sua qualidade/produtividade. Adicionalmente a essa estratégia, vale a pena comprar mudas de uma empresa que investe em pesquisa, como o Viveiro Origem. Veja aqui como funciona a seleção das nossas matrizes de mudas e nossas parcerias! 

Por ser um investimento com potencial de alto rendimento e uma espécie de fácil adaptação em grande parte do solo nacional, o interesse em plantar mogno-africano tem crescido no mercado brasileiro. No entanto, para ter rentabilidade, é preciso planejar o plantio e entender detalhadamente os passos necessários para iniciar o negócio. 

Se você tem interesse em investir em mogno-africano, este post trará o passo a passo para você iniciar esse projeto. Confira!

Como iniciar o planejamento para investir em uma floresta de mogno-africano?

Antes de investir no plantio de madeiras para fins comerciais, é importante estudar os objetivos e etapas necessárias para a implantação da floresta, para que seu plantio, seja ele grande ou pequeno, atinja seus objetivos. Os principais aspectos a serem incluídos no projeto são:

1. Efetuar uma análise de solo 

A análise do solo é essencial para conhecer as características e necessidades de eventuais ajustes na área de plantio, propiciando um melhor estabelecimento da floresta. Então, coletar amostra do solo e enviar para um laboratório fazer a análise é o primeiro passo no planejamento do plantio.

Com o resultado da análise em mãos, é possível direcionar as melhores práticas de preparo do solo e verificar quais tipos de correção são necessárias para aumentar a produtividade do plantio. 

A correção do solo pode ser feita com a aplicação de macro e micronutrientes que ajudarão, posteriormente, na etapa de nutrição da planta. Por exemplo, se a análise identificar que o solo é muito ácido, correções prévias deverão ser efetuadas para que o solo esteja preparado para receber o plantio.

É importante ressaltar que existem vários métodos de correção para melhorar a qualidade do solo e, assim, garantir a nutrição adequada da planta. O que pode ser bom para sua floresta, não necessariamente será bom para outro silvicultor. Portanto, a sua escolha de correção e, consequentemente, adubação, dependerá única e exclusivamente do relatório de análise de solo da sua área de plantio.

Ainda vale lembrar que, mesmo com a possibilidade de correções, existem solos que não são adequados para o plantio de mogno. Por exemplo, devem ser evitados solos com aflorações rochosas ou impedimentos físicos (lajes ou “toás”) e também áreas que sofram alagamentos com frequência. 

Então, fique atento a esses detalhes antes de iniciar o plantio. O Viveiro Origem, por exemplo, a partir da compra de 1000 mudas, faz a recomendação da correção do solo se o cliente apresentar a análise realizada. Essa assessoria ajuda muito para fazer um plantio mais produtivo.

2. Avaliar a topografia do terreno

Saber a topografia da área de plantio é fundamento para analisar como será feita a drenagem do solo e também os custos de implantação do projeto. Em áreas de topografia muito acidentada*, por exemplo, devem ser considerados parâmetros necessários para o uso de práticas conservacionistas dos solos.

É a partir dessa avaliação da topografia que também pode ser identificada uma necessidade de sondagem da área para se conhecer tanto o perfil do solo, quanto para se obter informações das condições de compactação, profundidade e drenagem do solo.

3. Verificar o índice pluviométrico histórico da região 

Saber a quantidade de chuva média e histórica da região é importante para avaliar a necessidade e a melhor forma de irrigação das mudas após o plantio. O índice pluviométrico ideal para bom desenvolvimento do mogno-africano da espécie Khaya grandifoliola é acima de 1200 mm por ano de forma bem distribuída durante os meses do ano. Abaixo deste parâmetro, é recomendável investir em uma forma de irrigação complementar. 

É indicado plantar a muda de mogno sempre nos períodos chuvosos do ano. Por isso, comece o planejamento antes desse período! Além disso, mesmo que a região mostre bons índices pluviométricos, deverá ser dedicado um cuidado especial às mudas nos primeiros anos de vida. Por isso, é recomendado, até o estabelecimento das mudas no campo (mínimo até os dois primeiros anos de plantio), a irrigação mecânica ou manual das mudas para garantir a complementação das chuvas, já que a falta de água neste período sensível da muda pode comprometer todo o investimento. 

No vídeo abaixo, o engenheiro agrônomo, João Emílio Duarte Matias, explica com mais detalhes a importância desse fator para o plantio do mogno:

4. Determinar o espaçamento a ser adotado 

Outro passo necessário antes de realizar o plantio do mogno é estabelecer o espaçamento entre as mudas. Só assim, será possível definir a quantidade de mudas e as necessidades de desbastes da floresta.

O espaçamento recomendado depende do local escolhido para o plantio (área plana ou em morros) e da existência de atividades consorciadas com o mogno (exemplos: café, melancia, pimenta, etc). Caso não seja feito consórcio com outras culturas, recomendamos o plantio de 400 a 550 mudas por hectare, ou seja, plantios menos adensados para se obter madeira de qualidade com o menor custo-benefício disponível no ciclo total da floresta. 

Com esta quantidade implantada por hectare, as mudas poderão se desenvolver com menos competição, com mais acesso à nutrientes, água e iluminação, além da menor necessidade de desbastes (que geram elevados custos e normalmente possuem pouco valor comercial). Você pode saber mais sobre o espaçamento ideal para o plantio de mogno neste vídeo!

5. Escolher o tipo de muda que será plantada

As mudas de mogno-africano podem ser clonais ou seminais, ou seja, elas podem ser produzidas de formas distintas. As mudas clonais são cópias idênticas da planta de onde se retirou o material vegetativo para sua produção, enquanto as mudas seminais são provenientes das sementes coletadas.

Independentemente do tipo de muda selecionada, o produtor deve sempre prezar pela compra em um viveiro que invista em pesquisa e possua todos os registros perante o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento — MAPA. Isso garante não só a qualidade das mudas, mas também é parte importante para o sucesso do seu plantio.

6. Avaliar o manejo 

Por fim, mas não menos importante, é necessário planejar e avaliar como será feito o manejo da sua floresta de mogno. Essa etapa inclui:

  • Determinar ações de combate contínuo às pragas;
  • Estabelecer o momento de desbaste;
  • Fazer novas adubações.

Esses são todos os passos necessários para se planejar e começar o plantio de mogno-africano. Como em qualquer investimento, não existe uma fórmula mágica para o sucesso, mas sim caminhos mais eficientes para garantir um bom resultado.

Gostou das dicas mas ainda não sabe se vale a pena investir em mogno-africano? Então, confira o post sobre rentabilidade do mogno-africano comparado às outras espécies antes de tomar a sua decisão! 

 

Uma das principais dúvidas dos produtores que optam por investir em mogno-africano é se é melhor comprar a semente ou a muda para iniciar o plantio.

A resposta para esse questionamento varia de acordo com o objetivo do seu investimento. Contudo, se a sua meta é ter uma floresta mais produtiva, já adiantamos a resposta: adquirir a muda é a melhor escolha e abaixo explicamos o porquê.

Por que não é fácil comprar sementes viáveis de mogno-africano?

Porque as sementes de mogno-africano são recalcitrantes, ou seja, não sobrevivem à secagem e congelamento durante a conservação fora do seu local de origem. Tal característica dificulta o plantio direto das sementes de mogno, pois envolve fatores de transporte e armazenamento que interferem diretamente na taxa de germinação da espécie.

Sendo assim, embora a taxa de germinação da semente de mogno quando fresca seja de aproximadamente 90%, após duas semanas da coleta, a porcentagem de germinação diminui drasticamente, limitando o plantio. Após dois meses de coleta, as sementes estarão praticamente inviáveis.

Outro fator importante é conhecer a procedência e qualidade das sementes adquiridas, além de exigir a documentação que comprove o registro do coletor de sementes perante o RENASEM – Registro Nacional de Sementes e Mudas, do Ministério da Agricultura.  

Quais as vantagens de comprar mudas prontas de mogno?

Antes de se aprofundar sobre os benefícios de comprar mudas prontas, é interessante entender sobre os dois tipos de mudas de mogno-africano existentes para o plantio.

A muda seminal é proveniente do cultivo de sementes e a muda clonal é obtida por meio de clonagem de matrizes selecionadas (estaquia). Veja mais detalhes no vídeo abaixo: 

https://www.youtube.com/watch?v=vc5BEEwx7EQ&ab_channel=MudasOrigem 

Independentemente de a muda ser oriunda de sementes ou ser produzida por meio da técnica de clonagem, comprá-la já pronta de um viveiro, como o VIVEIRO ORIGEM, traz as seguintes vantagens para o produtor:

Qualidade

O produtor tem tranquilidade quanto à escolha das melhores sementes e melhores matrizes que darão origem às mudas. Também pode contar com a transparência na expedição das mudas com a adoção de um rigoroso controle de qualidade no qual são observados: tamanho, quantidade de pares de folhas, raízes ativas e não enoveladas, caule lignificado (maduro), tamanho do tubete, dentre outros. Isto visa garantir maior uniformidade e qualidade ao lote que será expedido para plantio.

Segurança

É feito o manejo adequado das mudas dentro do viveiro, com nutrição e hidratação adequadas durante todo o processo de crescimento das mudas (4 meses no mínimo). Além disso, o produtor tem a garantia de que as mudas passaram por um processo de rustificação (exposição ao sol) antes da expedição por um período de 15 a 40 dias, a depender do local que serão plantadas. Este processo visa garantir maior resistência à muda para serem plantadas.

Confiabilidade

O produtor tem respaldo documental para rastrear a origem das mudas vendidas, com cadastro junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Nota Fiscal e Termo de Conformidade das Mudas assinado pelo responsável técnico do Viveiro.

Ainda tem a certeza de que o transporte das mudas é feito por meio de caminhão próprio que transporta até 20 mil mudas e o faz de maneira adequada para que as mudas não percam qualidade durante o trajeto até o local de plantio. 

Desta forma, as mudas produzidas por um viveiro que se preocupa e monitora os aspectos elencados acima se torna a melhor opção para quem pretende plantar uma floresta de mogno-africano. No vídeo abaixo, você pode ver com mais detalhes sobre a compra de mudas prontas e sementes:

https://www.youtube.com/watch?v=Et-o9j9XRrk&ab_channel=MudasOrigem

Como comprar uma muda de mogno-africano?

Saber identificar uma muda de qualidade é essencial para alcançar o sucesso da sua floresta. 

O tempo médio de formação de mudas é de seis meses, portanto, o produtor deve realizar a encomenda das mudas com antecedência ao plantio para não afetar o seu planejamento.

Viu por quê comprar uma muda pronta é mais vantajoso do que comprar a semente? Agora, confira as principais características que um viveiro de muda deve ter para comprar as suas primeiras mudas de mogno-africano!

Desde que o mogno africano começou a ser cultivado no Brasil, alguns agentes causadores de doenças foram se adaptando a esta nova espécie exótica. Por isso, quem tem interesse em investir no plantio do mogno africano precisa estar atento às doenças e insetos que podem causar danos às árvores e cuidar para minimizar ou evitar estes danos. 

 

Vale ressaltar que, em geral, os relatos de pragas que prejudicam cultivos de espécies de mogno africano no país ainda são, relativamente, poucos. Mesmo assim, o monitoramento dos insetos presentes no plantio é fundamental para acompanhar o crescimento do número de agentes capazes de afetar a espécie.

 

Com base nos capítulos escritos por Edson Luiz Furtado, Lucas Antonio Benso, Alexandre Mehl Lunz e Cristiane Aparecida Fioravante Reis, do livro Mogno-africano (Khaya spp.): atualidades e perspectivas do cultivo no Brasil, publicado pela Embrapa em 2019, vamos explicar, neste artigo, quais os sintomas e as medidas de manejo necessárias para lidar com as pragas do mogno detectadas no Brasil. 

 

Problemas causados por fungos

 

  • Podridão Branca ou murcha letal

Esta doença é causada por um fungo que habita as florestas brasileiras, por isso, tem alta incidência em plantios de mogno feitos em locais anteriormente cobertos por florestas. Solos sujeitos ao encharcamento das raízes também facilitam o processo infeccioso.


Ele causa o
amarelecimento de toda a copa da árvore, seguido da sua murcha e seca. As raízes adquirem coloração esbranquiçada e amarelada. Para controlar esta praga, é necessário arrancar e queimar as partes das raízes afetadas e tratar o local com fungicida. Para prevenir, é importante evitar o encharcamento do solo, facilitando a evaporação e a drenagem da água nas áreas de plantio.

 

  • Cancro do córtex 

 

Este fungo forma colônias, inicialmente brancas, mas que se tornam pretas com o tempo, nos troncos do mogno africano. As colônias podem causar lesões nas cascas da árvore e até grandes áreas de descolamento e necrose. Para controlar a praga, os tecidos doentes precisam ser raspados e a área deve ser tratada com fungicida ou com produtos diluídos à base de triazol+estrubirulina. 

 

  • Rubelose ou mal rosado

 

Causada por um fungo que gera lesões de coloração rosada. Por baixo da crosta rosa, acontecem sulcos e rachaduras nos galhos e troncos doentes. O controle desta praga é feito por meio da poda dos ramos afetados ou da retirada das partes afetadas da casca. Em seguida, aplica-se uma mistura de tinta látex, triazol e estrubirulina para selar os ferimentos. 

 

  • Murcha de ceratocystis

 

Esta doença é causada por um fungo que acomete ferimentos abertos no processo de poda das árvores. Ele obstrui os vasos de seiva da planta, provocando a murcha e seca da parte aérea dos indivíduos em níveis avançados da doença. Outro sintoma é o vazamento da seiva por rachaduras nos troncos afetados.

 

Ainda não foi bem estudado o uso do controle químico para esta doença. Por isso, a melhor forma de controle é a remoção e destruição das árvores doentes, para impedir que elas transmitam a infecção às árvores vizinhas. Para prevenir a doença, é importante manter os instrumentos de poda higienizados e aplicar fungicidas em ferimentos abertos, para evitar a entrada do fungo. 

 

  • Mancha areolada

 

O fungo responsável por esta doença causa manchas arredondadas nas folhas jovens do mogno. As manchas têm centro esbranquiçado e bordas cor de vinho, mas podem se tornar amarronzadas e necróticas com o amadurecimento da folhagem. Para plantas em fase de viveiro, é possível tratar com a aplicação de fungicidas que contenham Pencycuron, quinzenalmente. 

 

  • Mancha foliar de Cylindrocladium

 

Este fungo causa lesões necróticas marrom-escuras em folhas de todas as idades, mas principalmente nas mais jovens. As folhas não caem com facilidade. Permanecendo na planta, elas geram novas infecções. Não existem recomendações de manejo dessa doença, mas ela pode ser evitada com a higienização dos insumos e equipamentos. 

 

  • Mancha alvo

 

As manchas causadas pelo fungo nesta doença são escuras, com halo púrpura e centro mais claro. Elas podem causar a queda das folhas afetadas. Também não existem recomendações de tratamento específicas para o mogno africano, mas para outras plantas, são recomendadas pulverizações de fungicidas.

 

  • Broca do ponteiro

 

Este inseto foi o responsável pela inviabilidade de monocultivos comerciais do mogno brasileiro no país. Foi essa limitação que motivou a introdução de espécies africanas do mogno por aqui. No entanto, já existem alguns relatos da incidência desta praga em espécies do mogno africano também. Por isso, vale ressaltar que a crença de que a broca do ponteiro não afeta as espécies exóticas é um mito. 

 

As larvas atacam a região apical das árvores, causando uma ramificação excessiva e a depreciação da madeira ou a mortalidade da planta. Ela também causa danos em frutos e sementes, impedindo a produção de mudas a partir do indivíduo afetado. Técnicas como o sombreamento das árvores, o plantio misto e a remoção de rebentos laterais podem reduzir os danos.

 

  • Mosca negra do citros

 

Este inseto suga a seiva de folhas novas das árvores, enfraquecendo a planta. Neste processo, a mosca ainda pode transmitir fungos para o mogno, e a combinação dos dois agentes pode causar uma redução no crescimento das plantas mais jovens, o que aumenta o tempo de corte da árvore. Ainda não há estudos que detalham o combate desta praga no mogno africano. 

 

  • Broca do alburno

 

As larvas da broca do alburno constroem galerias no tronco das árvores, o que prejudica a futura venda da madeira. As perfurações enfraquecem os troncos, por isso, eles ficam mais suscetíveis a quebras causadas por ventos fortes. Também não há estudos que detalham o combate desta praga, por enquanto.

 

  • Formiga cortadeira

 

 Esta formiga pode fazer ninhos em plantações de mogno africano e cortar as folhas das árvores. Para combatê-las, pode-se usar iscas formicidas nas plantações. O ideal é começar com as práticas de controle antes mesmo do plantio e seguir fazendo vistorias frequentes à medida que as plantas se desenvolvem. 

 

  • Coleobrocas ou brocas do tronco

 

Esse tipo de inseto costuma atacar troncos de árvores mortas ou moribundas, mas já foram registrados casos em árvores saudáveis que passaram pela prática da desrama. As galerias feitas pelo inseto não só enfraquecem os troncos como permitem a penetração de um fungo manchador, o que pode prejudicar ainda mais a qualidade da madeira. 

 

Para combater essa praga, deve-se recolher do plantio e destruir todo o material vegetal proveniente da desrama, para evitar o aumento populacional das brocas. 

 

  • Cochonilhas

 

As cochonilhas são insetos que atacam folhas e ramos das plantas, causando a morte da gema apical e o corrugamento das folhas. Às vezes, podem interagir de forma simbiótica com formigas. Podem ser combatidas com aplicação de óleo mineral, piretróides e emulsificantes.

 

  • Psilídeos

 

São insetos semelhantes a pequenas cigarras que podem colaborar para a infecção por fungos no mogno africano, resultando em queda e escurecimento das folhas. Dependendo da espécie, podem se formar galhas nas folhas e na base de ramos novos, resultando em uma alta densidade de galhas, e pode ocorrer também retardo no crescimento das plantas.  

 

  • Gafanhotos

 

Os gafanhotos abrem orifícios nas folhas para botar seus ovos. Isso facilita com que as folhas quebrem, caem ou sequem. O resultado é um estresse pela perda de folhas e ramos, além de deformações na planta quando o ataque acontece na região apical, o que pode comprometer seu desenvolvimento retilíneo

 

Ao primeiro sinal de ataque, devem ser cortados e queimados os materiais vegetais com posturas de ovos, sejam folhas, ramos ou partes da região apical das árvores, quinzenalmente. 

 

  • Irapuá ou abelha-cachorro

 

Essas abelhas atacam brotações novas do mogno, causando a queda dos pecíolos, os pequenos caules que sustentam as folhas. A fotossíntese fica prejudicada, e o resultado pode ser a atrofia ou a superbrotação das plantas. 

 

Para controlar o problema, pode ser feito o remanejamento das colmeias localizadas próximas aos plantios. Para localizar a colônia, basta observar a direção do voo das abelhas. 

 

  • Brocas do pecíolo

 

Esses insetos também prejudicam o pecíolo das folhas do mogno, tornando-os escuros e quebradiços, em folhas de todas as idades. As folhas ficam murchas, secas e mais suscetíveis ao dano interno causado por um fungo simbionte, que chega até a planta carregado pelo inseto. É importante retirar e queimar as folhas danificadas pelo inseto e aplicar inseticida fosforado por meio de pulverizações para combater a praga.