Todo cafeicultor sabe: aliar uma safra produtiva a grãos de excelente qualidade, que podem ser comercializados a um preço mais elevado no mercado, e, portanto, serem mais rentáveis, é um verdadeiro desafio! Uma das maneiras de produzir um café de qualidade superior é justamente investir no plantio em consórcio de mogno africano com café!

Apesar de a cultura do mogno africano ser relativamente recente no Brasil, a espécie se adaptou muito bem às condições locais, e seu cultivo se mostra muito vantajoso. Um dos grandes trunfos do mogno africano é a possibilidade de consorciamento com outras culturas, entre elas o café. Para os cafeicultores, a junção entre as duas culturas é extremamente benéfica, por uma série de razões.

Neste artigo, vamos explicar por que investir no consórcio de mogno africano com café!

O que é o mogno africano?

Antes de explicar por que o consórcio de mogno africano é vantajoso para a cafeicultura, é importante recapitularmos o que é o mogno africano. Trata-se de uma madeira nobre e de altíssima qualidade, com cultivo muito fácil e rentável.

Entre as vantagens de cultivar mogno africano, uma das que se sobressaem é a versatilidade. Afinal, não só sua madeira pode ser comercializada de várias formas como o cultivo da planta, em si, pode ser realizado em combinação com outras culturas.

Essa integração de culturas de espécies distintas em um mesmo terreno agrícola é conhecida como plantio consorciado, ou simplesmente consórcio. Essa técnica pode ser feita com várias espécies, como o cacau, a mandioca, o milho, o açaí, a pimenta, entre outras. Aqui no Brasil, um dos consórcios mais produtivos é o de mogno africano com café.

Por que apostar no consórcio entre culturas?

Uma das vantagens de adotar o plantio consorciado é a possibilidade de diversificar as fontes de renda de uma propriedade agrícola em médio prazo. Embora o cultivo do mogno africano seja relativamente demorado (estimado em 18 a 20 anos), ele é muito interessante para os cafeicultores. O investimento traz retornos expressivos, já que a plantação em consórcio favorece a qualidade dos grãos e, consequentemente, permite que sejam vendidos por um preço mais alto.

Investir na cultura integrada entre o mogno africano e outras espécies vegetais é uma maneira inteligente de aproveitar melhor o terreno e obter um retorno financeiro mais rápido. Inclusive, a venda desses produtos cultivados em consórcio pode ajudar a custear a implementação do sistema de integração na fazenda.

Para além disso, há evidências científicas de que a vegetação se desenvolve de forma mais satisfatória quando a cultura é integrada! Por exemplo, em 2009 foi feito um experimento em Terra Alta comparando o monocultivo de espécies vegetais com o cultivo do mogno africano em consórcio. Ao avaliar os resultados, a conclusão foi de que, no plantio consorciado, as plantas cresceram mais, e tanto a produtividade quanto a taxa de sobrevivência se mantiveram altas! Esta publicação pode ser encontrada no site da Embrapa. 

Quando se fala especificamente do cultivo de mogno africano com café, também já há experimentos documentados e com bons resultados. É o caso dos plantios realizados em 2011 e 2013 no município de Garça, em São Paulo. A ideia foi obter uma produção maior tanto de madeira quanto de café. É justamente sobre esse tipo de consórcio que falaremos a seguir.

Como funciona o consórcio do mogno africano com café?

No consórcio do mogno africano com café, é importante haver uma alta densidade de árvores de ambas as espécies, com o objetivo de aumentar a produção. Embora a produtividade das plantas de café diminua quando elas são cultivadas sob as sombras do mogno africano, a técnica viabiliza grãos adocicados com maior valor de mercado agregado.

Também é necessário realizar desramas (corte de ramos vivos ou mortos ao longo do fuste) e desbastes (redução do número de árvores de mogno que crescem em determinada área) seletivos de tempos em tempos. Só assim a plantação de café recebe a quantidade de luz solar de que necessita para se desenvolver plenamente.

O retorno dessa iniciativa para os cafeicultores é positivo, já que o consórcio melhora a qualidade do grão de café e tem potencial de gerar altos lucros para o cafeicultor, conforme veremos com mais detalhes a seguir. 

Vantagens do consórcio do mogno africano com café

As vantagens do consórcio do mogno africano com café já estão bem consolidadas na literatura científica!

Em sua tese de doutorado, apresentada em 2020, a pesquisadora Ana Flávia de Freitas deixa claro que, quando o sistema consorciado já está equilibrado e as plantas já atingiram o crescimento ideal, não há competição entre as espécies por água e nutrientes. Isso leva a uma eficiência maior na exploração do solo.

A cientista explica também que a planta do café, quando cultivada a sol pleno, gera grãos de pior qualidade. O cultivo sob a sombra do mogno africano, por outro lado, favorece um amadurecimento mais lento dos grãos, o que leva a um café de melhor qualidade. Porém, é preciso que as plantações de café ainda recebam uma quantidade de sol ideal e não fiquem totalmente sombreadas.

Além disso, Ana Flávia reforça que a introdução de espécies arbóreas, como o mogno africano, no cultivo do café, cria microclimas favoráveis que aumentam a produtividade dos cafeeiros e os torna mais sustentáveis.

O cultivo de café em consórcio com árvores pode reduzir a insolação e a perda de água do sistema, atenuando o problema (MACEDO, 2000).   O microclima de um cultivo arborizado pode promover a redução da evapotranspiração da cultura, o que aumenta a eficiência de uso da água, a redução da velocidade do vento, da temperatura e da radiação, além da maior retenção de água no sistema (MIGUEL et al., 1995).

Resumindo: investir no consórcio de mogno africano com café pode ser uma excelente alternativa para alcançar colheitas mais frutíferas, obter um café de qualidade superior e conquistar mais lucros nas vendas dos grãos!

Quer conhecer melhor essa espécie tão promissora e de alto potencial de rentabilidade para melhorar a qualidade de sua produção de café? Entre em contato com o Viveiro Origem e tire suas dúvidas!

Como está o mercado atual de mogno-africano? Essa é uma das perguntas mais corriqueiras feitas pelos produtores de madeira e também por quem quer começar a investir na floresta dessa espécie.

Felizmente, hoje já existem mais pesquisadores e especialistas em mogno-africano que se dedicam a trazer dados mais atualizados sobre o investimento na floresta.

A Associação Brasileira de Produtores de Mogno Africano (ABPMA) reuniu os principais nomes do mercado do mogno-africano para discutir sobre o tema, em uma Roda de Conversa, que aconteceu no dia 2 de dezembro de 2021.

Participaram do encontro:

  • Aloísio Caixeta (Cabral), empreendedor no mercado de mogno-africano;
  • Gilson Favarato, comerciante de madeira;
  • Ricardo Tavares, empresário;
  • Raphael Cruz, CEO da Khaya Woods;
  • Milton Frank, especialista em khayas e mediador da Roda de Conversa da ABPMA;
  • Patricia Alves Fonseca, diretora executiva da ABPMA.

O encontro é parte da celebração dos 10 anos de existência da ABPMA, entidade que tem como objetivo fortalecer o mercado do mogno no Brasil. Confira o resumo da conversa neste post!

Qual a aceitação do mogno-africano no mercado nacional?

Essa foi a primeira questão da Roda de Conversa da ABPMA feita aos produtores. É importante deixar claro que toda a madeira de mogno plantado no Brasil ainda está em fase de desbastes, logo, a comercialização ainda é de uma madeira jovem.

Raphael Cruz, CEO da Khaya Woods, mencionou que a sua madeira é proveniente de um desbaste seletivo e que, por ser uma madeira jovem e com toras mais finas, houve dificuldade inicialmente de entrar no mercado, pois as dimensões das tábuas são menores se comparadas com a madeira nativa.

No entanto, ele pontua que a madeira oferecida ao mercado é uma madeira sustentável e de fornecimento contínuo. “Essa é a grande diferença no mercado de madeira nobre, pois você consegue garantir para o seu cliente que todo mês ele terá o recebimento constante de madeira, já que você tem a sua floresta plantada, faz planejamento de corte e consegue fazer um contrato”, explica.

Os pilares qualidade, sustentabilidade e continuidade, fazem com que o mogno-africano tenha mais valor e seja aceito pelo mercado atual.

“Os clientes que temos atendido valorizam o fato do mogno ser uma madeira nobre, com excelentes características para marcenaria, acabamento e que desgasta pouco as ferramentas”, conta Cruz.

No Brasil, a demanda por esse tipo de madeira começou há pouco tempo. Segundo Raphael Cruz, muitas pessoas estão deixando de usar a madeira nativa para usar uma madeira mais sustentável.

“O mogno-africano se insere nesse cenário, ele é mais nobre do que todas as madeiras plantadas no Brasil, como Eucalipto e Pinus. E, ao contrário das madeiras nobres tropicais da Amazônia, o mogno é sustentável”.

Raphael ainda complementa que não tem uma regra do tipo de cliente que está comprando mogno-africano. “A principal regra que eu vejo, independentemente do tamanho cliente, é ele valorizar a qualidade do mogno-africano, em que ele pode criar uma linha diferenciada e agregar valor ao produto dele. Já o segundo ponto, é o comprador falar que é sustentável”, afirma Cruz.4

Como está a entrada do mogno-africano no mercado brasileiro?

Um ponto inegável é que o Brasil é um país com uma diversidade de madeiras nativas com qualidade, que são visadas pelos compradores nacionais e internacionais.

Nesse sentido, é válida a reflexão de como está sendo a aceitação dos compradores nacionais com a inserção de uma nova madeira no mercado.

Gilson Favareto, explica que as primeiras mudas de mogno-africano plantadas na sua fazenda, no Norte do país, já tiveram resultados positivos. “O mogno brasileiro que tem 30 anos está com mais ou menos 45cm de diâmetro”, frisa.

Gilson também menciona que o seu principal cliente é o Grupo Tramontina, que começou a demandar 300m3 de tora por mês de mogno-africano.

“A introdução do mogno-africano começou na Tramontina, com 15 a 20 produtos feitos com a madeira que serão lançados ao mercado brasileiro e ao mercado internacional. Também estamos dando início a outro trabalho, que são os painéis colados, em que se pode aproveitar a madeira com espessura de 20mm, largura de 3,5cm e 29cm de comprimento”, explica Favarato.

Esses painéis perfilados, segundo Gilson, podem ser uma grande alternativa para a madeira proveniente dos desbastes.

Ricardo Tavares, empresário, afirma que é um produtor animado com o mogno há muitos anos. Ele explica que quando foi em Mato Grosso visitar uma floresta da espécie, chegou à conclusão de que o mogno era a madeira da vez, não só pela beleza, mas pelo crescimento.

“Eu não tenho receio nenhum que o mogno-africano vai ser um sucesso, principalmente as madeiras de 18 e 20 anos”, enfatiza.

O melhor mercado para o mogno-africano, no entanto, ainda é para a madeira beneficiada, por ser a matéria-prima que apresenta mais estabilidade, quando feita a serragem e secagem adequadas.

Aloísio Caixeta, mais conhecido como Cabral, conta que fez várias pesquisas de mercado para aproveitar melhor o mogno-africano.

“A construção de alto padrão é um excelente mercado, mas para produtos prontos, como painel ripado, portas e portais. O mercado da movelaria é onde estamos atuando mais. Eu vejo um mercado excelente para o mogno também na construção civil”, explica.

Para Cabral tem que começar a trabalhar e a mostrar o produto. “O consumidor de madeira compra quando vê a mesma instalada. O grande lance é colocar esse produto no mercado em alguns pontos, pois a madeira, apesar de ser jovem, dá um acabamento excelente”, reforça.

Quais as perspectivas do mogno-africano no mercado internacional?

Uma das formas de começar a captar clientes e despertar o interesse pela madeira do mogno-africano é frequentando feiras internacionais, como a que acontece em Nantes e Chicago.

Gilson pontua que ainda existe o abastecimento de mogno-africano nativo no mercado internacional, mas que o caminho para entrar nesse cenário é esse mesmo, participando de feiras. “O mogno-africano plantado vai entrar firme, mas é preciso insistir por esse espaço”, reforça.

Raphael também afirma que a feira é positiva para fazer contatos comerciais. No entanto, quando você apresenta seu projeto na feira, o comprador quer grande volume, pelo menos um contêiner, para experimentar.

“Se você não estiver preparado para oferecer esse volume e continuar fornecendo depois, não adianta ir para feira. É bom ir para fazer contato comercial, mas você precisa estar preparado, com capacidade de fornecimento, com qualidade de serragem e secagem, além de cumprir a classificação da madeira mais rigorosa”, enfatiza Cruz.

Para Ricardo Tavares, a maior dificuldade do Brasil é gerar volume. “Se você chega em uma feira, não importa a quantidade de contêineres que você consegue vender, pois ainda não temos no país uma cultura de serraria para fazer volume”, explica.

Em relação à certificação da madeira, Patrícia Alves Fonseca, disse que viu essa preocupação muito grande no mercado europeu, mas não tem dimensão de como é essa questão em outros países.

“O continente europeu é um lugar onde muito se fala sobre o FSC, que é o certificado mais reconhecido. Eu não sei se o mercado americano tem essa mesma exigência com o certificado FSC, o que sei com certeza é que eles não querem uma madeira ilegal”, frisa.

Gilson complementa que, os EUA têm um controle enorme sobre o DNA da madeira e valorizam isso mais do que a certificação.

É possível que o mercado interno absorva o mogno-africano plantado?

Essa é uma pergunta que está na roda entre os produtores e a resposta é unânime: sim, há demanda interna para o mogno-africano.

Raphael Cruz deu o seguinte dado: apenas no Estado de São Paulo, são comercializados 6 milhões de metros cúbicos de madeira tropical serrada por ano dentro da legalidade. “Eu não tenho dúvidas que o mercado interno consumirá tudo. O nosso problema é a falta de volume. Não iremos conseguir atender grandes indústrias, mas sim as pequenas indústrias”, afirma.

O CEO da Khaya Woods ainda completa dizendo que a falta de desbastes das florestas prejudica o rendimento da mesma. “Eu aconselho: faça o inventário anual da sua floresta e se o crescimento anual médio estiver menor que o crescimento acumulado, já passou da hora de fazer o desbaste”, enfatiza.

Além disso, para finalizar a live, foi comentado sobre o preço da venda da madeira. A ABPMA todo mês divulga a tabela com os valores. O preço mais atual você confere na imagem abaixo:

Tabela de cotações do mogno-africano

Conclusão

O mercado do mogno é bastante promissor. No entanto, é preciso que as pessoas se unam mais para começar a focar nos desbastes e na venda da madeira beneficiada.

Ainda falta madeira para atender toda a demanda que já existe por madeira nobre, por isso, a necessidade de ter mais produtores unidos, para trocar ideias, fazer desbastes e conquistar este mercado pujante.

O mais importante, sobretudo, é o planejamento estratégico para fazer uma boa escala de produção e divulgação do produto para chegar até a venda final.

Para mais informações e detalhes sobre o mercado do mogno-africano veja o bate-papo completo:

https://www.youtube.com/watch?v=trwEkhODxgQ

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O desbaste do mogno-africano é essencial para que a floresta cresça de forma saudável e com alta rentabilidade.

Mas como aproveitar a madeira proveniente desse desbaste? É possível ter algum lucro?

Essas dúvidas são comuns entre os silvicultores de mogno-africano. É por isso que a Associação Brasileira de Produtores de Mogno Africano (ABPMA) reuniu especialistas para discutir sobre o tema em uma Roda de Conversa, que aconteceu no dia 27 de setembro de 2021.

Participaram do encontro:

  • Vicente Lelis, Engenheiro Florestal e Especialista em Serraria, Secagem e Marcenaria;
  • Daniela Romão, Especialista em Planejamento Sócio Ambiental e em Serraria com Mogno-Africano;
  • Maurício Araújo, Gerente Responsável pelo Desbaste e Condução de Florestas;
  • Renato Collares, Agrônomo e Produtor de Mogno-Africano;
  • Milton Frank, Especialista em mogno africano e Mediador da Roda de Conversa da ABPMA;
  • Patricia Alves Fonseca, Diretora Executiva da ABPMA.

O bate-papo faz parte da celebração dos 10 anos de existência da ABPMA, entidade que tem como objetivo fortalecer o mercado do mogno no Brasil.

Confira aqui o resumo desta roda de conversa!

Desbaste precoce da floresta de mogno-africano

A conversa começou tratando sobre o tempo de desbaste do mogno-africano.

O gerente responsável pelo desbaste e condução de florestas, Maurício Araújo, disse que tem feito experimentos com as madeiras de desbastes do plantio em Janaúba.

Ele afirmou na conversa que os testes incluem árvores plantadas com espaçamentos de 6×5, 6×3 e 6×2,5 metros e a realização de desbastes precoces.

Maurício afirma que o espaçamento de 6×2,5 metros é o que ele está mais gostando do resultado.

Neste experimento, Maurício destaca que realizou desbastes precoces com 4, 3  e até 2 anos. Segundo ele, embora seja um experimento recente, os modelos com 3 anos e 2 anos trouxeram mais resultados.

Ele ainda reforça que o desbaste é importante para a produtividade de uma floresta.

“Se você não desbastar, mesmo regando e adubando, a floresta não responde”.

Segundo ele, não se pode descuidar da adubação e irrigação após o desbaste do mogno-africano.

Processo de secagem do mogno-africano

Vicente Lelis, Engenheiro Florestal e Especialista em Serraria, Secagem e Marcenaria, falou sobre as diferenças dos tipos de secagem.

O especialista explicou que antes da madeira ser levada para secar em estufa, ela precisa ser seca ao ar para diminuir o tempo da madeira na estufa.

Ele ainda reforçou que a secagem na estufa, por ser artificial, tem que ser mais controlada para não estragar a madeira.

“Para ter uma boa secagem ao ar, para a madeira não endurecer, é preciso ter um galpão coberto e à sombra, controlar a ventilação para os dias mais secos ou com muito vento. Para os dias de chuva e muita luz, como a umidade fica mais alta, deve-se colocar um ventilador dentro do galpão”, orienta Vicente.

Por ser um processo que demora muito, o mais indicado é que seque por um tempo ao ar até atingir 20% de umidade. E para acelerar o processo, finalize a secagem da madeira na estufa.

Vicente ainda afirma que não é recomendado secar a madeira na estufa direto. “Se a madeira chegar muito verde na estufa, ela pode sofrer muitos traumas, como rachaduras, ficar mais empenada, torcida e dará mais trabalho”.

Para o especialista, na maioria dos casos, se existir uma secagem ao ar bem feita, não é necessária a secagem na estufa.

A secagem na estufa tem muita tecnologia, mas, independentemente do tipo de secagem escolhido, é preciso fazer um controle diário de como o processo está acontecendo.

Daniela Romão, especialista em Planejamento Sócio Ambiental e em Serraria com Mogno-Africano, complementou o raciocínio de Vicente, dizendo que para a madeira jovem, além da questão do vento, é preciso umedecê-la antes dela ir para a secagem na estufa.

“É bem interessante fazer essa umidificação porque essa perda de água fica um pouco mais lenta e ocasiona menos rachaduras e problemas com a madeira”, frisa.

Como é o tratamento do mogno-africano jovem?

O mogno jovem é uma madeira que exige tratamento diferente do mogno adulto. É um outro tipo de madeira, que precisa ser muito trabalhada, pois se não tiver uma umidade definida para trabalho, pode empenar quando chegar até a marcenaria.

“A primeira questão para trabalhar a madeira do mogno jovem é serrar e fazer o tabicamento correto”, explica Daniela Romão.

A especialista ainda afirma que nos desbastes, que ela iniciou quando a floresta atingiu 11 anos, foi adotada a seguinte medida: DAP de 20cm para baixo, as madeiras seriam vendidas como lenha e acima disso, a madeira seria aproveitada na serraria.

“O que vimos de ideal é trabalhar sempre na estufa entre 8% e 12% e o que fazemos de pré-secagem é tabicar com a direção correta para o vento e fazer a umidificação. Mesmo com a estufa, nós vimos que não temos condições de trabalhar com menos de 14 dias, esse é o tempo mínimo. Esse processo tem que ser bem lento por ser uma madeira mais sensível por ser jovem e para que a madeira responda com menos tensão”, explica Daniela Romão.

Mogno-Africano para marcenaria

Renato Collares, Agrônomo e Produtor de Mogno-Africano, já utilizou a madeira dos desbastes para a marcenaria.

O primeiro ponto que ele destaca é a questão de sempre trabalhar com a madeira que tenha a umidade adequada, seja seca ao ar ou na estufa.

A floresta de Renato foi plantada em um espaçamento 5×5 e está com 11 anos. Mas ele conta que o primeiro desbaste foi realizado quando a floresta atingiu 8 anos de idade. A média das toras retiradas nessa época foi de 17 cm de diâmetro, ou seja, muito finas.

As toras menores de 17 cm foram vendidas para lenha e as toras com diâmetro superior a 17 cm foram cortadas, serradas e secas naturalmente em até 2 anos e meio.

Quando fazer o primeiro desbaste do mogno-africano?

Desbaste do mogno-africano

Essa é uma das principais dúvidas dos produtores de mogno-africano. Renato Collares afirma que é pelo inventário feito na floresta que se consegue definir quando um desbaste deve ser realizado.

Daniela Romão também realiza o desbaste do mogno-africano usando os dados do inventário. Ela afirma que o método usado é o seletivo e que não se deve fazer um desbaste tardio, pois isso pode prejudicar o desenvolvimento das árvores saudáveis.

Renato ainda acrescenta que, é preciso seguir duas premissas:
1 – Durante os desbastes fazer uma boa seleção das plantas.
2 – Focar nos desbastes como uma grande oportunidade para antecipar uma receita considerável para o seu investimento.

Portanto, a madeira desbastada entre 11 e 12 anos, gera mais retorno em serraria que uma madeira mais jovem. Desbastes precoces entre 2 e 4 anos, só têm custos e não têm retornos financeiros, acrescenta Renato.

Conclusão

Para aproveitar melhor a madeira de desbaste, a peça precisa ser longa e com bom diâmetro, em torno de 18cm de largura e 3m de comprimento.

“É uma questão de analisar o diâmetro e a idade. Mas iremos entender o mogno de fato quando já tivermos pessoas serrando madeira, com a tora. Você só consegue entender melhor o plantio quando começa a serrar”, afirma Vicente.

Por isso, para Maurício essa ideia faz todo sentido. O especialista ainda afirma que o espaçamento de plantio 5×5 é o que gera fustes mais retos. “Eu procuraria ter mais adensamento para ter mais qualidade de fuste e não ter a tensão na hora de serrar”, afirma em se tratando do plantio do mogno-africano.

A habilidade de quem serra a madeira também influencia no seu aproveitamento. Daniela Romão afirma que tem reduzido bastante o empenamento e a rachadura da madeira no processo de serraria que vem adotando em sua fazenda. “Serrar rapidamente e fazer o armazenamento correto, e é isso que estamos fazendo e que tem reduzido consideravelmente os empenamentos e as rachaduras”.

Com a madeira proveniente do desbaste é possível fazer porta, mesa, cadeira, painel ripado, portais, cumbucas, tábuas. Uma outra boa ideia também, que foi realizada por Renato Collares, é fazer parcerias com marceneiros. O especialista vendeu blocos e tábuas para marceneiros, além de desenvolver móveis para a venda ao consumidor final.

As possibilidades são infinitas, portanto o grande segredo para o pequeno produtor é aproveitar o máximo da árvore. Foque no mercado local e saiba que há um futuro promissor para o mogno-africano.

Para mais informações e detalhes sobre os desbastes do mogno-africano vale muito a pena conferir cada detalhe da conversa, disponível no link abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=8FD5g_K2CfE&ab_channel=ABPMAOficial

Você que saber mais sobre como iniciar o plantio de mogno-africano? Entre em contato com o Viveiro Origem!

Uma das grandes dúvidas dos investidores em mogno-africano é a rentabilidade que ele pode esperar da sua floresta.

A resposta para essa pergunta não é simples. Isso porque a rentabilidade dependerá de diversos fatores, como, por exemplo, o espaçamento adotado, o desenvolvimento da floresta e a destinação da madeira após o corte.

Muito se fala que a rentabilidade do mogno-africano pode chegar a R$300 mil por hectare. Mas como essa estimativa é possível?

Nós, do Viveiro Origem, fizemos uma análise aprofundada para explicar como esta projeção tão promissora para a cultura do mogno-africano pode se concretizar. Confira!

Como calcular a rentabilidade do mogno africano?

O cálculo da rentabilidade de mogno-africano envolve o custo do plantio, custos de manutenção e manejo, custos e receitas esperadas com o (s) desbaste (s) e corte final, além da classificação da madeira produzida nos cortes. 

Em relação ao plantio, muitas variáveis devem ser consideradas, como qualidade das mudas, irrigação e manejo. Você pode saber tudo sobre esta etapa de planejamento neste artigo.

A depender do espaçamento adotado, os desbastes da floresta de mogno-africano poderão ocorrer, aproximadamente, aos 8 anos e 11 anos de cultivo. Já o corte final ocorrerá, normalmente, acima de 18 anos, conforme nossas projeções. 

Por fim, a classificação da madeira é feita de acordo com suas características. Na tabela, podemos constatar as características de cada uma delas:

classificacao madeira mogno africano

A classificação AA Adulto é a madeira com mais qualidade e valor no mercado.

Quando acontece o primeiro retorno da floresta de mogno?

Considerando todos os fatores mencionados acima, fizemos um estudo pesquisando os valores de cada etapa, para mostrar como é possível ter rentabilidade na floresta de mogno-africano.

O cálculo foi feito baseado em uma floresta de mogno-africano de um hectare. Nela, foram plantadas 400 mudas por hectare em um espaçamento de 5 x 5.

Espera-se que o primeiro retorno de uma floresta de mogno-africano aconteça no desbaste da floresta Em nossa projeção, este desbaste ocorrerá apenas uma vez e quando o cultivo atingir 11 anos. 

Geralmente, nesta etapa, espera-se que metade da floresta (200 árvores) tenha atingido um DAP – Diâmetro na Altura do Peito – médio de 20 cm e altura de fuste de 10 m. Espera-se, assim, retirar aproximadamente 61m3 de tora por hectare e o destino esperado para esta madeira seria o seguinte:

grafico segundo desbaste

Na tabela abaixo, você pode ver a expectativa de valores esperados no primeiro desbaste, conforme categorias de produtos e subprodutos da madeira:

tabela segundo desbaste

Repare que, neste primeiro desbaste, a expectativa de rentabilidade não é alta. Entretanto, o desbaste é um manejo necessário e essencial para serem reduzidas drasticamente o número de indivíduos da floresta e, com isto, as árvores remanescentes (máximo 200) possam se desenvolver melhor, com mais acesso à luminosidade, nutrientes e água.

Quando alcanço o lucro final com a floresta de mogno?

Espera-se que o corte final da floresta de mogno-africano seja feito com aproximadamente 18 anos. Nesse momento, o restante da floresta (os outros 50%) já teria atingido o DAP médio de 45 cm e altura de fuste de aproximadamente 13 m. Com isto, estima-se obter aproximadamente 330m3 de tora para serem tratadas e comercializadas. 

Nessa fase final, o aproveitamento da madeira se dará da seguinte forma:

grafico corte final

Os valores de cada uma dessas classificações estão na tabela abaixo:

tabela corte final

Para fazer o cálculo da rentabilidade final, você deve somar o valor do desbaste com o valor do corte final.

Dessa soma devem ser retirados todos os custos com plantio, manutenção da floresta, corte e custos para secar e serrar a madeira. Com isso, você encontra o valor do lucro estimado sem impostos.

Desse montante são subtraídos os impostos sobre a venda da madeira. Esses impostos são, em média, 15% sobre o valor do lucro bruto, mas, tenha em mente, que isso pode variar, pois dependerá da tributação incidente sobre a venda de cada Estado, além da forma de tributação adotada pelo produtor rural (pessoa física ou jurídica). 

Assim, podemos chegar a um lucro líquido estimado final. Na tabela a seguir, mostramos o quanto você lucraria se tivesse uma floresta com as características que citamos neste resumo:

receita final floresta mogno africano

Esta é uma estimativa feita com base nas premissas que adotamos acima (espaçamento, desbaste, diâmetros/alturas/volumes esperados, etc.) e, também, com base em referências de valores que já vêm sendo praticados no mercado por alguns produtores de mogno. 

A ideia, no entanto, não é exaurir o tema, mas criar referências sérias e fundamentadas que permitam ao produtor planejar e criar seu próprio plano de negócios.

O propósito do Viveiro Origem é reforçar que cada floresta de mogno-africano é única. É um investimento promissor e que, certamente, vale muito a pena. Mas o alto rendimento vem a longo prazo e depende, obviamente, de investimentos, manejos constantes e, principalmente, do olho atento do produtor, tanto na floresta quanto no mercado. 

E, mais importante, há muitas variáveis nesse cálculo, por isso, é essencial buscar empresas transparentes e éticas no mercado para lhe auxiliar em seu projeto.

Para saber mais sobre o aproveitamento da madeira, entre em contato com a equipe do Viveiro Origem!

Originalidade foi o tema da CASACOR Minas 2021. A exposição, uma das mais importantes do segmento de arquitetura e paisagismo, reuniu mais de 75 projetos de diferentes designers, arquitetos e paisagistas no Palácio das Mangabeiras entre os dias 14 de setembro e 31 de outubro de 2021.

Em meio a inúmeros talentos e instalações de tirar o fôlego, o mogno-africano foi um dos destaques. A madeira, historicamente valorizada por sua beleza e versatilidade, foi ponto central do espaço idealizado por Gustavo Greco.

A instalação, chamada Siré (Xiré), ficou logo na entrada da CASACOR Minas e atraiu a atenção dos espectadores ao passar pelo percurso rodeado por cobogós feitos de mogno-africano. Foram 660 peças artesanais compondo o espaço.

casa cor minas mogno africano entrada

As peças exibiam símbolos que representam os Orixás, trabalhando os conceitos de ancestralidade, brasilidade e identidade. O nome da instalação é uma palavra em iorubá e significa roda ou dança utilizada para evocar os orixás. A ideia era fazer uma alusão entre a origem do mogno-africano e a cultura africana.

Além dos cobogós, todo o piso era feito com mogno-africano. A forma que o designer utilizou a madeira reforça o quanto essa espécie é versátil. Além disso, revela a facilidade de se trabalhar o mogno, comprovando, mais uma vez, que esta é a madeira do futuro.

O mogno-africano também brilhou no Espaço Origem Minas, marca da loja de produtos típicos de Minas Gerais, desenvolvida pelo SEBRAE. 

espaço sebrae casa cor minas

O ambiente, assinado por Cynthia Silva e Maakaroun Arquitetura, tinha prateleiras, esquadrias e estantes construídas com mogno-africano maciço. Essa é mais uma das maneiras que se pode usar o mogno-africano, matéria-prima nobre no mercado. 

O mogno-africano ainda deu vida aos projetos de Cynthia Viana, no Bar da Piscina e na loja de essências de Andrea Pinto Coelho. 

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Para fechar com maestria a presença da madeira na mostra, peças desenhadas por Juliana Vasconcellos ficaram espalhadas em pontos estratégicos da CASACOR. Um exemplo, foi a premiada Poltrona Mahog, que adornou a loja do SEBRAE.

A presença do mogno-africano em eventos como o da CASACOR é fruto do trabalho da Associação Brasileira de Produtores de Mogno-Africano (ABPMA), parceira oficial da mostra e fornecedora (por meio de seus associados) da madeira para vários ambientes. 

Vale lembrar que a madeira trabalhada pelos profissionais é jovem, ou seja, não chegou a sua capacidade máxima e não é oriunda do corte final de uma floresta.

Mesmo assim, o mogno-africano rendeu peças de extrema qualidade, reforçando todo o potencial da madeira para o comércio.

Veja o depoimento dos profissionais sobre o uso do mogno-africano na CASACOR:

Os benefícios do mogno-africano, no entanto, vão além da estética. O diferencial da madeira está justamente na possibilidade dos novos plantios e da extração futura dessas florestas serem facilitados. 

Afinal, não há necessidade de autorização prévia para plantio, caso este seja feito em áreas sem restrições. 

Logo, o fator sustentabilidade está presente na floresta de mogno-africano. E a CASACOR apenas ressalta o quanto o mogno-africano tem evoluído no mercado, não só no Brasil, como no mundo. 

Que tal saber mais sobre esse investimento? Fale com o Viveiro Origem!

O mogno-africano é uma das madeiras nobres que está chamando a atenção dos produtores brasileiros. A sua versatilidade, manejo mais simples se comparado com outras culturas e perspectivas de alta rentabilidade são pontos de destaque da espécie.

Embora a silvicultura esteja crescendo no país, ainda existem dúvidas a respeito do seu cultivo. Será que vale a pena plantar mogno-africano?

Bom, nada melhor do que perguntar aos produtores que já investem em mogno para responderem a essa pergunta, não é mesmo? Por isso, conversamos com alguns dos clientes do Viveiro Origem para contar um pouco sobre como está sendo a experiência deles. Confira!

O que motiva os produtores a investir em mogno-africano?

São muitas as vantagens que levam os produtores a escolherem o mogno-africano como um investimento. Para o médico ortopedista Henrique Cembranelli, foi um conjunto de fatores que determinou o mogno como uma espécie boa para plantio em sua fazenda.

“Iniciei o plantio com meus dois irmãos, mas foi o Eduardo, meu irmão mais novo, que primeiro descobriu o mogno. Ele viu no jornal sobre a espécie e começou a fazer uma pesquisa a respeito, encontrando informações positivas sobre rentabilidade, manejo e a facilidade na plantação. Ele até fez um curso na área, mas deixamos a ideia de investir de lado por um tempo. Depois de alguns anos pesquisando, ao visitar novamente a nossa terra, resolvemos retomar a ideia de plantar mogno-africano”, conta.

mudas de mogno africano viveiro origem

Mudas de mogno-africano do Viveiro Origem

Em novembro de 2019, os irmãos fizeram o primeiro plantio de mogno-africano, na Fazenda do Céu, localizada na cidade de Caçapava, região do Vale da Paraíba, em São Paulo. 

“A escolha pelo mogno foi de encontro com nossos objetivos: queremos valorizar nossas terras e fazer um investimento com um prazo maior (entre 18 a 20 anos), então, o que inicialmente parece uma desvantagem, na verdade é uma vantagem para nós”, afirma Henrique.

Outro produtor que apostou as suas fichas no mogno-africano foi Ricardo Rogano, proprietário da fazenda Santíssima Trindade. Ele explica que a ideia de investir na espécie surgiu de maneira inusitada, em uma viagem com amigos a Campos de Jordão, em 2016.

“Na época o dólar estava baixo e os juros também, então, as aplicações financeiras estavam dando pouco retorno. Foi quando no meio da conversa surgiu o assunto de pessoas que compraram terras para plantar Eucalipto e vender para indústria de celulose”.

Sim, Ricardo a princípio pensou em plantar Eucalipto. O que fez ele mudar de ideia? O baixo retorno financeiro dessa cultura. 

“Ainda estava no início da discussão de plantios de madeiras nobres, mas vi que elas podiam ter um retorno mais interessante. Então, eu comecei a pesquisar com minha esposa sobre o assunto e vimos que havia uma demanda grande por mogno no mercado internacional”, recorda.

Após muita pesquisa, Ricardo decidiu comprar uma fazenda na cidade de Lorena, também na região do Vale do Paraíba.

A escolha pelo local foi planejada. Ricardo considerou a fertilidade da terra, o índice pluviométrico e a logística para fazer escoamento de madeira no futuro. Todos esses fatores contribuem para que o plantio do mogno obtenha sucesso no futuro.

Todos os clientes contaram com o apoio da equipe do Viveiro Origem

Embora o plantio tenha começado tímido, Ricardo já está há 5 anos investindo em mogno-africano e sua floresta tem plantios de 6 meses a 5 anos. “Eu planto todo ano para ter talhões com idades diferentes para efeito de manejo, pois isso permite ter uma rotação natural das árvores”, explica.

Na Santíssima Trindade, fazenda que recebe esse nome em homenagem aos seus trigêmeos e também a sua religião, podemos encontrar espécies diferentes de mogno: uma pequena parte de khaya senegalensis e 95% de khaya grandifoliola.

“São 80 hectares de fazenda, sendo 60 deles com plantação de mogno-africano, 10 hectares de mata nativa e 10 de hectares de reserva ambiental”, revela Ricardo.

Já para Daniel César Alvarenga, a vontade de plantar mogno veio do rendimento agregado que esse cultivo oferece. “Eu pensei o que poderia plantar na minha fazenda para ter o máximo de aproveitamento. Pesquisei muito e quando li a matéria sobre o Augusto Cury a respeito do mogno, tomei a minha decisão”, afirma. 

Daniel dedicou toda a área da sua fazenda (chamada Santa Marta e localizada em Vargem Bonita, Minas Gerais) para o plantio de mogno-africano. São 60 hectares plantados há dois anos e meio. 

Vale a pena ter uma floresta de mogno-africano?

Com toda certeza! Henrique Cembranelli afirma que o mogno é uma forma de diversificar suas aplicações com um grau de segurança e previsibilidade maior. “O mercado é menos volátil se compararmos com outros segmentos do mercado financeiro”, diz.

Daniel César Alvarenga também indicaria o investimento em mogno. “É seguro, você pode aproveitar uma área improdutiva da sua fazenda e, no longo prazo, é melhor que muitos outros investimentos”, reforça. 

Contudo, vale lembrar que os produtores são dedicados a esse cultivo. Uma floresta de mogno-africano exige cuidados contínuos e é importante ter isso em mente antes de iniciar o negócio. 

Floresta de mogno-africano no Brasil

É um investimento de muito trabalho e a longo prazo. É bom ter sempre em mente que é uma cultura que exige dedicação na sua manutenção, não pode apenas plantar e esquecer do plantio. É preciso combater a mato-competição e a concorrência de outros elementos naturais, como formigas, principalmente nas mudas mais jovens”, reforça o produtor Ricardo Rogano. 

O produtor também recomenda o plantio do mogno, fazendo uma analogia interessante: “Investir em Eucalipto é como investir em poupança. Já investir em mogno é como investir em uma ação de uma startup. Então, se você tem apetite de risco, fazendo o cálculo financeiro e sendo dedicado ao trabalho que esse plantio exige, é um investimento feito para você, pois é um mercado muito promissor”. 

Outro fator que o produtor ressalta é a parte intangível desse tipo de cultivo, que, segundo ele, só ficou mais claro depois que começou a se conectar mais com a sua floresta. “O ato de cuidar das mudas, de ver as árvores se desenvolverem — eu até dou nome para algumas das minhas árvores — de devolver uma parcela para a natureza de tudo aquilo que ela nos fornece, esse sentimento não tem dinheiro que pague”, diz.

Mudas de mogno-africano na estufa

Vale lembrar que o plantio de mogno-africano é uma alternativa para o reflorestamento, justamente por ter um crescimento relativamente rápido da árvore e que possibilita a recuperação de áreas degradadas em menor tempo. Fato comprovado por pesquisa da Embrapa e também pela experiência do Ricardo.

“Plantar a minha floresta foi também uma forma de ver como a natureza tem a possibilidade de se regenerar e reerguer, pois a floresta de mogno se uniu com a Mata Atlântica que tinha próxima da região”, conta o produtor Ricardo Rogano.

Como começar o seu plantio com o Viveiro Origem?

Nosso viveiro investe muito em pesquisa científica para obter as melhores mudas para os nossos clientes. São anos de estudos e dedicação ao mercado de mogno-africano.

“O Viveiro Origem nos deu toda a assessoria possível quando compramos as mudas. Além disso, as mudas são de alta qualidade e chegaram saudáveis na nossa fazenda. Nossas mudas estão crescendo bem e a assistência pós-venda também tem nos ajudado bastante”, afirma Henrique Cembranelli.

Além disso, trabalhamos em conjunto com nossos clientes, dando toda a assessoria necessária para ele alcançar um plantio de sucesso. “Pude fazer uma visita no viveiro com o agrônomo da minha fazenda e, com isso, vi as mudas de perto. Viramos clientes de carteirinha, pois o suporte foi maravilhoso. O Carlos e a Luciana são pessoas muito flexíveis, que oferecem mudas de qualidade, boa condição comercial e de entrega do produto”, reforça Ricardo Rogano.

Outro cliente que investe em mogno-africano é o Mauro Salles. Ele ressalta que comprou mudas de diversos viveiros, mas o que fez o Viveiro Origem se destacar entre os outros foi a entrega da documentação, cumprir o prazo de entrega e, principalmente, a qualidade. Veja abaixo o vídeo com o depoimento completo:

Como gostamos de frisar com nossos clientes, quando se trata do cultivo de mogno-africano, para ir longe é preciso caminhar em grupo.

O mogno-africano é a madeira do futuro e uma silvicultura muito promissora. Que tal começar hoje mesmo a fazer o seu investimento? Solicite o seu orçamento!

Investir em mogno-africano vai além de comprar mudas e plantá-las. É preciso fazer um acompanhamento de perto e completo para saber se a sua floresta está crescendo de forma saudável e dentro de uma média esperada para a espécie.

Imagine uma criança que acabou de nascer. Você pode preparar o melhor berço, alimentá-la e cuidar com carinho, mas se esquecer de levá-la ao pediatra para monitorar o desenvolvimento e a saúde do bebê, poderá enfrentar situações desagradáveis e não poderá voltar mais no tempo! 

A mesma coisa acontece em uma floresta de mogno-africano. Sem ficar “vigiando” o seu desenvolvimento, corre-se o risco de comprometer grande parte do seu investimento.

Uma etapa importante para acompanhar o desempenho da sua floresta é documentar e monitorar os dados de evolução da floresta. Muitos produtores deixam de lado essa tarefa, seja porque não têm tempo para executá-la, não destinam  verba para contratação de um técnico ou até mesmo por falta de informação.

Para tornar esse trabalho o mais simples possível, criamos uma lista de monitoramento da sua floresta. Veja abaixo o passo a passo!

1.º passo: levantamento dos dados primários

Ao comprar suas mudas de mogno-africano, você já tem acesso a informações relevantes para o seu cultivo. Logo, a primeira coisa a se fazer é documentar sua aquisição. Anote:

  • a espécie de khaya adquirida;
  • o viveiro de origem;
  • o tipo da muda (se é seminal ou clonal/estaquia);
  • número da Nota Fiscal de aquisição das mudas.

Sugerimos sempre exigir do fornecedor das mudas a Nota Fiscal e o Termo de Conformidade assinado pelo responsável técnico do viveiro, pois estes documentos poderão ser importantes futuramente na hipótese de certificação da floresta.

Anotações feitas e documentos arquivados, é hora de aprofundar mais um pouco!

2.º passo: registro do plantio original

Com as mudas de mogno-africano em mãos, certifique-se que sua área possui as condições ideais para o plantio.

Tudo certo para receber as mudas? Então, execute o plantio. Após finalizá-lo, documente as seguintes informações:

    • Local: cidade e Estado onde foram plantadas as mudas;
    • Coordenadas geográficas: indique a latitude e a longitude da sua propriedade;
    • Data: anote o dia, mês e ano do plantio;
    • Pre
      paro do solo:
      o que foi feito para preparar o solo? Gradagem, subsolagem, outros;
    • Características do solo: se você realizou a análise de solo da área antes do plantio, você terá as informações no relatório técnico gerado; 
    • Correções feitas no solo antes do plantio e adubações feitas na cova: detalhe o máximo possível, informando quantidade, tipo de adubação, data de realização;
    • Espaçamento original: qual foi o adensamento definido. Consulte nosso post se tiver dúvidas sobre espaçamento;
  • Mudas totais plantadas;
  • Área total original plantada.

plantio mogno africano

Vencida essa etapa, vamos para uma fase com ainda mais registro de dados!

3.º passo: manejo após o plantio

Alguns meses após o plantio, é normal e até positivo fazer pequenos ajustes. Sendo assim, adicione às suas anotações o seguinte:

  • Irrigação: registre se foi necessário irrigar as mudas, tipo de irrigação implantada, volume de água usado por planta e até qual idade a planta precisou dessa técnica;
  • Consórcio: se decidiu diversificar a sua floresta, anote as culturas que plantou com o mogno-africano, bem como o espaçamento utilizado na linha e nas entrelinhas (para ambas as culturas);
  • Adubação: informe o que foi feito de adubação após o plantio (frequência e quantidade);
  • Combates a pragas e doenças: o que foi feito e quantas vezes foi realizado? Houve perda de mudas por este motivo? Informar se houve o aparecimento de formigas, abelhas, fungos, se houve a morte de alguma árvore ou outras intercorrências. 
  • Replantios: caso tenham sido feitos, anotar a data e registro das mudas como descrito no passo 1.

Pronto! Em 3 passos você já fez a maior parte do trabalho de monitoramento da sua floresta. Se você cumpriu à risca a nossa lista até aqui, a última etapa será mais fácil!

4.º passo: Inventário florestal contínuo (monitoramento anual)

Geralmente, depois de um ano de plantio é preciso fazer um levantamento de dados para saber o quanto a sua floresta cresceu e desenvolveu. Nesse primeiro ano, o intuito maior do levantamento é quantificar a mortalidade das mudas e a altura média. Essa parte do inventário é feita por meio de métodos de amostragem baseados em estatísticas e deve ser realizada, preferencialmente, anualmente, como explicamos no vídeo abaixo:

O mais recomendado é monitorar pelo menos 2 a 5% das árvores plantadas de forma aleatória no plantio (de acordo com o total de área monitorada), porém o cálculo do erro do inventário que lhe trará tal confiabilidade. 

Esqueça a subjetividade e preferência. Ao realizar a amostragem, escolha árvores localizadas em diferentes partes do seu plantio, garantindo assim que não irá medir apenas as melhores e superestimar os valores. 

Importante lembrar de sempre monitorar a mesma amostra original (parcela), ou seja, é esse conjunto de árvores que você acompanhará até o corte final.

O que registrar no inventário anual: 

  • Tamanho da amostra: indicar a porcentagem de árvores analisadas e demarcadas na parcela amostral (formato e tamanho da parcela devem ser definidos previamente).
  • Data da medição: o dia, mês e ano. 
  • DAP: medir a circunferência de cada árvore a 1,30m do solo (CAP= circunferência à altura do peito). Tal medida é convertida em diâmetro em razão da constante 𝝅.
  • Altura: medir a altura total da árvore e também do fuste (geralmente até onde a árvore bifurca ou então abre sua copa). Para medição das alturas, equipamentos específicos são necessários — clinômetros e hipsômetros. É comum na prática de inventário florestal medir apenas parte das alturas e posteriormente estimar as demais com um modelo matemático de regressão. 
  • Informações qualitativas: informações sobre a qualidade do plantio também devem ser incluídas no inventário. Como exemplos podemos citar a qualidade do fuste (tortuosidade) e presença de cancro (intensidade no tronco).

Preste muita atenção nessa dica: se existirem setores com características de mudas, plantios e manejos distintos, recomenda-se avaliar separadamente cada área. A sugestão é tratar como estas áreas como “talhões” e ponderar a quantidade de parcelas amostrais entre os setores.

O ideal é que nesta etapa, caso o produtor não tenha experiência, que se contrate um especialista para realizar o inventário florestal, pois este profissional terá os aparelhos necessários e o treinamento adequado para realizar as medições eficientemente e de forma confiável. 

Os custos de inventário devem ser encarados como parte do investimento quando se pensa em investir em florestas. O retorno virá em produtividade e ganhos gerados por intervenções precoces, graças aos resultados e apontamentos presentes no relatório do inventário florestal. 

Cumprido o quarto passo, você finalizou o seu monitoramento e já documentou os dados mais importantes de sua plantação de mogno-africano.

A importância de cumprir a lista de monitoramento da floresta de mogno

Assim como em outras áreas da nossa vida, só conseguimos melhorar algo se identificarmos o que pode ser medido. Um maratonista, por exemplo, mede o seu tempo de corrida todos os dias. Só assim ele identifica qual tática pode implementar para baixar o seu tempo e, assim, melhorar sua performance.

A floresta de mogno-africano segue o mesmo princípio. Só conseguiremos ter um resultado positivo se acompanharmos de perto o seu desenvolvimento. Dentre os principais benefícios de fazer o monitoramento, podemos destacar:

  • Antecipação de problemas, como a incidência de pragas para combate imediato.
  • Informações para modificar a estratégia do cultivo, já que com os dados coletados é possível comparar o desenvolvimento de sua floresta com outras que possuam condições similares.
  • Tranquilidade para o produtor, que terá dados suficientes para intervir no curso do plantio, caso melhorias possam ser implementadas.
  • Fortalecimento do mercado brasileiro de mogno-africano, já que os dados ajudam em pesquisas científicas para trazer melhorias para a silvicultura da espécie.

Não é uma tarefa fácil coletar todos os dados de uma vez. Contudo, se fizer como sugerimos aqui, todo o processo ficará mais simples e leve. Monitorar a floresta é parte importante do projeto e do investimento. 

Como usar os dados do meu inventário com eficiência

Quem investe em algo tão inovador como o mogno-africano precisa ter a quem recorrer quando precisar tomar decisões referentes ao manejo do cultivo. Dessa forma, o Viveiro Origem oferece todo suporte aos nossos clientes.

Nossos clientes podem compartilhar, via e-mail, todos os dados coletados em inventário conosco. 

Após o recebimento dessas informações, nós iremos compará-los com registros de plantios exemplares de outros clientes que já fazem este monitoramento há muitos anos e, com isto, poderemos sinalizar para você eventuais necessidades de intervenções na sua floresta, caso seja necessário.

Lembrando que oferecemos comparações preliminares e médias, que deverão sempre ser checadas e executadas por profissionais técnicos capacitados

Obviamente, esse processo envolve todo o sigilo dos dados. Para nós, oferecer segurança aos nossos clientes é um pilar essencial do nosso negócio. Conheça um pouco do nosso trabalho:

Nosso objetivo é construir uma parceria a longo prazo com os produtores e queremos que o ciclo do seu investimento se feche de maneira positiva. Nosso lema é: não vendemos mudas, vendemos árvores. O acompanhamento do pós-venda e análise de dados é uma maneira de ajudar nossos clientes a terem um investimento que lhes traga retornos reais no futuro.

Quer entender mais sobre a nossa proposta? Solicite um orçamento!

Qual o cenário atual sobre melhoramento genético de mudas clonais de mogno-africano no Brasil? Como a escolha entre muda clonal e seminal afeta a minha floresta? 

Essas questões são comuns entre os interessados em cultivar mogno-africano. Para esclarecer essas dúvidas, a Associação Brasileira de Produtores de Mogno Africano (ABPMA) convocou um time de pesquisadores em silvicultura e viveiristas para uma conversa rica sobre o tema, ocorrida no dia 26 de abril de 2021.

Participaram do encontro:

  • Milton Frank, Especialista em khayas e Mediador da Roda de Conversa da ABPMA.
  • Dr. Evandro Novaes, Engenheiro Florestal, Mestre em Genética e Melhoramento e PhD em Recursos Florestais.
  • Teotônio Assis, Mestre em Genética e Melhoramento, Engenheiro Florestal e Consultor na Empresa Assistech.
  • Jaldes Langer, Engenheiro Florestal da empresa Langermaz e Flora Sinop.
  • Luciana Maluf, Administradora e Diretora do Viveiro Origem, especializado em mudas de mogno-africano.
  • Patricia Alves Fonseca, Diretora Executiva da ABPMA.

O objetivo do bate-papo, além de mostrar ao produtor os fatores envolvidos na produção de uma muda de qualidade, fez parte da celebração dos 10 anos de existência da ABPMA. 

A entidade visa fortalecer o mercado do mogno no Brasil e reforçar que, unindo planejamento e parcerias certas, a espécie é um ótimo investimento.

Por isso, fizemos um resumo da conversa com os principais pontos neste post. Confira!

O que significa clonar uma árvore?

Entender o processo de clonagem é um ponto importante para saber como essa técnica pode impactar a produtividade da sua floresta. 

Segundo Teotônio Assis, clone é“… um conjunto de plantas propagadas vegetativamente oriundas de um indivíduo e têm como características serem geneticamente idênticas entre si e idênticas à árvore de origem”.

Ainda de acordo com Teotônio,  uma árvore superior, através da clonagem, pode se transformar em uma floresta superior porque tem esse potencial, e a clonagem é uma técnica que cria milhares e milhares de cópias idênticas. 

Assim, se você tem uma árvore superior e consegue clonar esta árvore, considerando que o clone cresça em um ambiente semelhante ao da árvore original e que não se cometa nenhum pecado fisiológico no meio do caminho, a tendência é que você transforme uma árvore superior em uma floresta superior.   

Luciana Maluf, que é a proprietária do Viveiro Origem, complementou os ensinamentos compartilhados por Teotônio, apresentando o conceito de família clonal, na qual a base genética não é única, como acontece no caso dos clones registrados e protegidos (conhecidos como cultivares).

Desde a criação do Viveiro Origem, em 2002, foram estabelecidos jardins clonais com mudas selecionadas e, atualmente, o Viveiro conta com mais de 60 mil matrizes produtivas. 

Mudas do Viveiro Origem

Estas matrizes vêm produzindo mudas por meio da técnica de clonagem (reprodução assexuada por meio de estaquia) e estas mudas têm demonstrado um resultado superior no campo se comparadas às mudas seminais.  

Os resultados obtidos serão melhor explicados abaixo nos exemplos de iniciativas existentes para o mogno-africano no Brasil relacionados ao processo de melhoramento de mudas.

Existem riscos na clonagem de mudas de mogno-africano?

Assim como qualquer ciência, existem margens de risco no processo de clonagem das mudas. Teotônio, especialista no assunto, explica que: 

“Os riscos são inerentes de qualquer processo onde você reduz muito a base genética. Então, uma floresta de um clone só é uma floresta de uma árvore só. Então, se essa árvore, por algum efeito do ambiente ou de pragas e de doenças vier a ser afetada, a floresta inteira será”.

Quando o plantio é por semente, existe uma variabilidade genética incorporada neste material.

sementes de mogno-africano

Sementes de mogno-africano

Apesar de que, do ponto de vista biológico, exista esta fragilidade teórica, no Brasil já temos experiência há mais de 40 anos fazendo clones e até hoje nunca aconteceu uma catástrofe que pudesse ser atribuída exclusivamente ao uso da clonagem. 

Ainda segundo Teotônio, a clonagem foi capaz de elevar a produtividade volumétrica das plantações de eucalipto no Brasil de 8m3 por hectare/ano na década de 70/80 para mais de 41 m3 por hectare/ano em 2010. Um resultado 5 vezes superior à produtividade inicial.  

Os riscos existem, mas são pequenos. Se os processos de clonagem e testagem forem feitos adequadamente, a tendência é que a técnica funcione da mesma maneira para o mogno-africano.

O professor Evandro complementou a reflexão, alertando para o balanço que se deve fazer entre ganho e risco, já que a clonagem tende a gerar muito ganho, mas, também, pode aumentar um pouco os riscos, à medida que diminui a variabilidade genética. 

Em sua opinião, nenhum produtor deveria plantar um único clone, mas sim clones variados até que estes sejam exaustivamente testados e comprovados.

Como está a pesquisa de melhoramento genético para o mogno-africano?

pesquisas em mogno africano

Pesquisas crescem no mogno-africano

O cultivo das espécies khayas no Brasil ainda é algo muito recente. Conforme palavras do próprio professor Evandro, ainda estamos engatinhando em termos de melhoramento genético para o mogno-africano no Brasil.

Além das pesquisas ainda estarem em fases iniciais, o professor pontuou muito bem a questão climática que envolve todos os testes de melhoramento genético. 

Por mais que se diversifique as áreas para os testes de clonagem e se faça o plantio em diferentes regiões do país, o clima influencia muito nos resultados e é um fator imprevisível.

Ainda assim, os produtores podem se manter otimistas sobre o melhoramento genético. Pesquisas e testes em relação à qualidade das mudas e também a clonagem de árvores superiores têm sido feitos em várias partes do país. 

Abaixo, citaremos os exemplos que se destacam no mercado e que foram citados na “Roda de Conversa”:

Minas Gerais

Em Minas Gerais, o trabalho do Viveiro Origem, com início em 2012, tem sido importante devido ao seu investimento em pesquisa. Foi criado um laboratório de biotecnologia dentro do viveiro para desenvolver estudos que visam melhorar a qualidade das mudas entregues ao produtor. 

Hoje, o viveiro conta com mais de 60 mil matrizes escolhidas por critérios rigorosos de qualidade da origem e características fenotípicas das mudas. Estas matrizes (família clonal) vêm produzindo mudas por meio da técnica de clonagem.  

Mesmo que estas matrizes ainda não sejam registradas e de um clone único, este meio de propagação já vem demonstrando um resultado superior e positivo em campo. 

Registros feitos por meio de inventários em locais nos quais foram plantadas mudas seminais e mudas clonais (clones multifamiliares) apresentaram os seguintes resultados, cuja divulgação foi permitida pelo proprietário das duas fazendas, o empresário Ricardo Tavares:

  • Fazenda Atlântica: localizada em Pirapora/MG, com plantio irrigado e com quase 10 anos. Neste plantio, as mudas clonais tiveram um ganho superior em termo de DAP e fuste se comparadas às mudas seminais plantadas na mesma época. O volume do ganho foi superior em quase 17%.
  • Fazenda Florestas da Canastra: localizada em São Roque de Minas/MG, com plantio não irrigado e com 1 ano e meio. Neste plantio de 40 hectares, feito com mudas do Viveiro Origem, as mudas clonais apresentaram um DAP 23% e altura 9,5% superiores em comparação às mudas seminais.

Esta superioridade pode ser justificada por meio dos resultados de um trabalho de mestrado desenvolvido pela aluna Natallia Campelo, orientanda da Dra. Gracielle Costa, que é pesquisadora responsável pelo Laboratório do Viveiro Origem e coordenadora do Mestrado em Biotecnologia do UNIFEMM em Sete Lagoas/MG. 

Este estudo demonstrou que as mudas de mogno-africano feitas pela técnica de clonagem apresentam volume superior de sistema radicular em 25% se comparados às mudas seminais. Este trabalho de mestrado será em breve publicado.

Outra justificativa para a superioridade em campo seria a idade genética das matrizes clonais, que dariam mais maturidade às plantas em campo. 

Goiânia

O professor Evandro desenvolveu um trabalho na área de clonagem com o Viveiro Mudas Nobres, em Goiânia. Na ocasião, foi realizada uma visita nas fazendas mais antigas de mogno-africano no Brasil e avaliou-se a altura e diâmetro de mais de 4 mil árvores. 

Desse volume, foram selecionadas as 53 melhores árvores em termos de diâmetro, altura de fuste, além de outros aspectos que indicassem que esses indivíduos estavam saudáveis. 

Essas árvores foram clonadas e instalaram-se os primeiros testes clonais em fazendas em diferentes regiões do país. Os resultados iniciais são muito bons e em breve será publicado um artigo a respeito. Estes testes têm 4 anos.

Mato Grosso

Jaldes Langer, Engenheiro Florestal da empresa Langermaz e Flora Sinop, contou ter iniciado seu trabalho com 200 sementes obtidas no Pará, na sede da Embrapa em 1998. 

Estas árvores plantadas foram monitoradas e as melhores matrizes foram selecionadas. Destas árvores superiores foram produzidas mudas de sementes e, em 2016, iniciou-se um processo de coleta de material apical destas matrizes para introdução no viveiro. 

Este material foi plantado em 4 repetições. Ainda não se tem o resultado definitivo, pois é um trabalho complexo. 

“A passos lentos, mas com segurança e profissionalismo, o Brasil todo está hoje gostando da cultura do mogno-africano. Eu acredito que nós teremos bons frutos a médio e longo prazo, pois estamos fazendo o trabalho de casa muito bem-feito e embasado, com parcerias com empresas e universidades. Estamos no caminho certo”, completou Jaldes em seu depoimento

São Paulo

Outra iniciativa, reportada pelo Professor Evandro Novaes, foi iniciada pela empresa Futuro Florestal com o mogno da espécie khaya senegalensis, na qual foram importadas da África 30 progênies de 3 locais diferentes que estão sendo testadas em 7 regiões distintas do Brasil.

Como escolher a muda ideal de mogno-africano?

Mudas de mogno-africano em tubetes

É possível encontrar mudas clonais de diferentes valores no mercado. Os viveiristas presentes na Roda de Conversa ressaltam que existe um trabalho muito complexo e de alto investimento no manejo e qualidade das mudas dentro do viveiro, que, obviamente, reflete no preço final da venda.

Segundo informações passadas por Luciana Maluf, “um processo sério envolve custo e manejo desde a nutrição do jardim clonal, passando pela composição e volume do substrato que não pode ser qualquer um. A boa muda para chegar no ponto ideal tem que ter espaço de viveiro para mantê-las segregadas. São vários fatores que a gente analisa para, na hora de fazer a expedição da muda, ter um critério rigorosíssimo de qualidade”. 

A estimativa é de 6 meses a 1 ano para que uma muda de mogno-africano atinja a boa formação e maturidade para ir ao campo. 

Por esse motivo, o preço não pode ser o único fator para determinar a sua decisão de compra. Desenvolver mudas clonais e seminais de qualidade envolve um trabalho de alta complexidade.

Como pode ser definida a qualidade genética superior de uma árvore?

Muitas vezes o produtor confunde a aparência com a qualidade genética da árvore. 

Quando se vê uma árvore forte, bonita, com bom DAP, fuste e livre de doenças no campo automaticamente associamos isso a uma boa qualidade genética. 

No entanto, essas características não são garantia de que, ao se plantar clones dessa árvore, você terá uma floresta de sucesso. A superioridade pode ser decorrente de fatores genéticos, mas também de fatores externos.

Segundo o professor Evandro Novaes, “o que vemos externamente em uma árvore não é a sua condição pura e simplesmente genética, mas a expressão da sua genética influenciada pelo ambiente. Então, olhando uma única árvore fica difícil saber se aquela superioridade é de natureza genética e se será transmitido para as próximas gerações. A superioridade ambiental dependerá de você replicar aquele ambiente e isso só se consegue avaliar com experimentação”.

Considerações finais

Todo processo de clonagem envolve muita pesquisa e testes. Considerando que o mogno-africano é uma cultura recente no país, é de se esperar que se leve tempo para amadurecer a técnica.

Conforme bem pontuado pelo Mestre em genética, Teotônio Assis, para o mogno, em uma projeção de cenário mais consercador, para se definir o clone partindo-se de matrizes escolhidas seriam necessários 42 anos para finalizar esse trabalho. 

Existe a possibilidade de redução com seleções precoces, como foi feito para o eucalipto, que poderia reduzir este prazo para 22 anos. 

Como exemplo, ele citou que para o eucalipto, menos de 1% das matrizes superiores selecionadas se transformam em clones recomendados. Problemas na propagação podem atrapalhar o processo de clonagem.

Segundo suas palavras, “como a questão é muito nova em mogno-africano teremos que ir aprendendo aos poucos. Não existe nenhuma regra pronta. O que podemos afirmar é que todas as espécies lenhosas sofrem o efeito da maturação e da juvenilidade. A juvenilidade é fundamental para que se possa transmitir a superioridade da árvore para o clone”. 

Os participantes finalizaram a conversa entrando em um consenso geral sobre o futuro do mogno-africano no Brasil: de que é um caminho que ainda está começando, mas com grandes perspectivas de sucesso.

O otimismo é muito pautado pelas boas iniciativas promovidas pela ABPMA na construção e condução de parcerias que incentivam a disseminação de informação de qualidade, de valorização da pesquisa e de muita troca de conhecimento entre produtores de mogno-africano em todo país.

O mercado do mogno tem um potencial enorme, mas ficou claro que só dará bons frutos se for feito um trabalho de equipe. Como bem lembrou Luciana Maluf, no encerramento da conversa, “Se quiser ir rápido, vá sozinho. Se quiser ir longe, vá em grupo”.  

Com isso, terminamos o nosso resumo. Para mais informações e detalhes sobre o futuro do melhoramento genético do mogno-africano vale muito à pena conferir o bate-papo completo, disponível abaixo:

 

Ainda têm dúvidas sobre como comprar uma muda de qualidade? Entre em contato com o Viveiro Origem!

A madeira é uma das matérias-primas mais utilizadas pelo homem ao longo dos anos. Olhe ao seu redor. Garanto que encontrou algum item feito desse material, não é mesmo? Então, é fácil entender os motivos que tornam esse mercado tão promissor no Brasil e no mundo.

Se o seu objetivo é comercializar este produto, já sabe que qualidade é um valor inegociável para ter alto rendimento. Também entende que é preciso seguir uma legislação rigorosa para explorar o mercado madeireiro. Por fim, tem consciência de como é difícil alinhar todos esses fatores.

Bom, é por isso que você precisa conhecer mais sobre mogno-africano. A madeira dessa espécie tem sido considerada como um ótimo investimento por vários motivos e neste texto explicaremos cada um deles. Confira!

Uma madeira nobre e versátil

A versatilidade do mogno-africano é um dos principais fatores que fazem a espécie ser escolhida para cultivo no Brasil. Sua madeira serve de insumo para:

  • Fabricação de móveis;
  • Criação de adornos e objetos;
  • Construção civil;
  • Confecção de revestimentos e acabamentos.

De tom rosado e castanho mais avermelhado, é um tipo de madeira fácil de ser tonalizada e de alcançar um excelente acabamento. Isso deixa o aspecto final das peças criadas com uma estética diferenciada.

Além disso, a qualidade do mogno-africano já é reconhecida por marceneiros, designers e arquitetos desde meados dos anos 2000. A Associação Brasileira dos Produtores de Mogno Africano (ABPMA), por exemplo, criou em 2016 o Mahog Project, iniciativa que convidou diferentes profissionais para criarem peças com o mogno-africano e que alcançou uma repercussão bastante positiva para o setor.

Eventos importantes do segmento de design e com projeção internacional, como a Casa Cor, sempre expõem vários utensílios feitos com a madeira e muitos profissionais criam ambientes utilizando o mogno para enfatizar toda a sua beleza, durabilidade e qualidade. 

Por fim, várias empresas estão fazendo parcerias com profissionais renomados do mercado para inserir ainda mais o mogno-africano em seus produtos. Um exemplo é a linha criada por Paulo Alves em conjunto com a Westwing. As peças confeccionadas usando a madeira foram as cadeiras Bo, em homenagem à Lina Bo Bardi, o banco Samba e a mesa Jô.

Créditos: Divulgação/Site Paulo Alves (pauloalves.com.br)

Facilidade no cultivo e alta rentabilidade

Além da questão estética, outros aspectos do mogno-africano o tornam um bom investimento para os produtores brasileiros, como:

  • Fácil adaptação ao solo;
  • Baixa incidência de pragas e doenças;
  • Cultivo e manejo simplificado se comparado com outras espécies de madeiras nobres.

A maturação da espécie para a comercialização de madeira beneficiada demora entre 15 a 20 anos, a depender dos objetivos do produtor e desenvolvimento da floresta. No entanto, durante os desbastes realizados para a manutenção da floresta, já seria possível vender a madeira (conhecida como “mogno-jovem”) para serrarias ou beneficiá-la, o que contribui para o silvicultor já ter algum rendimento antes do corte raso da floresta.

A viabilidade e rentabilidade desse investimento também possui altos valores de taxa interna de retorno, entre 14% e 20% para a madeira beneficiada, conforme dados contidos no livro “Mogno-africano — atualidades e perspectivas do cultivo no Brasil” publicado pela Embrapa, sendo superiores à maioria das opções de renda fixa disponíveis no mercado.

No vídeo a seguir, você pode conferir também mais algumas informações que indicam a força do mogno-africano no mercado: 

Alternativa para o reflorestamento 

O diferencial do mogno-africano está especialmente na possibilidade de os novos plantios e a extração futura dessas florestas serem facilitados, visto não haver necessidade de autorização prévia para plantio, caso este seja feito em áreas sem restrições/impedimentos, como, por exemplo, áreas de reserva legal, áreas de preservação permanente ou áreas que precisem ser desmatadas para plantar. 

O que a legislação exige é apenas a comunicação do plantio aos órgãos ambientais estaduais. Portanto, os plantios de madeira exótica (não nativas do Brasil) são desburocratizados, o que facilita todo o processo de silvicultura e comercialização.

Outro ponto positivo é que o mogno é uma madeira muito apreciada nos mercados europeu, norte-americano e chinês. A sua versatilidade e durabilidade, como já citamos anteriormente, fazem com que essa matéria-prima seja muito procurada nesses locais para atender às indústrias de mobiliário, decoração, automotiva, aeronáutica, farmacêutica e naval.

Além disso, de acordo com uma recente publicação da Embrapa, o mogno-africano tem se tornado uma das espécies preferidas pelos reflorestadores. O crescimento relativamente rápido da árvore possibilita a recuperação de áreas degradadas em menor tempo, favorecendo a recuperação da flora e fauna do local do plantio.

O reflorestamento é uma atividade sustentável e sua realização contribui para:

  • Melhorar o microclima da região na qual o plantio é feito.
  • Aumentar a retenção de água no solo.
  • Reduzir erosões.
  • Recompor a fauna da região.
  • Evitar que a madeira nativa seja derrubada e novas áreas sejam degradadas.

Com todos esses benefícios, o mogno-africano deixou de ser uma tendência e passou a assumir um papel de protagonista na silvicultura brasileira. 

Quer fazer parte desse futuro promissor? Entre em contato com o Viveiros Origem e solicite o seu orçamento!

 

Uma madeira nobre, versátil e que vem despertando o interesse dos produtores no Brasil. Assim podemos definir o mogno-africano, espécie que é conhecida e admirada no mundo todo e cuja produção tende a crescer nos próximos anos.

Tamanho sucesso na silvicultura rendeu ao mogno-africano papel de destaque em reportagem ao Globo Rural, um dos programas mais famosos no país sobre agricultura. Por isso, achamos interessante ressaltar alguns pontos da reportagem neste post. Confira!

Quanto os produtores investiram por hectare em mogno-africano?

Várias árvores de mogno-africano

Essa pergunta é uma das primeiras que as pessoas fazem quando querem iniciar o plantio em mogno-africano. Bom, o valor de investimento por hectare depende de vários fatores relacionados à realidade de cada fazenda/produtor, como:

  • distância dos fornecedores;
  • custos de mão de obra;
  • investimentos em correção do solo;
  • espaçamento escolhido durante o plantio;
  • necessidades de manejo na floresta;
  • quantidade de mudas plantadas por hectare;
  • entre outros.

Em entrevista ao Globo Rural, dois agricultores que foram precursores no plantio de mogno-africano no Brasil, relataram como foi o planejamento e o orçamento destinado para esse investimento.

Ricardo Tavares

O agricultor e empresário destinou 500 hectares do espaço da sua fazenda, em Pirapora (MG), para o plantio da espécie khaya grandifoliola

Ele separou o plantio de mogno em duas áreas: uma com espaçamento 6 m × 6 m e outra com espaçamento 10 m × 10 m. A área com espaçamento mais adensado (6 m x 6 m) foi a que teve maior rendimento. 

Segundo Tavares, em reportagem concedida ao Globo Rural, o custo total do projeto em uma estimativa de 20 anos foi em torno de R$70 mil por hectare. O empresário ainda estima que conseguirá um rendimento final de 400 m³ de tora por hectare.

Na fazenda de Tavares ainda há uma coleção com 17 outras espécies de árvores, entre elas: Cedro Australiano, Ipê, Jatobá e Teca. Ele afirma na reportagem que é claramente visível como o mogno-africano se desenvolveu mais do que as outras espécies de madeira plantadas.

Paulo Sabonge

Na fazenda em Paracatu (MG), também é possível encontrar uma floresta de mogno-africano em crescimento. O plantio da espécie foi feito com um espaçamento ainda mais adensado (6 m × 4 m) e já foi realizado o primeiro desbaste das árvores. 

Em reportagem ao Globo Rural, Paulo Sabonge, afirmou que foram investidos R$6,5 mil por hectare para o plantio (sem sistema de irrigação) e que o plano é realizar o plantio de 25 hectares ao ano.

Você pode conferir a matéria completa sobre mogno-africano realizada pelo Globo Rural aqui.

Como dissemos acima, o valor do investimento depende de vários fatores, mas verificamos que no primeiro ano (implantação da floresta), os custos têm girado entre R$6 e R$18 mil. Fora estes custos, existirão custos de irrigação, manejo da floresta, corte (desbastes e corte final) e do possível beneficiamento da madeira.

É possível ter uma noção dos valores do investimento no mogno usando a nossa calculadora. 

Qual o retorno que os produtores podem ter investindo em mogno-africano?

É importante mencionar que todas as estimativas de retorno em mogno-africano ainda se tratam de projeções, visto que não existem no Brasil ciclos comerciais fechados com volumes históricos relevantes. Além disso, os valores comerciais disponíveis no mercado internacional são provenientes de florestas naturais.

Ainda assim, o investimento em mogno-africano é promissor. Um estudo realizado pela International Tropical Timber Organization (ITTO), comprova que o valor do metro cúbico de madeira serrada vem crescendo nos últimos anos, como mostra o gráfico* a seguir: 

*O gráfico foi construído utilizando os valores de exportação de madeira serrada de K. ivorensis proveniente de florestas nativas da República do Gana, disponibilizados pela ITTO nos relatórios de mercado de madeira tropical (primeira quinzena mensal), numa série histórica de cinco anos, desde abril de 2013 a abril de 2018. Fonte: Livro “Mogno-africano (khaya spp.): atualidades e perspectivas do cultivo no Brasil”, publicado em 2019.

O mesmo estudo ainda revela que, uma vez bem planejado e com a realização das manutenções necessárias, o plantio de floresta de mogno-africano pode render altos valores, atingindo taxas internas de retorno de 14% a 20%, se mostrando superior à maioria das taxas de renda fixa disponíveis no mercado. 

Já uma pesquisa feita pela Embrapa, estima que cada hectare (10 mil metros quadrados) plantado no território nacional atualmente pode obter 160 m³ de madeira serrada, a um valor de mercado de R$2.300 mil por m³. Portanto, ao final do ciclo, a expectativa de receita bruta através da madeira serrada de um projeto de 1 hectare poderá chegar em aproximadamente R$370 mil.

Trabalhadores cuidam das mudas de mogno-africano em estufa

Contudo, antes mesmo de atingir o seu ciclo final, que acontece entre 18 e 20 anos, pode ser necessário realizar alguns desbastes no mogno-africano, cuja quantidade e manejo deverão ser definidos conforme desenvolvimento da floresta (aferido por meio de inventários). Se a floresta tiver bom desenvolvimento, a madeira retirada no desbaste poderá ser absorvida pelo mercado como “mogno jovem”, gerando algum rendimento ao produtor.

Além da comercialização para o exterior, há outras possibilidades de rentabilidade com a floresta de mogno-africano, como a venda de madeira “em pé” ou a venda dos créditos do plantio para fazendas com déficit em área de reserva.

Agora que você já sabe o que é preciso para começar a investir em mogno-africano, que tal saber mais sobre o plantio dessa espécie? Nesse post falamos sobre as condições ideais para implantar uma floresta de mogno-africano de sucesso!

Já ouviu aquele ditado “O olho do dono é que engorda o gado”? Então, ele faz todo sentido quando falamos do desenvolvimento saudável de uma floresta de mogno-africano. 

Quando o plantio da espécie já está estabelecido, temos que monitorá-lo para ver se as decisões tomadas durante o planejamento foram adequadas, bem como identificar o que é necessário corrigir para obter melhores resultados.

Uma das formas mais efetivas de se fazer o monitoramento do desenvolvimento da floresta é por meio de inventários anuais. Com os dados levantados, o produtor pode quantificar e qualificar sua floresta, além de projetar qual será o seu resultado.

Como cada povoamento tem suas próprias características, não existe uma fórmula única para fazer os desbastes e intervenções para manter sua floresta saudável. Cada produtor terá que encontrar as medidas que mais se adequam ao seu negócio. 

Contudo, existem alguns aspectos chaves para os quais todos os silvicultores de mogno-africano devem ficar atentos, caso queiram obter sucesso no investimento. Confira!

DAP

O Diâmetro à Altura do Peito (DAP) é uma das variáveis mais importantes medidas em um inventário florestal. Ele afere um dos parâmetros que irão indicar se a sua floresta está ganhando volume, ou seja, se não está estagnada. 

Existem vários instrumentos para se medir o DAP de uma árvore, mas o instrumento mais prático e acessível para se medir o DAP é a fita métrica. Mede-se, na verdade, o CAP – Circunferência à Altura do Peito. 

Depois, é feito um cálculo convertendo esse valor para diâmetro. A fórmula utilizada para se achar o DAP de uma árvore é a seguinte:

Ou seja, medida a circunferência à altura do peito, divide-se este valor por = 3,141592para se encontrar o diâmetro da árvore analisada. Veja na imagem abaixo a sinalização do CAP e do DAP:

Fonte: KLOCK (2008) – adaptado. KLOCK, U. ENGENHARIA INDUSTRIAL DA MADEIRA-AT062: medição de madeira. Curitiba: UFPFR, 2008.

Segundo a Embrapa, por questões de ergonomia e praticidade, a medição do diâmetro da árvore é padronizada em uma altura de 1,30 m do nível do solo, como mostra a imagem a seguir:

Fonte: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO

Se a floresta não estiver ganhando volume, será preciso fazer intervenções, como desbastes para diminuir a competição entre as árvores ou a adubação complementar, por exemplo.

Altura 

Outra variável importante é a altura do fuste da árvore. Esse dado também é importante para determinar o volume de madeira da floresta.

A altura de fuste ou comercial, é medida desde a base da árvore até o ponto mais elevado próximo da copa. Com essa informação é possível ver o quanto de madeira a sua floresta terá para comercializar. 

Se a sua floresta gerar árvores com copas baixas, por exemplo, o fuste será pequeno e terá menor valor comercial.

Na imagem abaixo, você pode ver o exemplo de um inventário que mostra a evolução do DAP e a altura de fuste da floresta de mogno-africano da Fazenda Atlântica, em Pirapora (MG), com uma comparação entre mudas de origem seminal e clonal (feitas por estaquia): 

Formato dos troncos

O que se busca em um plantio comercial destinado à exploração da madeira é a obtenção de fustes retos e com qualidade, para se obter um bom aproveitamento nas serrarias. Portanto, não adianta ter volume se não tiver um bom padrão de madeira. Fustes tortuosos, bifurcados, com doenças e deformações podem comprometer todo o trabalho feito. Veja na imagem abaixo os diferentes formatos de troncos:

Fonte: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO

Enquanto não se tem para o mogno as cultivares (clones registrados) com uma maior uniformidade nos plantios, os fatores que podem influenciar no formato dos fustes da floresta são os seguintes: 

  • Espaçamento entre as árvores. Sugerimos de 400 a 550 árvores iniciais por hectare para atingir de 100 a 200 unidades no final do ciclo.
  • Desbastes periódicos para redução do número de indivíduos por hectare (reduzindo a competição entre as árvores e preservando os melhores indivíduos).
  • Controle da adubação e água. O excesso pode gerar um crescimento acelerado sem qualidade que pode deixar a planta sem estrutura e suscetível à tombamentos ou tortuosidade.
  • Análise da necessidade de barreiras físicas para quebrar o vento (com eucalipto, por exemplo).

Baixa incidência de pragas

A floresta precisa ser sempre monitorada para não ser acometida por pragas e doenças. É importante observar se estão surgindo formigas, abelhas ou outros insetos na área do plantio, bem como, verificar a coloração das folhas e dos troncos, para ter certeza que não há a presença de fungos ou outros patógenos. 

É extremamente relevante, durante esse monitoramento, documentar a quantidade de árvores que foram atacadas por pragas ou doenças e registrar essa porcentagem no inventário. São essas informações que permitirão traçar medidas corretivas e/ou preventivas para minimizar os impactos na floresta. 

Vale ainda observar a necessidade frequente de  combater a mato-competição. Já existem estudos científicos comprovando o impacto negativo do mato no desenvolvimento do mogno.

Como fazer o monitoramento da floresta?

O ideal é contratar um técnico capacitado, que possa visitar a área periodicamente para elaborar inventários e avaliar as condições gerais da floresta. Estas visitas têm como objetivo identificar os pontos a serem melhorados e, assim, propor as intervenções necessárias para manter o plantio em desenvolvimento com o máximo de qualidade.

Caso o produtor não consiga investir em um técnico no momento, a ação mais recomendada é ele mesmo coletar esses dados, por meio de visitas frequentes ao plantio, para fazer registros fotográficos e levantamento de dados e informações que poderão ser analisadas e discutidas posteriormente com um profissional. 

Nós, do Viveiro Origem, podemos ajudar nossos clientes a identificar a necessidade de possíveis intervenções na floresta com base nos dados coletados.

Vale ressaltar que este suporte é uma espécie de dupla checagem que dará ainda mais segurança aos nossos clientes. Nada substitui um inventário completo e uma análise técnica executada por profissionais capacitados para a função. 

Quer saber mais sobre como o Viveiro Origem pode potencializar o seu investimento em mogno-africano? Entre em contato conosco!

Cada silvicultura tem o seu próprio “dialeto”. Com o mogno-africano não é diferente. É comum, quando estamos pesquisando sobre o plantio da espécie, nos depararmos com termos como “DAP da árvore” ou “rustificação da muda” e não sabermos exatamente o que eles significam.

Se esse é um desafio para você que está começando a sua jornada no mundo do mogno-africano, este post é a solução. Separamos por fases de cultivo, os principais conceitos usados no dia a dia de quem investe em floresta de mogno para você poder consultar sempre que tiver dúvidas. Confira!

Termos de plantio

A primeira etapa do plantio do mogno-africano envolve o planejamento, escolha das mudas, adubação e outras etapas que você pode saber mais aqui. Então, durante esse período da sua pesquisa, você verá os seguintes termos:

Sobre a espécie

  • Mudas obtidas pelo processo de clonagem: são as cópias idênticas à planta de onde se retirou o material vegetal para sua produção, que é chamada de matriz.
  • Mudas seminais: são mudas provenientes de sementes da planta.
  • Khaya: é o nome científico do gênero do mogno-africano.
  • Khaya grandifoliola: conhecida como mogno-da-folha-grande, a khaya grandifoliola é uma das Khayas mais plantadas em território brasileiro, pois se adaptou muito bem ao clima e ao solo. Existem mais outras três espécies de mogno-africano e explicamos as diferenças entre cada uma delas no vídeo abaixo:
  • Raízes ativas: são as raízes novas e bastante vitalidade, na cor branca, e têm a função de absorver a água e os nutrientes do solo, permitindo o desenvolvimento da planta.
  • Raiz enovelada: a tendência das raízes do mogno-africano é de crescer para baixo, afinal, elas vão sustentar toda a árvore. Quando as mudas são cultivadas de maneira não adequada, como, por exemplo, em saquinhos por longo período, as raízes podem enrolar (ou enovelar) umas nas outras e isso prejudica o crescimento da planta. Por isso, uma muda de mogno-africano de qualidade não deve ter as raízes enoveladas.
  • Haste lignificada: é a condição que indica que a haste da muda está madura e firme para a realização do plantio. Para saber se a haste já atingiu essa firmeza, ela precisa estar mais rígida e apresentar a tonalidade marrom.

Sobre planejamento

  • Espaçamento: é a distância escolhida entre as mudas na hora do plantio. Existem vários espaçamentos sugeridos para o cultivo do mogno-africano e neste link você encontra mais detalhes sobre o assunto. 
  • Análise do solo: é uma análise feita em laboratório a partir de uma amostra do solo, que visa indicar sua composição e apontar para a necessidade de eventuais correções, conforme a cultura que se pretende implementar na área. Deve ser feita antes do plantio e sempre que necessário para novas adubações. Neste link você encontra um vídeo no qual ensinamos uma forma de fazer esta coleta de material para envio ao laboratório.
  • Irrigação: fornecimento de água suplementar para suprir a deficiência hídrica (falta de água) das regiões nas quais as mudas foram plantadas, evitando o prejuízo no funcionamento do seu metabolismo. 
  • Irrigação localizada: é a aplicação direta de água na região onde a muda foi plantada, irrigando diretamente as raízes da planta. A irrigação pode ser feita por superfície, com a técnica de gotejamento (mais utilizada e mais econômica), ou por microaspersão, simulando uma chuva e umidificando não só o solo, mas também a planta. 
  • Irrigação de salvamento: é feita com a utilização de carros pipa, mas que pode gerar custos superiores aos de uma irrigação convencional a depender do tamanho do plantio e volume de água utilizado.

Sobre adubação

  • Calagem: é uma etapa do preparo do solo que consiste na adição de calcário ou cal virgem para diminuir a acidez e fornecer nutrientes para as plantas.
  • Cova: é o espaço aberto no solo para receber o plantio da muda. No caso do mogno-africano, deve ser realizado o coveamento manual ou mecanizado a uma profundidade de no mínimo 60 cm, de modo a favorecer o melhor desenvolvimento do sistema radicular, como mostra a imagem:

Cova

  • Nutrientes: são compostos presentes no solo e que servem para nutrir a planta. Quando se faz uma análise de solo, por exemplo, um dos pontos verificados são os nutrientes presentes na terra. A boa nutrição ajuda no desenvolvimento e no sucesso do plantio. Os nutrientes são divididos em duas categorias: macronutrientes e micronutrientes.
  • Micronutrientes: são os nutrientes que asseguram o desenvolvimento saudável das plantas, mas são absorvidos por elas em menor quantidade. Exemplos de micronutrientes: zinco, ferro, manganês, boro, cloro, cobre e molibdênio. 
  • Macronutrientes: são os nutrientes principais para a saúde das plantas e são absorvidos em maior quantidade. Como macronutrientes primários temos: nitrogênio, fósforo, e potássio (famoso NPK). Além desses, são também essenciais para as plantas o cálcio, o magnésio e o enxofre, que são considerados macronutrientes secundários.

Termos de desenvolvimento da floresta

Depois do plantio, a próxima fase é acompanhar o crescimento da sua floresta. Será comum você planejar e discutir sobre os conceitos a seguir:

  • DAP: é a sigla para diâmetro à altura do peito. É uma das mais importantes variáveis que precisam ser medidas para o inventário florestal. É a medida que se refere ao estudo das dimensões das árvores, com o objetivo de determinar o volume de uma floresta.
  • Desbaste: Os desbastes são cortes feitos em árvores de mogno jovem para favorecer os indivíduos que se desenvolveram melhor até o momento, deixando mais espaço para eles e diminuindo a competição pelos nutrientes do solo, iluminação e água.
  • Fechamento de copa: é o que acontece quando as partes aéreas do mogno (compostas pelos galhos e folhas) são densas e largas o suficiente para sombrear a maior parte do solo da floresta. 
  • Matocompetição: é quando o mato entra em competição pelos nutrientes do solo com as mudas plantadas, prejudicando o desenvolvimento da floresta.
  • Manejo: é um conjunto de técnicas usadas para o bom cultivo do mogno africano, garantindo que a floresta tenha um bom desenvolvimento.
  • Desrama: é a remoção de ramos/galhos das árvores para otimizar o seu desenvolvimento. A desrama pode se dar de forma natural (como geralmente ocorre com as Khayas grandifoliolas) ou de forma mecanizada (mais utilizada na espécie Khaya senegalensis).

Termos de comercialização

A negociação está presente em todas as etapas da silvicultura do mogno-africano, começando pela compra de mudas até a venda final da madeira. Por isso, você ouvirá falar bastante de:

  • Viveiro de mudas: é a estrutura para o cultivo de mudas (como mostra a foto abaixo). Esse espaço oferece condições controladas para que as mudas cresçam e se desenvolvam até atingir a maturidade ideal para serem comercializadas e replantadas pelos produtores. 
Viveiro de mudas de mogno-africano

Viveiro de mudas de mogno-africano do Viveiro Origem.

  • Processo de rustificação: consiste em diminuir a irrigação da muda e aumentar a sua exposição à luz para que ela fique mais resistente, permitindo uma fácil transição entre o viveiro e o campo. O tempo de rustificação varia de acordo com o destino da muda e da necessidade do produtor, mas geralmente, o processo dura no mínimo 15 dias e deve ser feito antes da fase de expedição.
  • Fuste: é a parte principal do tronco de uma árvore, aquela situada entre o solo e as primeiras ramificações, portanto, é a parte mais comercial da árvore.
  • Corte raso: é quando todas as árvores de uma floresta atingem seu ciclo de maturidade esperada e são cortadas. É a fase final do manejo da floresta. O corte raso do mogno-africano costuma ser feito entre o 16.º e o 20.º ano.
  • Madeira em pé: é a madeira vendida como está na floresta, onde o comprador normalmente assume todos os custos de corte, retirada e transporte da madeira para futuro beneficiamento. O preço da madeira em pé é bem menor que o preço da madeira beneficiada.
  • Madeira beneficiada: é uma madeira que passa por um processo rigoroso de secagem (natural ou estufa), tratamento, corte e preparo das peças para o mercado. Portanto, a qualidade final precisa ser bem alta. Por agregar valor ao produto final (peças beneficiadas), é vendida com valor mais caro no mercado. 

Sabendo todos os conceitos será muito mais fácil continuar a sua pesquisa e até fazer negociações para o seu investimento em mogno-africano. 

Tem algum outro termo que já ouviu sobre cultivo do mogno e ainda não sabe o significado? Então, maratone o nosso canal do Youtube para ficar por dentro do assunto!