Como está o mercado atual de mogno-africano? Essa é uma das perguntas mais corriqueiras feitas pelos produtores de madeira e também por quem quer começar a investir na floresta dessa espécie.

Felizmente, hoje já existem mais pesquisadores e especialistas em mogno-africano que se dedicam a trazer dados mais atualizados sobre o investimento na floresta.

A Associação Brasileira de Produtores de Mogno Africano (ABPMA) reuniu os principais nomes do mercado do mogno-africano para discutir sobre o tema, em uma Roda de Conversa, que aconteceu no dia 2 de dezembro de 2021.

Participaram do encontro:

  • Aloísio Caixeta (Cabral), empreendedor no mercado de mogno-africano;
  • Gilson Favarato, comerciante de madeira;
  • Ricardo Tavares, empresário;
  • Raphael Cruz, CEO da Khaya Woods;
  • Milton Frank, especialista em khayas e mediador da Roda de Conversa da ABPMA;
  • Patricia Alves Fonseca, diretora executiva da ABPMA.

O encontro é parte da celebração dos 10 anos de existência da ABPMA, entidade que tem como objetivo fortalecer o mercado do mogno no Brasil. Confira o resumo da conversa neste post!

Qual a aceitação do mogno-africano no mercado nacional?

Essa foi a primeira questão da Roda de Conversa da ABPMA feita aos produtores. É importante deixar claro que toda a madeira de mogno plantado no Brasil ainda está em fase de desbastes, logo, a comercialização ainda é de uma madeira jovem.

Raphael Cruz, CEO da Khaya Woods, mencionou que a sua madeira é proveniente de um desbaste seletivo e que, por ser uma madeira jovem e com toras mais finas, houve dificuldade inicialmente de entrar no mercado, pois as dimensões das tábuas são menores se comparadas com a madeira nativa.

No entanto, ele pontua que a madeira oferecida ao mercado é uma madeira sustentável e de fornecimento contínuo. “Essa é a grande diferença no mercado de madeira nobre, pois você consegue garantir para o seu cliente que todo mês ele terá o recebimento constante de madeira, já que você tem a sua floresta plantada, faz planejamento de corte e consegue fazer um contrato”, explica.

Os pilares qualidade, sustentabilidade e continuidade, fazem com que o mogno-africano tenha mais valor e seja aceito pelo mercado atual.

“Os clientes que temos atendido valorizam o fato do mogno ser uma madeira nobre, com excelentes características para marcenaria, acabamento e que desgasta pouco as ferramentas”, conta Cruz.

No Brasil, a demanda por esse tipo de madeira começou há pouco tempo. Segundo Raphael Cruz, muitas pessoas estão deixando de usar a madeira nativa para usar uma madeira mais sustentável.

“O mogno-africano se insere nesse cenário, ele é mais nobre do que todas as madeiras plantadas no Brasil, como Eucalipto e Pinus. E, ao contrário das madeiras nobres tropicais da Amazônia, o mogno é sustentável”.

Raphael ainda complementa que não tem uma regra do tipo de cliente que está comprando mogno-africano. “A principal regra que eu vejo, independentemente do tamanho cliente, é ele valorizar a qualidade do mogno-africano, em que ele pode criar uma linha diferenciada e agregar valor ao produto dele. Já o segundo ponto, é o comprador falar que é sustentável”, afirma Cruz.4

Como está a entrada do mogno-africano no mercado brasileiro?

Um ponto inegável é que o Brasil é um país com uma diversidade de madeiras nativas com qualidade, que são visadas pelos compradores nacionais e internacionais.

Nesse sentido, é válida a reflexão de como está sendo a aceitação dos compradores nacionais com a inserção de uma nova madeira no mercado.

Gilson Favareto, explica que as primeiras mudas de mogno-africano plantadas na sua fazenda, no Norte do país, já tiveram resultados positivos. “O mogno brasileiro que tem 30 anos está com mais ou menos 45cm de diâmetro”, frisa.

Gilson também menciona que o seu principal cliente é o Grupo Tramontina, que começou a demandar 300m3 de tora por mês de mogno-africano.

“A introdução do mogno-africano começou na Tramontina, com 15 a 20 produtos feitos com a madeira que serão lançados ao mercado brasileiro e ao mercado internacional. Também estamos dando início a outro trabalho, que são os painéis colados, em que se pode aproveitar a madeira com espessura de 20mm, largura de 3,5cm e 29cm de comprimento”, explica Favarato.

Esses painéis perfilados, segundo Gilson, podem ser uma grande alternativa para a madeira proveniente dos desbastes.

Ricardo Tavares, empresário, afirma que é um produtor animado com o mogno há muitos anos. Ele explica que quando foi em Mato Grosso visitar uma floresta da espécie, chegou à conclusão de que o mogno era a madeira da vez, não só pela beleza, mas pelo crescimento.

“Eu não tenho receio nenhum que o mogno-africano vai ser um sucesso, principalmente as madeiras de 18 e 20 anos”, enfatiza.

O melhor mercado para o mogno-africano, no entanto, ainda é para a madeira beneficiada, por ser a matéria-prima que apresenta mais estabilidade, quando feita a serragem e secagem adequadas.

Aloísio Caixeta, mais conhecido como Cabral, conta que fez várias pesquisas de mercado para aproveitar melhor o mogno-africano.

“A construção de alto padrão é um excelente mercado, mas para produtos prontos, como painel ripado, portas e portais. O mercado da movelaria é onde estamos atuando mais. Eu vejo um mercado excelente para o mogno também na construção civil”, explica.

Para Cabral tem que começar a trabalhar e a mostrar o produto. “O consumidor de madeira compra quando vê a mesma instalada. O grande lance é colocar esse produto no mercado em alguns pontos, pois a madeira, apesar de ser jovem, dá um acabamento excelente”, reforça.

Quais as perspectivas do mogno-africano no mercado internacional?

Uma das formas de começar a captar clientes e despertar o interesse pela madeira do mogno-africano é frequentando feiras internacionais, como a que acontece em Nantes e Chicago.

Gilson pontua que ainda existe o abastecimento de mogno-africano nativo no mercado internacional, mas que o caminho para entrar nesse cenário é esse mesmo, participando de feiras. “O mogno-africano plantado vai entrar firme, mas é preciso insistir por esse espaço”, reforça.

Raphael também afirma que a feira é positiva para fazer contatos comerciais. No entanto, quando você apresenta seu projeto na feira, o comprador quer grande volume, pelo menos um contêiner, para experimentar.

“Se você não estiver preparado para oferecer esse volume e continuar fornecendo depois, não adianta ir para feira. É bom ir para fazer contato comercial, mas você precisa estar preparado, com capacidade de fornecimento, com qualidade de serragem e secagem, além de cumprir a classificação da madeira mais rigorosa”, enfatiza Cruz.

Para Ricardo Tavares, a maior dificuldade do Brasil é gerar volume. “Se você chega em uma feira, não importa a quantidade de contêineres que você consegue vender, pois ainda não temos no país uma cultura de serraria para fazer volume”, explica.

Em relação à certificação da madeira, Patrícia Alves Fonseca, disse que viu essa preocupação muito grande no mercado europeu, mas não tem dimensão de como é essa questão em outros países.

“O continente europeu é um lugar onde muito se fala sobre o FSC, que é o certificado mais reconhecido. Eu não sei se o mercado americano tem essa mesma exigência com o certificado FSC, o que sei com certeza é que eles não querem uma madeira ilegal”, frisa.

Gilson complementa que, os EUA têm um controle enorme sobre o DNA da madeira e valorizam isso mais do que a certificação.

É possível que o mercado interno absorva o mogno-africano plantado?

Essa é uma pergunta que está na roda entre os produtores e a resposta é unânime: sim, há demanda interna para o mogno-africano.

Raphael Cruz deu o seguinte dado: apenas no Estado de São Paulo, são comercializados 6 milhões de metros cúbicos de madeira tropical serrada por ano dentro da legalidade. “Eu não tenho dúvidas que o mercado interno consumirá tudo. O nosso problema é a falta de volume. Não iremos conseguir atender grandes indústrias, mas sim as pequenas indústrias”, afirma.

O CEO da Khaya Woods ainda completa dizendo que a falta de desbastes das florestas prejudica o rendimento da mesma. “Eu aconselho: faça o inventário anual da sua floresta e se o crescimento anual médio estiver menor que o crescimento acumulado, já passou da hora de fazer o desbaste”, enfatiza.

Além disso, para finalizar a live, foi comentado sobre o preço da venda da madeira. A ABPMA todo mês divulga a tabela com os valores. O preço mais atual você confere na imagem abaixo:

Tabela de cotações do mogno-africano

Conclusão

O mercado do mogno é bastante promissor. No entanto, é preciso que as pessoas se unam mais para começar a focar nos desbastes e na venda da madeira beneficiada.

Ainda falta madeira para atender toda a demanda que já existe por madeira nobre, por isso, a necessidade de ter mais produtores unidos, para trocar ideias, fazer desbastes e conquistar este mercado pujante.

O mais importante, sobretudo, é o planejamento estratégico para fazer uma boa escala de produção e divulgação do produto para chegar até a venda final.

Para mais informações e detalhes sobre o mercado do mogno-africano veja o bate-papo completo:

https://www.youtube.com/watch?v=trwEkhODxgQ

Quer garantir mais mudas para sua floresta de mogno-africano? Entre em contato com o Viveiro Origem!

Uma das grandes dúvidas dos investidores em mogno-africano é a rentabilidade que ele pode esperar da sua floresta.

A resposta para essa pergunta não é simples. Isso porque a rentabilidade dependerá de diversos fatores, como, por exemplo, o espaçamento adotado, o desenvolvimento da floresta e a destinação da madeira após o corte.

Muito se fala que a rentabilidade do mogno-africano pode chegar a R$300 mil por hectare. Mas como essa estimativa é possível?

Nós, do Viveiro Origem, fizemos uma análise aprofundada para explicar como esta projeção tão promissora para a cultura do mogno-africano pode se concretizar. Confira!

Como calcular a rentabilidade do mogno africano?

O cálculo da rentabilidade de mogno-africano envolve o custo do plantio, custos de manutenção e manejo, custos e receitas esperadas com o (s) desbaste (s) e corte final, além da classificação da madeira produzida nos cortes. 

Em relação ao plantio, muitas variáveis devem ser consideradas, como qualidade das mudas, irrigação e manejo. Você pode saber tudo sobre esta etapa de planejamento neste artigo.

A depender do espaçamento adotado, os desbastes da floresta de mogno-africano poderão ocorrer, aproximadamente, aos 8 anos e 11 anos de cultivo. Já o corte final ocorrerá, normalmente, acima de 18 anos, conforme nossas projeções. 

Por fim, a classificação da madeira é feita de acordo com suas características. Na tabela, podemos constatar as características de cada uma delas:

classificacao madeira mogno africano

A classificação AA Adulto é a madeira com mais qualidade e valor no mercado.

Quando acontece o primeiro retorno da floresta de mogno?

Considerando todos os fatores mencionados acima, fizemos um estudo pesquisando os valores de cada etapa, para mostrar como é possível ter rentabilidade na floresta de mogno-africano.

O cálculo foi feito baseado em uma floresta de mogno-africano de um hectare. Nela, foram plantadas 400 mudas por hectare em um espaçamento de 5 x 5.

Espera-se que o primeiro retorno de uma floresta de mogno-africano aconteça no desbaste da floresta Em nossa projeção, este desbaste ocorrerá apenas uma vez e quando o cultivo atingir 11 anos. 

Geralmente, nesta etapa, espera-se que metade da floresta (200 árvores) tenha atingido um DAP – Diâmetro na Altura do Peito – médio de 20 cm e altura de fuste de 10 m. Espera-se, assim, retirar aproximadamente 61m3 de tora por hectare e o destino esperado para esta madeira seria o seguinte:

grafico segundo desbaste

Na tabela abaixo, você pode ver a expectativa de valores esperados no primeiro desbaste, conforme categorias de produtos e subprodutos da madeira:

tabela segundo desbaste

Repare que, neste primeiro desbaste, a expectativa de rentabilidade não é alta. Entretanto, o desbaste é um manejo necessário e essencial para serem reduzidas drasticamente o número de indivíduos da floresta e, com isto, as árvores remanescentes (máximo 200) possam se desenvolver melhor, com mais acesso à luminosidade, nutrientes e água.

Quando alcanço o lucro final com a floresta de mogno?

Espera-se que o corte final da floresta de mogno-africano seja feito com aproximadamente 18 anos. Nesse momento, o restante da floresta (os outros 50%) já teria atingido o DAP médio de 45 cm e altura de fuste de aproximadamente 13 m. Com isto, estima-se obter aproximadamente 330m3 de tora para serem tratadas e comercializadas. 

Nessa fase final, o aproveitamento da madeira se dará da seguinte forma:

grafico corte final

Os valores de cada uma dessas classificações estão na tabela abaixo:

tabela corte final

Para fazer o cálculo da rentabilidade final, você deve somar o valor do desbaste com o valor do corte final.

Dessa soma devem ser retirados todos os custos com plantio, manutenção da floresta, corte e custos para secar e serrar a madeira. Com isso, você encontra o valor do lucro estimado sem impostos.

Desse montante são subtraídos os impostos sobre a venda da madeira. Esses impostos são, em média, 15% sobre o valor do lucro bruto, mas, tenha em mente, que isso pode variar, pois dependerá da tributação incidente sobre a venda de cada Estado, além da forma de tributação adotada pelo produtor rural (pessoa física ou jurídica). 

Assim, podemos chegar a um lucro líquido estimado final. Na tabela a seguir, mostramos o quanto você lucraria se tivesse uma floresta com as características que citamos neste resumo:

receita final floresta mogno africano

Esta é uma estimativa feita com base nas premissas que adotamos acima (espaçamento, desbaste, diâmetros/alturas/volumes esperados, etc.) e, também, com base em referências de valores que já vêm sendo praticados no mercado por alguns produtores de mogno. 

A ideia, no entanto, não é exaurir o tema, mas criar referências sérias e fundamentadas que permitam ao produtor planejar e criar seu próprio plano de negócios.

O propósito do Viveiro Origem é reforçar que cada floresta de mogno-africano é única. É um investimento promissor e que, certamente, vale muito a pena. Mas o alto rendimento vem a longo prazo e depende, obviamente, de investimentos, manejos constantes e, principalmente, do olho atento do produtor, tanto na floresta quanto no mercado. 

E, mais importante, há muitas variáveis nesse cálculo, por isso, é essencial buscar empresas transparentes e éticas no mercado para lhe auxiliar em seu projeto.

Para saber mais sobre o aproveitamento da madeira, entre em contato com a equipe do Viveiro Origem!

Originalidade foi o tema da CASACOR Minas 2021. A exposição, uma das mais importantes do segmento de arquitetura e paisagismo, reuniu mais de 75 projetos de diferentes designers, arquitetos e paisagistas no Palácio das Mangabeiras entre os dias 14 de setembro e 31 de outubro de 2021.

Em meio a inúmeros talentos e instalações de tirar o fôlego, o mogno-africano foi um dos destaques. A madeira, historicamente valorizada por sua beleza e versatilidade, foi ponto central do espaço idealizado por Gustavo Greco.

A instalação, chamada Siré (Xiré), ficou logo na entrada da CASACOR Minas e atraiu a atenção dos espectadores ao passar pelo percurso rodeado por cobogós feitos de mogno-africano. Foram 660 peças artesanais compondo o espaço.

casa cor minas mogno africano entrada

As peças exibiam símbolos que representam os Orixás, trabalhando os conceitos de ancestralidade, brasilidade e identidade. O nome da instalação é uma palavra em iorubá e significa roda ou dança utilizada para evocar os orixás. A ideia era fazer uma alusão entre a origem do mogno-africano e a cultura africana.

Além dos cobogós, todo o piso era feito com mogno-africano. A forma que o designer utilizou a madeira reforça o quanto essa espécie é versátil. Além disso, revela a facilidade de se trabalhar o mogno, comprovando, mais uma vez, que esta é a madeira do futuro.

O mogno-africano também brilhou no Espaço Origem Minas, marca da loja de produtos típicos de Minas Gerais, desenvolvida pelo SEBRAE. 

espaço sebrae casa cor minas

O ambiente, assinado por Cynthia Silva e Maakaroun Arquitetura, tinha prateleiras, esquadrias e estantes construídas com mogno-africano maciço. Essa é mais uma das maneiras que se pode usar o mogno-africano, matéria-prima nobre no mercado. 

O mogno-africano ainda deu vida aos projetos de Cynthia Viana, no Bar da Piscina e na loja de essências de Andrea Pinto Coelho. 

bar pisciina casa cor minas

Para fechar com maestria a presença da madeira na mostra, peças desenhadas por Juliana Vasconcellos ficaram espalhadas em pontos estratégicos da CASACOR. Um exemplo, foi a premiada Poltrona Mahog, que adornou a loja do SEBRAE.

A presença do mogno-africano em eventos como o da CASACOR é fruto do trabalho da Associação Brasileira de Produtores de Mogno-Africano (ABPMA), parceira oficial da mostra e fornecedora (por meio de seus associados) da madeira para vários ambientes. 

Vale lembrar que a madeira trabalhada pelos profissionais é jovem, ou seja, não chegou a sua capacidade máxima e não é oriunda do corte final de uma floresta.

Mesmo assim, o mogno-africano rendeu peças de extrema qualidade, reforçando todo o potencial da madeira para o comércio.

Veja o depoimento dos profissionais sobre o uso do mogno-africano na CASACOR:

Os benefícios do mogno-africano, no entanto, vão além da estética. O diferencial da madeira está justamente na possibilidade dos novos plantios e da extração futura dessas florestas serem facilitados. 

Afinal, não há necessidade de autorização prévia para plantio, caso este seja feito em áreas sem restrições. 

Logo, o fator sustentabilidade está presente na floresta de mogno-africano. E a CASACOR apenas ressalta o quanto o mogno-africano tem evoluído no mercado, não só no Brasil, como no mundo. 

Que tal saber mais sobre esse investimento? Fale com o Viveiro Origem!

A madeira é uma matéria-prima muito valorizada e sempre figurou como uma das commodities mais comercializadas no mundo. Com o mogno-africano a história não é diferente.

A espécie sempre foi muito procurada pelos mercados internacionais devido à sua beleza e versatilidade Entretanto, na África, sua região de origem, o mogno está cada vez mais escasso e tende a ser protegido. 

A facilidade de cultivo em grande parte do Brasil e a qualidade da madeira têm atraído cada dia mais investidores para este mercado, tanto que o mogno-africano já está sendo considerado a madeira do futuro.

Neste artigo, explicaremos porque a demanda por madeira está crescendo, como estão comportando os preços históricos alcançados pela venda da madeira e como isso pode beneficiar os produtores de mogno-africano no Brasil.

Demanda por madeira está em alta 

O Brasil nunca exportou tanta madeira bruta quanto em abril e maio de 2021, de acordo com os dados da Secretaria de Relações Exteriores e Comércio.

Foram cerca de 573 mil toneladas de toras enviadas entre abril e maio de 2021. Isso é 3 vezes mais se compararmos com o mesmo período em 2020. 

Já nos primeiros cinco meses do ano de 2021, o país exportou 1 milhão de toneladas de madeira, o que representa 116% a mais que o volume exportado no mesmo período de 2020.

Com isso, a receita subiu para 84 milhões de dólares nos primeiros cinco meses, um aumento de 80% em relação ao mesmo período em 2020.

A pandemia pode ter sido um dos pontos que influenciaram a procura por madeira no mercado internacional. O fato de as pessoas começarem a trabalhar mais de casa e a migração para espaços maiores, impulsionaram o mercado imobiliário nos EUA, por exemplo.

Esse fator pode ter aquecido a área de construção e reforma, criando uma procura maior por madeira, que é um item cada dia mais procurado para a construção civil, por sua beleza, versatilidade e apelo ecológico positivo (madeiras rastreadas e/ou certificadas). 

Outra questão que pode impactar a alta demanda por madeira é o que conhecemos como apagão florestal. 

Segundo estudo realizado pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), haverá uma redução de 64% da oferta de madeira até 2030, enquanto, no mesmo período, a previsão é de um aumento de quatro vezes na demanda por esse material, chegando a 21 milhões de m³ ao ano. 

Imagine o que acontecerá com o valor da madeira quando a oferta cai e a demanda cresce? Isso mesmo, certamente a tendência é só aumentar!

Mercado alcança preços históricos em madeira serrada

Antes de entrarmos na variável preços de madeira, é preciso deixar bem claro que existem dois tipos de mercados: o internacional e o nacional. 

Cada um tem suas características e faz todo sentido que os valores praticados difiram entre si. Por isso, abordaremos a evolução dos preços da madeira de maneira separada neste texto.

Mercado internacional

A comercialização de madeira serrada, incluindo o mogno-africano, é bastante consolidada fora do Brasil. Portanto, faz sentido haver um histórico dos preços e, com base nestes dados, podemos apurar que o valor praticado é mais elevado do que o praticado no mercado nacional.

Como podemos observar no gráfico abaixo, nos últimos 10 anos o valor da madeira indica uma tendência de crescimento. 

Em 2012, o preço da madeira serrada era vendida em média por US$300. Já em julho de 2021, o preço chegou a US$580. 

Gráfico mostra o histórico do preço da madeira serrada nos últimos 10 anos. Fonte: Trading Economics.

A madeira serrada deve ser negociada em torno de US $800 até o final do terceiro trimestre de 2021, de acordo com os modelos macro globais publicados pela Trading Economics e as expectativas dos analistas. 

Olhando para o futuro, estima-se que a madeira serrada seja negociada em média de US$1100 nos próximos 12 meses.

Vale ressaltar que o pico no gráfico acima representa o recorde histórico do preço médio da madeira, no dia 7 de maio de 2021. Nessa data, o preço médio da madeira serrada chegou  a quase US $1.700.  

Isso se deve ao fato de que as serrarias não conseguiram cumprir a demanda por construção de casas e reformas estimuladas pelos bloqueios decorrentes do coronavírus.

Também não é possível identificar no gráfico da Trading Economics o valor do mogno individualmente, pois a média demonstrada é de toda madeira serrada. Mas por ser uma madeira nobre, o seu valor tende a ser superior ao das demais madeiras.

Oportunidade para a exportação de madeira

A conjuntura do mercado é muito interessante para a exportação de madeira cultivada no Brasil e, neste caminho, o mogno plantado em nosso país (estimado em mais de 30 mil hectares) se apresenta com um fortíssimo potencial para consolidar em breve este mercado. Para isto, os produtores precisam se preparar para atender às exigências deste mercado externo. 

Os maiores importadores de madeira sempre buscam volume e continuidade para estabelecerem contratos duradouros. Não adianta ter uma madeira maravilhosa se não tivermos volume para alimentar o mercado. 

Com a maturação das florestas de mogno no Brasil (que ainda são jovens), o volume necessário em breve será atingido. 

Para se produzir madeira de qualidade (seca e serrada conforme parâmetros de excelência) e conseguirmos ter um volume expressivo para exportar, os produtores precisarão se unir para criar esta estrutura. 

A ABPMA — Associação Brasileira de Produtores de Mogno Africano, da qual o Viveiro Origem faz parte, realiza um trabalho sério e estruturado neste sentido.

 Outro ponto importante para quem tem o objetivo de exportar madeiras nobres, é definir a sua origem e como ela foi produzida. Florestas plantadas, como é o caso do mogno-africano no Brasil, demonstram que não houve extração ilegal de madeira nativa. A rastreabilidade e certificação da madeira são extremamente importantes neste cenário.

Uma pesquisa feita pela FLEGT Independent Market Monitor com mais de 130 empresas na União Europeia e no Reino Unido, que representam os maiores importadores de produtos de madeira tropical, mostra a valorização por madeiras certificadas. 

A certificação pode ser feita em conjunto para vários produtores, o que pode baratear o processo. Trata-se de uma ótima ferramenta de levantamento de dados e também dá bastante transparência ao processo sob vários aspectos (social, ambiental, legal, etc.). 

Vale lembrar que o plantio do mogno-africano é legalizado no Brasil e mais fácil de ser implementado se comparado a um plantio de árvores nativas. No vídeo abaixo, explicamos mais sobre a autorização e a certificação do plantio da espécie:

Mercado nacional

Ainda não temos um histórico de preços da madeira serrada que inclua o mogno-africano no mercado nacional. O motivo é que o cultivo da espécie é recente no Brasil, portanto, não há dados suficientes para traçar uma evolução da comercialização. 

Contudo, a alta rentabilidade do mogno-africano está sendo um assunto acompanhado de perto pela Associação Brasileira de Produtos de Mogno-Africano (ABPMA).

A madeira jovem da espécie (com largura média de 20 cm), por exemplo, pode ser comercializada por até R$3.000 no mercado nacional. Veja abaixo as cotações em junho de 2021:

Se a madeira de mogno-africano jovem já está nesse valor, imagina o preço que o mogno adulto poderá atingir? A expectativa é grande e bastante positiva!

Além disso, conforme o livro sobre mogno-africano publicado pela Embrapa, foi estimado que cada hectare (10 mil metros quadrados) plantado no território nacional poderá obter 160 m³ de madeira serrada, a um valor de mercado de R$2.300 mil por m³. 

Portanto, ao final do ciclo, a expectativa de resultado obtido com a madeira serrada e seca em estufa, conforme este estudo, poderá chegar a aproximadamente R$370 mil por hectare. 

Cenário pode favorecer produtores de mogno-africano

O mogno-africano busca atender tanto o mercado exigente de madeiras nobres e de qualidade quanto o aspecto de investimento atrelado a bons resultados em médio e longo prazos, como mostra essa matéria do Globo Rural.

Os dados mencionados neste post, nos mostram que a evolução do mogno-africano está acontecendo de maneira rápida e que o investimento na espécie é promissor. Aliás, alguns produtores brasileiros que já iniciaram sua floresta de mogno, confirmam esse panorama.

No entanto, não se deixe guiar apenas pelo alto preço da madeira para tomar suas decisões em relação ao plantio do mogno-africano. Assim como em qualquer negócio, o sucesso da sua floresta é uma combinação de fatores, que envolve trabalho duro, boas parcerias e acompanhamento contínuo do plantio. 

O retorno financeiro vem, mas é preciso não criar a ilusão de que ficará milionário em pouco tempo, pois isso não é fácil. Promessas de R$1 milhão de resultado por hectare não nos parecem números factíveis e sustentáveis. 

Vale lembrar que o volume de madeira produzido por hectare não pode ser avaliado como única variável para formação de preços! A qualidade, tamanho e padronização desta madeira é o que agregará valor a este produto. 

Então, para começar seu investimento conscientemente, saiba quais as condições de plantio que favorecem um maior rendimento em mogno-africano!

Qual o cenário atual sobre melhoramento genético de mudas clonais de mogno-africano no Brasil? Como a escolha entre muda clonal e seminal afeta a minha floresta? 

Essas questões são comuns entre os interessados em cultivar mogno-africano. Para esclarecer essas dúvidas, a Associação Brasileira de Produtores de Mogno Africano (ABPMA) convocou um time de pesquisadores em silvicultura e viveiristas para uma conversa rica sobre o tema, ocorrida no dia 26 de abril de 2021.

Participaram do encontro:

  • Milton Frank, Especialista em khayas e Mediador da Roda de Conversa da ABPMA.
  • Dr. Evandro Novaes, Engenheiro Florestal, Mestre em Genética e Melhoramento e PhD em Recursos Florestais.
  • Teotônio Assis, Mestre em Genética e Melhoramento, Engenheiro Florestal e Consultor na Empresa Assistech.
  • Jaldes Langer, Engenheiro Florestal da empresa Langermaz e Flora Sinop.
  • Luciana Maluf, Administradora e Diretora do Viveiro Origem, especializado em mudas de mogno-africano.
  • Patricia Alves Fonseca, Diretora Executiva da ABPMA.

O objetivo do bate-papo, além de mostrar ao produtor os fatores envolvidos na produção de uma muda de qualidade, fez parte da celebração dos 10 anos de existência da ABPMA. 

A entidade visa fortalecer o mercado do mogno no Brasil e reforçar que, unindo planejamento e parcerias certas, a espécie é um ótimo investimento.

Por isso, fizemos um resumo da conversa com os principais pontos neste post. Confira!

O que significa clonar uma árvore?

Entender o processo de clonagem é um ponto importante para saber como essa técnica pode impactar a produtividade da sua floresta. 

Segundo Teotônio Assis, clone é“… um conjunto de plantas propagadas vegetativamente oriundas de um indivíduo e têm como características serem geneticamente idênticas entre si e idênticas à árvore de origem”.

Ainda de acordo com Teotônio,  uma árvore superior, através da clonagem, pode se transformar em uma floresta superior porque tem esse potencial, e a clonagem é uma técnica que cria milhares e milhares de cópias idênticas. 

Assim, se você tem uma árvore superior e consegue clonar esta árvore, considerando que o clone cresça em um ambiente semelhante ao da árvore original e que não se cometa nenhum pecado fisiológico no meio do caminho, a tendência é que você transforme uma árvore superior em uma floresta superior.   

Luciana Maluf, que é a proprietária do Viveiro Origem, complementou os ensinamentos compartilhados por Teotônio, apresentando o conceito de família clonal, na qual a base genética não é única, como acontece no caso dos clones registrados e protegidos (conhecidos como cultivares).

Desde a criação do Viveiro Origem, em 2002, foram estabelecidos jardins clonais com mudas selecionadas e, atualmente, o Viveiro conta com mais de 60 mil matrizes produtivas. 

Mudas do Viveiro Origem

Estas matrizes vêm produzindo mudas por meio da técnica de clonagem (reprodução assexuada por meio de estaquia) e estas mudas têm demonstrado um resultado superior no campo se comparadas às mudas seminais.  

Os resultados obtidos serão melhor explicados abaixo nos exemplos de iniciativas existentes para o mogno-africano no Brasil relacionados ao processo de melhoramento de mudas.

Existem riscos na clonagem de mudas de mogno-africano?

Assim como qualquer ciência, existem margens de risco no processo de clonagem das mudas. Teotônio, especialista no assunto, explica que: 

“Os riscos são inerentes de qualquer processo onde você reduz muito a base genética. Então, uma floresta de um clone só é uma floresta de uma árvore só. Então, se essa árvore, por algum efeito do ambiente ou de pragas e de doenças vier a ser afetada, a floresta inteira será”.

Quando o plantio é por semente, existe uma variabilidade genética incorporada neste material.

sementes de mogno-africano

Sementes de mogno-africano

Apesar de que, do ponto de vista biológico, exista esta fragilidade teórica, no Brasil já temos experiência há mais de 40 anos fazendo clones e até hoje nunca aconteceu uma catástrofe que pudesse ser atribuída exclusivamente ao uso da clonagem. 

Ainda segundo Teotônio, a clonagem foi capaz de elevar a produtividade volumétrica das plantações de eucalipto no Brasil de 8m3 por hectare/ano na década de 70/80 para mais de 41 m3 por hectare/ano em 2010. Um resultado 5 vezes superior à produtividade inicial.  

Os riscos existem, mas são pequenos. Se os processos de clonagem e testagem forem feitos adequadamente, a tendência é que a técnica funcione da mesma maneira para o mogno-africano.

O professor Evandro complementou a reflexão, alertando para o balanço que se deve fazer entre ganho e risco, já que a clonagem tende a gerar muito ganho, mas, também, pode aumentar um pouco os riscos, à medida que diminui a variabilidade genética. 

Em sua opinião, nenhum produtor deveria plantar um único clone, mas sim clones variados até que estes sejam exaustivamente testados e comprovados.

Como está a pesquisa de melhoramento genético para o mogno-africano?

pesquisas em mogno africano

Pesquisas crescem no mogno-africano

O cultivo das espécies khayas no Brasil ainda é algo muito recente. Conforme palavras do próprio professor Evandro, ainda estamos engatinhando em termos de melhoramento genético para o mogno-africano no Brasil.

Além das pesquisas ainda estarem em fases iniciais, o professor pontuou muito bem a questão climática que envolve todos os testes de melhoramento genético. 

Por mais que se diversifique as áreas para os testes de clonagem e se faça o plantio em diferentes regiões do país, o clima influencia muito nos resultados e é um fator imprevisível.

Ainda assim, os produtores podem se manter otimistas sobre o melhoramento genético. Pesquisas e testes em relação à qualidade das mudas e também a clonagem de árvores superiores têm sido feitos em várias partes do país. 

Abaixo, citaremos os exemplos que se destacam no mercado e que foram citados na “Roda de Conversa”:

Minas Gerais

Em Minas Gerais, o trabalho do Viveiro Origem, com início em 2012, tem sido importante devido ao seu investimento em pesquisa. Foi criado um laboratório de biotecnologia dentro do viveiro para desenvolver estudos que visam melhorar a qualidade das mudas entregues ao produtor. 

Hoje, o viveiro conta com mais de 60 mil matrizes escolhidas por critérios rigorosos de qualidade da origem e características fenotípicas das mudas. Estas matrizes (família clonal) vêm produzindo mudas por meio da técnica de clonagem.  

Mesmo que estas matrizes ainda não sejam registradas e de um clone único, este meio de propagação já vem demonstrando um resultado superior e positivo em campo. 

Registros feitos por meio de inventários em locais nos quais foram plantadas mudas seminais e mudas clonais (clones multifamiliares) apresentaram os seguintes resultados, cuja divulgação foi permitida pelo proprietário das duas fazendas, o empresário Ricardo Tavares:

  • Fazenda Atlântica: localizada em Pirapora/MG, com plantio irrigado e com quase 10 anos. Neste plantio, as mudas clonais tiveram um ganho superior em termo de DAP e fuste se comparadas às mudas seminais plantadas na mesma época. O volume do ganho foi superior em quase 17%.
  • Fazenda Florestas da Canastra: localizada em São Roque de Minas/MG, com plantio não irrigado e com 1 ano e meio. Neste plantio de 40 hectares, feito com mudas do Viveiro Origem, as mudas clonais apresentaram um DAP 23% e altura 9,5% superiores em comparação às mudas seminais.

Esta superioridade pode ser justificada por meio dos resultados de um trabalho de mestrado desenvolvido pela aluna Natallia Campelo, orientanda da Dra. Gracielle Costa, que é pesquisadora responsável pelo Laboratório do Viveiro Origem e coordenadora do Mestrado em Biotecnologia do UNIFEMM em Sete Lagoas/MG. 

Este estudo demonstrou que as mudas de mogno-africano feitas pela técnica de clonagem apresentam volume superior de sistema radicular em 25% se comparados às mudas seminais. Este trabalho de mestrado será em breve publicado.

Outra justificativa para a superioridade em campo seria a idade genética das matrizes clonais, que dariam mais maturidade às plantas em campo. 

Goiânia

O professor Evandro desenvolveu um trabalho na área de clonagem com o Viveiro Mudas Nobres, em Goiânia. Na ocasião, foi realizada uma visita nas fazendas mais antigas de mogno-africano no Brasil e avaliou-se a altura e diâmetro de mais de 4 mil árvores. 

Desse volume, foram selecionadas as 53 melhores árvores em termos de diâmetro, altura de fuste, além de outros aspectos que indicassem que esses indivíduos estavam saudáveis. 

Essas árvores foram clonadas e instalaram-se os primeiros testes clonais em fazendas em diferentes regiões do país. Os resultados iniciais são muito bons e em breve será publicado um artigo a respeito. Estes testes têm 4 anos.

Mato Grosso

Jaldes Langer, Engenheiro Florestal da empresa Langermaz e Flora Sinop, contou ter iniciado seu trabalho com 200 sementes obtidas no Pará, na sede da Embrapa em 1998. 

Estas árvores plantadas foram monitoradas e as melhores matrizes foram selecionadas. Destas árvores superiores foram produzidas mudas de sementes e, em 2016, iniciou-se um processo de coleta de material apical destas matrizes para introdução no viveiro. 

Este material foi plantado em 4 repetições. Ainda não se tem o resultado definitivo, pois é um trabalho complexo. 

“A passos lentos, mas com segurança e profissionalismo, o Brasil todo está hoje gostando da cultura do mogno-africano. Eu acredito que nós teremos bons frutos a médio e longo prazo, pois estamos fazendo o trabalho de casa muito bem-feito e embasado, com parcerias com empresas e universidades. Estamos no caminho certo”, completou Jaldes em seu depoimento

São Paulo

Outra iniciativa, reportada pelo Professor Evandro Novaes, foi iniciada pela empresa Futuro Florestal com o mogno da espécie khaya senegalensis, na qual foram importadas da África 30 progênies de 3 locais diferentes que estão sendo testadas em 7 regiões distintas do Brasil.

Como escolher a muda ideal de mogno-africano?

Mudas de mogno-africano em tubetes

É possível encontrar mudas clonais de diferentes valores no mercado. Os viveiristas presentes na Roda de Conversa ressaltam que existe um trabalho muito complexo e de alto investimento no manejo e qualidade das mudas dentro do viveiro, que, obviamente, reflete no preço final da venda.

Segundo informações passadas por Luciana Maluf, “um processo sério envolve custo e manejo desde a nutrição do jardim clonal, passando pela composição e volume do substrato que não pode ser qualquer um. A boa muda para chegar no ponto ideal tem que ter espaço de viveiro para mantê-las segregadas. São vários fatores que a gente analisa para, na hora de fazer a expedição da muda, ter um critério rigorosíssimo de qualidade”. 

A estimativa é de 6 meses a 1 ano para que uma muda de mogno-africano atinja a boa formação e maturidade para ir ao campo. 

Por esse motivo, o preço não pode ser o único fator para determinar a sua decisão de compra. Desenvolver mudas clonais e seminais de qualidade envolve um trabalho de alta complexidade.

Como pode ser definida a qualidade genética superior de uma árvore?

Muitas vezes o produtor confunde a aparência com a qualidade genética da árvore. 

Quando se vê uma árvore forte, bonita, com bom DAP, fuste e livre de doenças no campo automaticamente associamos isso a uma boa qualidade genética. 

No entanto, essas características não são garantia de que, ao se plantar clones dessa árvore, você terá uma floresta de sucesso. A superioridade pode ser decorrente de fatores genéticos, mas também de fatores externos.

Segundo o professor Evandro Novaes, “o que vemos externamente em uma árvore não é a sua condição pura e simplesmente genética, mas a expressão da sua genética influenciada pelo ambiente. Então, olhando uma única árvore fica difícil saber se aquela superioridade é de natureza genética e se será transmitido para as próximas gerações. A superioridade ambiental dependerá de você replicar aquele ambiente e isso só se consegue avaliar com experimentação”.

Considerações finais

Todo processo de clonagem envolve muita pesquisa e testes. Considerando que o mogno-africano é uma cultura recente no país, é de se esperar que se leve tempo para amadurecer a técnica.

Conforme bem pontuado pelo Mestre em genética, Teotônio Assis, para o mogno, em uma projeção de cenário mais consercador, para se definir o clone partindo-se de matrizes escolhidas seriam necessários 42 anos para finalizar esse trabalho. 

Existe a possibilidade de redução com seleções precoces, como foi feito para o eucalipto, que poderia reduzir este prazo para 22 anos. 

Como exemplo, ele citou que para o eucalipto, menos de 1% das matrizes superiores selecionadas se transformam em clones recomendados. Problemas na propagação podem atrapalhar o processo de clonagem.

Segundo suas palavras, “como a questão é muito nova em mogno-africano teremos que ir aprendendo aos poucos. Não existe nenhuma regra pronta. O que podemos afirmar é que todas as espécies lenhosas sofrem o efeito da maturação e da juvenilidade. A juvenilidade é fundamental para que se possa transmitir a superioridade da árvore para o clone”. 

Os participantes finalizaram a conversa entrando em um consenso geral sobre o futuro do mogno-africano no Brasil: de que é um caminho que ainda está começando, mas com grandes perspectivas de sucesso.

O otimismo é muito pautado pelas boas iniciativas promovidas pela ABPMA na construção e condução de parcerias que incentivam a disseminação de informação de qualidade, de valorização da pesquisa e de muita troca de conhecimento entre produtores de mogno-africano em todo país.

O mercado do mogno tem um potencial enorme, mas ficou claro que só dará bons frutos se for feito um trabalho de equipe. Como bem lembrou Luciana Maluf, no encerramento da conversa, “Se quiser ir rápido, vá sozinho. Se quiser ir longe, vá em grupo”.  

Com isso, terminamos o nosso resumo. Para mais informações e detalhes sobre o futuro do melhoramento genético do mogno-africano vale muito à pena conferir o bate-papo completo, disponível abaixo:

 

Ainda têm dúvidas sobre como comprar uma muda de qualidade? Entre em contato com o Viveiro Origem!

A madeira é uma das matérias-primas mais utilizadas pelo homem ao longo dos anos. Olhe ao seu redor. Garanto que encontrou algum item feito desse material, não é mesmo? Então, é fácil entender os motivos que tornam esse mercado tão promissor no Brasil e no mundo.

Se o seu objetivo é comercializar este produto, já sabe que qualidade é um valor inegociável para ter alto rendimento. Também entende que é preciso seguir uma legislação rigorosa para explorar o mercado madeireiro. Por fim, tem consciência de como é difícil alinhar todos esses fatores.

Bom, é por isso que você precisa conhecer mais sobre mogno-africano. A madeira dessa espécie tem sido considerada como um ótimo investimento por vários motivos e neste texto explicaremos cada um deles. Confira!

Uma madeira nobre e versátil

A versatilidade do mogno-africano é um dos principais fatores que fazem a espécie ser escolhida para cultivo no Brasil. Sua madeira serve de insumo para:

  • Fabricação de móveis;
  • Criação de adornos e objetos;
  • Construção civil;
  • Confecção de revestimentos e acabamentos.

De tom rosado e castanho mais avermelhado, é um tipo de madeira fácil de ser tonalizada e de alcançar um excelente acabamento. Isso deixa o aspecto final das peças criadas com uma estética diferenciada.

Além disso, a qualidade do mogno-africano já é reconhecida por marceneiros, designers e arquitetos desde meados dos anos 2000. A Associação Brasileira dos Produtores de Mogno Africano (ABPMA), por exemplo, criou em 2016 o Mahog Project, iniciativa que convidou diferentes profissionais para criarem peças com o mogno-africano e que alcançou uma repercussão bastante positiva para o setor.

Eventos importantes do segmento de design e com projeção internacional, como a Casa Cor, sempre expõem vários utensílios feitos com a madeira e muitos profissionais criam ambientes utilizando o mogno para enfatizar toda a sua beleza, durabilidade e qualidade. 

Por fim, várias empresas estão fazendo parcerias com profissionais renomados do mercado para inserir ainda mais o mogno-africano em seus produtos. Um exemplo é a linha criada por Paulo Alves em conjunto com a Westwing. As peças confeccionadas usando a madeira foram as cadeiras Bo, em homenagem à Lina Bo Bardi, o banco Samba e a mesa Jô.

Créditos: Divulgação/Site Paulo Alves (pauloalves.com.br)

Facilidade no cultivo e alta rentabilidade

Além da questão estética, outros aspectos do mogno-africano o tornam um bom investimento para os produtores brasileiros, como:

  • Fácil adaptação ao solo;
  • Baixa incidência de pragas e doenças;
  • Cultivo e manejo simplificado se comparado com outras espécies de madeiras nobres.

A maturação da espécie para a comercialização de madeira beneficiada demora entre 15 a 20 anos, a depender dos objetivos do produtor e desenvolvimento da floresta. No entanto, durante os desbastes realizados para a manutenção da floresta, já seria possível vender a madeira (conhecida como “mogno-jovem”) para serrarias ou beneficiá-la, o que contribui para o silvicultor já ter algum rendimento antes do corte raso da floresta.

A viabilidade e rentabilidade desse investimento também possui altos valores de taxa interna de retorno, entre 14% e 20% para a madeira beneficiada, conforme dados contidos no livro “Mogno-africano — atualidades e perspectivas do cultivo no Brasil” publicado pela Embrapa, sendo superiores à maioria das opções de renda fixa disponíveis no mercado.

No vídeo a seguir, você pode conferir também mais algumas informações que indicam a força do mogno-africano no mercado: 

Alternativa para o reflorestamento 

O diferencial do mogno-africano está especialmente na possibilidade de os novos plantios e a extração futura dessas florestas serem facilitados, visto não haver necessidade de autorização prévia para plantio, caso este seja feito em áreas sem restrições/impedimentos, como, por exemplo, áreas de reserva legal, áreas de preservação permanente ou áreas que precisem ser desmatadas para plantar. 

O que a legislação exige é apenas a comunicação do plantio aos órgãos ambientais estaduais. Portanto, os plantios de madeira exótica (não nativas do Brasil) são desburocratizados, o que facilita todo o processo de silvicultura e comercialização.

Outro ponto positivo é que o mogno é uma madeira muito apreciada nos mercados europeu, norte-americano e chinês. A sua versatilidade e durabilidade, como já citamos anteriormente, fazem com que essa matéria-prima seja muito procurada nesses locais para atender às indústrias de mobiliário, decoração, automotiva, aeronáutica, farmacêutica e naval.

Além disso, de acordo com uma recente publicação da Embrapa, o mogno-africano tem se tornado uma das espécies preferidas pelos reflorestadores. O crescimento relativamente rápido da árvore possibilita a recuperação de áreas degradadas em menor tempo, favorecendo a recuperação da flora e fauna do local do plantio.

O reflorestamento é uma atividade sustentável e sua realização contribui para:

  • Melhorar o microclima da região na qual o plantio é feito.
  • Aumentar a retenção de água no solo.
  • Reduzir erosões.
  • Recompor a fauna da região.
  • Evitar que a madeira nativa seja derrubada e novas áreas sejam degradadas.

Com todos esses benefícios, o mogno-africano deixou de ser uma tendência e passou a assumir um papel de protagonista na silvicultura brasileira. 

Quer fazer parte desse futuro promissor? Entre em contato com o Viveiros Origem e solicite o seu orçamento!

 

Uma madeira nobre, versátil e que vem despertando o interesse dos produtores no Brasil. Assim podemos definir o mogno-africano, espécie que é conhecida e admirada no mundo todo e cuja produção tende a crescer nos próximos anos.

Tamanho sucesso na silvicultura rendeu ao mogno-africano papel de destaque em reportagem ao Globo Rural, um dos programas mais famosos no país sobre agricultura. Por isso, achamos interessante ressaltar alguns pontos da reportagem neste post. Confira!

Quanto os produtores investiram por hectare em mogno-africano?

Várias árvores de mogno-africano

Essa pergunta é uma das primeiras que as pessoas fazem quando querem iniciar o plantio em mogno-africano. Bom, o valor de investimento por hectare depende de vários fatores relacionados à realidade de cada fazenda/produtor, como:

  • distância dos fornecedores;
  • custos de mão de obra;
  • investimentos em correção do solo;
  • espaçamento escolhido durante o plantio;
  • necessidades de manejo na floresta;
  • quantidade de mudas plantadas por hectare;
  • entre outros.

Em entrevista ao Globo Rural, dois agricultores que foram precursores no plantio de mogno-africano no Brasil, relataram como foi o planejamento e o orçamento destinado para esse investimento.

Ricardo Tavares

O agricultor e empresário destinou 500 hectares do espaço da sua fazenda, em Pirapora (MG), para o plantio da espécie khaya grandifoliola

Ele separou o plantio de mogno em duas áreas: uma com espaçamento 6 m × 6 m e outra com espaçamento 10 m × 10 m. A área com espaçamento mais adensado (6 m x 6 m) foi a que teve maior rendimento. 

Segundo Tavares, em reportagem concedida ao Globo Rural, o custo total do projeto em uma estimativa de 20 anos foi em torno de R$70 mil por hectare. O empresário ainda estima que conseguirá um rendimento final de 400 m³ de tora por hectare.

Na fazenda de Tavares ainda há uma coleção com 17 outras espécies de árvores, entre elas: Cedro Australiano, Ipê, Jatobá e Teca. Ele afirma na reportagem que é claramente visível como o mogno-africano se desenvolveu mais do que as outras espécies de madeira plantadas.

Paulo Sabonge

Na fazenda em Paracatu (MG), também é possível encontrar uma floresta de mogno-africano em crescimento. O plantio da espécie foi feito com um espaçamento ainda mais adensado (6 m × 4 m) e já foi realizado o primeiro desbaste das árvores. 

Em reportagem ao Globo Rural, Paulo Sabonge, afirmou que foram investidos R$6,5 mil por hectare para o plantio (sem sistema de irrigação) e que o plano é realizar o plantio de 25 hectares ao ano.

Você pode conferir a matéria completa sobre mogno-africano realizada pelo Globo Rural aqui.

Como dissemos acima, o valor do investimento depende de vários fatores, mas verificamos que no primeiro ano (implantação da floresta), os custos têm girado entre R$6 e R$18 mil. Fora estes custos, existirão custos de irrigação, manejo da floresta, corte (desbastes e corte final) e do possível beneficiamento da madeira.

É possível ter uma noção dos valores do investimento no mogno usando a nossa calculadora. 

Qual o retorno que os produtores podem ter investindo em mogno-africano?

É importante mencionar que todas as estimativas de retorno em mogno-africano ainda se tratam de projeções, visto que não existem no Brasil ciclos comerciais fechados com volumes históricos relevantes. Além disso, os valores comerciais disponíveis no mercado internacional são provenientes de florestas naturais.

Ainda assim, o investimento em mogno-africano é promissor. Um estudo realizado pela International Tropical Timber Organization (ITTO), comprova que o valor do metro cúbico de madeira serrada vem crescendo nos últimos anos, como mostra o gráfico* a seguir: 

*O gráfico foi construído utilizando os valores de exportação de madeira serrada de K. ivorensis proveniente de florestas nativas da República do Gana, disponibilizados pela ITTO nos relatórios de mercado de madeira tropical (primeira quinzena mensal), numa série histórica de cinco anos, desde abril de 2013 a abril de 2018. Fonte: Livro “Mogno-africano (khaya spp.): atualidades e perspectivas do cultivo no Brasil”, publicado em 2019.

O mesmo estudo ainda revela que, uma vez bem planejado e com a realização das manutenções necessárias, o plantio de floresta de mogno-africano pode render altos valores, atingindo taxas internas de retorno de 14% a 20%, se mostrando superior à maioria das taxas de renda fixa disponíveis no mercado. 

Já uma pesquisa feita pela Embrapa, estima que cada hectare (10 mil metros quadrados) plantado no território nacional atualmente pode obter 160 m³ de madeira serrada, a um valor de mercado de R$2.300 mil por m³. Portanto, ao final do ciclo, a expectativa de receita bruta através da madeira serrada de um projeto de 1 hectare poderá chegar em aproximadamente R$370 mil.

Trabalhadores cuidam das mudas de mogno-africano em estufa

Contudo, antes mesmo de atingir o seu ciclo final, que acontece entre 18 e 20 anos, pode ser necessário realizar alguns desbastes no mogno-africano, cuja quantidade e manejo deverão ser definidos conforme desenvolvimento da floresta (aferido por meio de inventários). Se a floresta tiver bom desenvolvimento, a madeira retirada no desbaste poderá ser absorvida pelo mercado como “mogno jovem”, gerando algum rendimento ao produtor.

Além da comercialização para o exterior, há outras possibilidades de rentabilidade com a floresta de mogno-africano, como a venda de madeira “em pé” ou a venda dos créditos do plantio para fazendas com déficit em área de reserva.

Agora que você já sabe o que é preciso para começar a investir em mogno-africano, que tal saber mais sobre o plantio dessa espécie? Nesse post falamos sobre as condições ideais para implantar uma floresta de mogno-africano de sucesso!

Já ouviu aquele ditado “O olho do dono é que engorda o gado”? Então, ele faz todo sentido quando falamos do desenvolvimento saudável de uma floresta de mogno-africano. 

Quando o plantio da espécie já está estabelecido, temos que monitorá-lo para ver se as decisões tomadas durante o planejamento foram adequadas, bem como identificar o que é necessário corrigir para obter melhores resultados.

Uma das formas mais efetivas de se fazer o monitoramento do desenvolvimento da floresta é por meio de inventários anuais. Com os dados levantados, o produtor pode quantificar e qualificar sua floresta, além de projetar qual será o seu resultado.

Como cada povoamento tem suas próprias características, não existe uma fórmula única para fazer os desbastes e intervenções para manter sua floresta saudável. Cada produtor terá que encontrar as medidas que mais se adequam ao seu negócio. 

Contudo, existem alguns aspectos chaves para os quais todos os silvicultores de mogno-africano devem ficar atentos, caso queiram obter sucesso no investimento. Confira!

DAP

O Diâmetro à Altura do Peito (DAP) é uma das variáveis mais importantes medidas em um inventário florestal. Ele afere um dos parâmetros que irão indicar se a sua floresta está ganhando volume, ou seja, se não está estagnada. 

Existem vários instrumentos para se medir o DAP de uma árvore, mas o instrumento mais prático e acessível para se medir o DAP é a fita métrica. Mede-se, na verdade, o CAP – Circunferência à Altura do Peito. 

Depois, é feito um cálculo convertendo esse valor para diâmetro. A fórmula utilizada para se achar o DAP de uma árvore é a seguinte:

Ou seja, medida a circunferência à altura do peito, divide-se este valor por = 3,141592para se encontrar o diâmetro da árvore analisada. Veja na imagem abaixo a sinalização do CAP e do DAP:

Fonte: KLOCK (2008) – adaptado. KLOCK, U. ENGENHARIA INDUSTRIAL DA MADEIRA-AT062: medição de madeira. Curitiba: UFPFR, 2008.

Segundo a Embrapa, por questões de ergonomia e praticidade, a medição do diâmetro da árvore é padronizada em uma altura de 1,30 m do nível do solo, como mostra a imagem a seguir:

Fonte: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO

Se a floresta não estiver ganhando volume, será preciso fazer intervenções, como desbastes para diminuir a competição entre as árvores ou a adubação complementar, por exemplo.

Altura 

Outra variável importante é a altura do fuste da árvore. Esse dado também é importante para determinar o volume de madeira da floresta.

A altura de fuste ou comercial, é medida desde a base da árvore até o ponto mais elevado próximo da copa. Com essa informação é possível ver o quanto de madeira a sua floresta terá para comercializar. 

Se a sua floresta gerar árvores com copas baixas, por exemplo, o fuste será pequeno e terá menor valor comercial.

Na imagem abaixo, você pode ver o exemplo de um inventário que mostra a evolução do DAP e a altura de fuste da floresta de mogno-africano da Fazenda Atlântica, em Pirapora (MG), com uma comparação entre mudas de origem seminal e clonal (feitas por estaquia): 

Formato dos troncos

O que se busca em um plantio comercial destinado à exploração da madeira é a obtenção de fustes retos e com qualidade, para se obter um bom aproveitamento nas serrarias. Portanto, não adianta ter volume se não tiver um bom padrão de madeira. Fustes tortuosos, bifurcados, com doenças e deformações podem comprometer todo o trabalho feito. Veja na imagem abaixo os diferentes formatos de troncos:

Fonte: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO

Enquanto não se tem para o mogno as cultivares (clones registrados) com uma maior uniformidade nos plantios, os fatores que podem influenciar no formato dos fustes da floresta são os seguintes: 

  • Espaçamento entre as árvores. Sugerimos de 400 a 550 árvores iniciais por hectare para atingir de 100 a 200 unidades no final do ciclo.
  • Desbastes periódicos para redução do número de indivíduos por hectare (reduzindo a competição entre as árvores e preservando os melhores indivíduos).
  • Controle da adubação e água. O excesso pode gerar um crescimento acelerado sem qualidade que pode deixar a planta sem estrutura e suscetível à tombamentos ou tortuosidade.
  • Análise da necessidade de barreiras físicas para quebrar o vento (com eucalipto, por exemplo).

Baixa incidência de pragas

A floresta precisa ser sempre monitorada para não ser acometida por pragas e doenças. É importante observar se estão surgindo formigas, abelhas ou outros insetos na área do plantio, bem como, verificar a coloração das folhas e dos troncos, para ter certeza que não há a presença de fungos ou outros patógenos. 

É extremamente relevante, durante esse monitoramento, documentar a quantidade de árvores que foram atacadas por pragas ou doenças e registrar essa porcentagem no inventário. São essas informações que permitirão traçar medidas corretivas e/ou preventivas para minimizar os impactos na floresta. 

Vale ainda observar a necessidade frequente de  combater a mato-competição. Já existem estudos científicos comprovando o impacto negativo do mato no desenvolvimento do mogno.

Como fazer o monitoramento da floresta?

O ideal é contratar um técnico capacitado, que possa visitar a área periodicamente para elaborar inventários e avaliar as condições gerais da floresta. Estas visitas têm como objetivo identificar os pontos a serem melhorados e, assim, propor as intervenções necessárias para manter o plantio em desenvolvimento com o máximo de qualidade.

Caso o produtor não consiga investir em um técnico no momento, a ação mais recomendada é ele mesmo coletar esses dados, por meio de visitas frequentes ao plantio, para fazer registros fotográficos e levantamento de dados e informações que poderão ser analisadas e discutidas posteriormente com um profissional. 

Nós, do Viveiro Origem, podemos ajudar nossos clientes a identificar a necessidade de possíveis intervenções na floresta com base nos dados coletados.

Vale ressaltar que este suporte é uma espécie de dupla checagem que dará ainda mais segurança aos nossos clientes. Nada substitui um inventário completo e uma análise técnica executada por profissionais capacitados para a função. 

Quer saber mais sobre como o Viveiro Origem pode potencializar o seu investimento em mogno-africano? Entre em contato conosco!

Por ser um investimento com potencial de alto rendimento e uma espécie de fácil adaptação em grande parte do solo nacional, o interesse em plantar mogno-africano tem crescido no mercado brasileiro. No entanto, para ter rentabilidade, é preciso planejar o plantio e entender detalhadamente os passos necessários para iniciar o negócio. 

Se você tem interesse em investir em mogno-africano, este post trará o passo a passo para você iniciar esse projeto. Confira!

Como iniciar o planejamento para investir em uma floresta de mogno-africano?

Antes de investir no plantio de madeiras para fins comerciais, é importante estudar os objetivos e etapas necessárias para a implantação da floresta, para que seu plantio, seja ele grande ou pequeno, atinja seus objetivos. Os principais aspectos a serem incluídos no projeto são:

1. Efetuar uma análise de solo 

A análise do solo é essencial para conhecer as características e necessidades de eventuais ajustes na área de plantio, propiciando um melhor estabelecimento da floresta. Então, coletar amostra do solo e enviar para um laboratório fazer a análise é o primeiro passo no planejamento do plantio.

Com o resultado da análise em mãos, é possível direcionar as melhores práticas de preparo do solo e verificar quais tipos de correção são necessárias para aumentar a produtividade do plantio. 

A correção do solo pode ser feita com a aplicação de macro e micronutrientes que ajudarão, posteriormente, na etapa de nutrição da planta. Por exemplo, se a análise identificar que o solo é muito ácido, correções prévias deverão ser efetuadas para que o solo esteja preparado para receber o plantio.

É importante ressaltar que existem vários métodos de correção para melhorar a qualidade do solo e, assim, garantir a nutrição adequada da planta. O que pode ser bom para sua floresta, não necessariamente será bom para outro silvicultor. Portanto, a sua escolha de correção e, consequentemente, adubação, dependerá única e exclusivamente do relatório de análise de solo da sua área de plantio.

Ainda vale lembrar que, mesmo com a possibilidade de correções, existem solos que não são adequados para o plantio de mogno. Por exemplo, devem ser evitados solos com aflorações rochosas ou impedimentos físicos (lajes ou “toás”) e também áreas que sofram alagamentos com frequência. 

Então, fique atento a esses detalhes antes de iniciar o plantio. O Viveiro Origem, por exemplo, a partir da compra de 1000 mudas, faz a recomendação da correção do solo se o cliente apresentar a análise realizada. Essa assessoria ajuda muito para fazer um plantio mais produtivo.

2. Avaliar a topografia do terreno

Saber a topografia da área de plantio é fundamento para analisar como será feita a drenagem do solo e também os custos de implantação do projeto. Em áreas de topografia muito acidentada*, por exemplo, devem ser considerados parâmetros necessários para o uso de práticas conservacionistas dos solos.

É a partir dessa avaliação da topografia que também pode ser identificada uma necessidade de sondagem da área para se conhecer tanto o perfil do solo, quanto para se obter informações das condições de compactação, profundidade e drenagem do solo.

3. Verificar o índice pluviométrico histórico da região 

Saber a quantidade de chuva média e histórica da região é importante para avaliar a necessidade e a melhor forma de irrigação das mudas após o plantio. O índice pluviométrico ideal para bom desenvolvimento do mogno-africano da espécie Khaya grandifoliola é acima de 1200 mm por ano de forma bem distribuída durante os meses do ano. Abaixo deste parâmetro, é recomendável investir em uma forma de irrigação complementar. 

É indicado plantar a muda de mogno sempre nos períodos chuvosos do ano. Por isso, comece o planejamento antes desse período! Além disso, mesmo que a região mostre bons índices pluviométricos, deverá ser dedicado um cuidado especial às mudas nos primeiros anos de vida. Por isso, é recomendado, até o estabelecimento das mudas no campo (mínimo até os dois primeiros anos de plantio), a irrigação mecânica ou manual das mudas para garantir a complementação das chuvas, já que a falta de água neste período sensível da muda pode comprometer todo o investimento. 

No vídeo abaixo, o engenheiro agrônomo, João Emílio Duarte Matias, explica com mais detalhes a importância desse fator para o plantio do mogno:

4. Determinar o espaçamento a ser adotado 

Outro passo necessário antes de realizar o plantio do mogno é estabelecer o espaçamento entre as mudas. Só assim, será possível definir a quantidade de mudas e as necessidades de desbastes da floresta.

O espaçamento recomendado depende do local escolhido para o plantio (área plana ou em morros) e da existência de atividades consorciadas com o mogno (exemplos: café, melancia, pimenta, etc). Caso não seja feito consórcio com outras culturas, recomendamos o plantio de 400 a 550 mudas por hectare, ou seja, plantios menos adensados para se obter madeira de qualidade com o menor custo-benefício disponível no ciclo total da floresta. 

Com esta quantidade implantada por hectare, as mudas poderão se desenvolver com menos competição, com mais acesso à nutrientes, água e iluminação, além da menor necessidade de desbastes (que geram elevados custos e normalmente possuem pouco valor comercial). Você pode saber mais sobre o espaçamento ideal para o plantio de mogno neste vídeo!

5. Escolher o tipo de muda que será plantada

As mudas de mogno-africano podem ser clonais ou seminais, ou seja, elas podem ser produzidas de formas distintas. As mudas clonais são cópias idênticas da planta de onde se retirou o material vegetativo para sua produção, enquanto as mudas seminais são provenientes das sementes coletadas.

Independentemente do tipo de muda selecionada, o produtor deve sempre prezar pela compra em um viveiro que invista em pesquisa e possua todos os registros perante o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento — MAPA. Isso garante não só a qualidade das mudas, mas também é parte importante para o sucesso do seu plantio.

6. Avaliar o manejo 

Por fim, mas não menos importante, é necessário planejar e avaliar como será feito o manejo da sua floresta de mogno. Essa etapa inclui:

  • Determinar ações de combate contínuo às pragas;
  • Estabelecer o momento de desbaste;
  • Fazer novas adubações.

Esses são todos os passos necessários para se planejar e começar o plantio de mogno-africano. Como em qualquer investimento, não existe uma fórmula mágica para o sucesso, mas sim caminhos mais eficientes para garantir um bom resultado.

Gostou das dicas mas ainda não sabe se vale a pena investir em mogno-africano? Então, confira o post sobre rentabilidade do mogno-africano comparado às outras espécies antes de tomar a sua decisão! 

 

Diversificar é essencial para aumentar o rendimento de seus investimentos. Essa é a regra número um para quem quer expandir o seu patrimônio e existem várias formas de alcançar esse objetivo. Uma delas é plantar mudas de mogno-africano. A proposta parece ousada, mas o resultado é promissor, o que atrai a atenção de investidores em todo o mundo.

Um dos principais motivos desse interesse em torno do mogno africano é a projeção da indústria madeireira para os próximos anos. Segundo estudo realizado pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), haverá uma redução de 64% da oferta de madeira até 2030, enquanto, no mesmo período, a previsão é de um aumento de quatro vezes na demanda por esse material, chegando a 21 milhões de m³ ao ano.

Fonte da imagem: Relatório Técnico “Florestas Nativas de Produção Brasileira”, publicado pelo Serviço Florestal Brasileiro e pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia em 2011.

Neste cenário, o investimento em madeira beneficiada é uma boa aposta para quem busca variar seus negócios.

Por que escolher mudas de mogno para diversificar seus investimentos?

A madeira sempre foi uma atividade muito rentável. A história do Brasil, inclusive, sempre foi pautada pela exportação desse material tão versátil e que está presente há anos no nosso cotidiano. 

De acordo com o SFB, atualmente no Brasil são extraídos 11 milhões de metros cúbicos de madeira tropical oriundos de florestas naturais. Ainda assim, esse montante não será suficiente para a crescente demanda do mercado, o que pode ocasionar o fenômeno “Apagão Florestal”, ou seja, a escassez de madeira comercializável. Afinal, produzir madeira leva tempo. 

Para conter esse fenômeno e manter o mercado aquecido, várias medidas estão sendo tomadas pelo setor industrial madeireiro. Uma delas é a silvicultura, uma ciência que permite o aproveitamento, exploração e manutenção racional das florestas. Isso significa que se pode criar uma floresta ou determinadas espécies de plantas, com o interesse ecológico, científico, econômico e social. É nessa ciência que você deve aplicar o seu dinheiro por meio de florestas plantadas.

De acordo com o SFB, em 2016, os produtos madeireiros provenientes de florestas plantadas foi de R$13,7 bilhões. Além da projeção econômica ser positiva, é preciso entender também os motivos que fazem do mogno, especialmente o africano, ser um bom investimento.

Quem já comercializa madeira, ou tem curiosidade sobre o assunto, sabe que o mogno brasileiro (Swietenia macrophylla) é uma madeira muito nobre e extremamente valorizada no mercado internacional. Entretanto, devido à sua exploração ao longo dos anos, a espécie entrou em extinção e seu corte foi proibido.

Nesse cenário, o mogno africano surgiu como um bom substituto para o mogno brasileiro, pois apresenta características físicas e mecânicas, além de aparência e trabalhabilidade, semelhantes à madeira nacional. Tais características aumentam a sua valorização no exterior.

O rápido crescimento, a baixa incidência à pragas e a facilidade de realizar o plantio sem a necessidade de autorização, são outros fatores que fazem o mogno africano a aposta da vez em silvicultura. 

Outro ponto importante a considerar é que o mogno africano ainda é algo relativamente recente no território nacional, sendo que as maiores plantações comerciais desta espécie estão atualmente com idade entre 5 e 10 anos. 

Mesmo que o segmento ainda não esteja saturado, vale ressaltar que os cultivos das duas principais espécies de mogno africano têm crescido significativamente no Brasil. O dado mais recente divulgado pela Embrapa*, revela que a estimativa de área plantada de mogno africano no território brasileiro já ultrapassou mais de 37 mil hectares, tornando o país um dos maiores plantadores desse gênero.

Quais as diferenças entre as silviculturas de mogno e de outras culturas?

Entender as diferenças entre as culturas de mogno e outras espécies é essencial para saber onde investir o seu capital. Afinal, existem diversas madeiras que também trazem retornos positivos. Abaixo, explicamos um pouco sobre cada espécie.

Silvicultura de mogno africano (Khaya grandifoliola)

O que faz o mogno africano da espécie Khaya grandifoliola atraente para investimentos é a sua fácil adaptação ao solo, podendo ser plantado em grande parte do Brasil.

Além disso, por ser uma madeira clara, ela se torna muito versátil para atender desde a indústria de construção naval até a de instrumentos musicais. A sua característica de galho retilíneo e derrama natural também facilita o manejo.

Silvicultura de mogno africano (Khaya senegalensis)

Outra espécie de mogno que é muito plantada no Brasil é a Khaya senegalensis. Também possui uma madeira clara e é de fácil adaptação no solo de qualquer parte do Brasil. Ao contrário do mogno Khaya grandifoliola, esta espécie possui muitos galhos laterais, o que torna o manejo mais difícil, exigindo desramas periódicas.

Silvicultura de Eucalipto

Famoso para uso na indústria energética (produção de carvão vegetal), para madeira (construção civil, revestimentos leves, mourões de cerca, etc) e para obtenção de celulose, o eucalipto é uma espécie considerada de ciclo curto. O seu manejo também é facilitado, pois possui galhos retilíneos e desrama natural. Além disso, pode ser plantado em quase todas as áreas do Brasil.

Embora seja uma madeira versátil, o rendimento do Eucalipto é baixo em comparação às espécies de madeiras conhecidas como madeiras nobres. 

Silvicultura de Teca

A Teca é outra madeira muito usada por produtores que buscam investir em florestas plantadas. Sua madeira é leve e pode ser utilizada desde a fabricação de móveis de luxo até a construção naval.

No entanto, o manejo da Teca é mais complexo, pois a teca é uma espécie que exige cuidados constantes, tornando o custo de manutenção mais elevado do que em uma floresta de mogno-africano, por exemplo. Além disso, a espécie não suporta solos muito ácidos, limitando as áreas de plantio no Brasil e aumentando os gastos com adubação e correção de solo.

Qual a rentabilidade do investimento em mogno-africano?

Entre as espécies mais comuns de silvicultura no Brasil, o mogno-africano se destaca por sua excelente projeção de rentabilidade. Segundo o relatório divulgado pela ITTO (International Tropical Timber Organization) em 2015, o mercado de mogno-africano já movimentava R$ 500 milhões por ano no Brasil neste período. Isso apenas reforça o quanto o investimento é promissor.

A viabilidade e rentabilidade desse investimento também possui altos valores de taxa interna de retorno, entre 14% e 20% para a madeira beneficiada, sendo superiores à maioria das opções de renda fixa disponíveis no mercado. 

Caso opte por comercializar a madeira beneficiada, com um hectare de plantio é possível atingir a rentabilidade de aproximadamente R$ 300 mil livre de impostos. O custo de implantação varia de acordo com as condições de solo, relevo, clima, proximidade dos fornecedores e mercados consumidores.

Se o comércio não é um interesse do produtor, uma alternativa é vender o direito da exploração futura da floresta  ou vender a madeira “em pé”. Dessa forma, não seria necessário fazer investimentos com corte e beneficiamento da madeira. Contudo, o lucro, nestas hipóteses, será menor que aquele que poderia ser obtido com a madeira serrada e/ou beneficiada.

Outra maneira de se obter renda antecipada com a plantação de mogno é por meio da venda dos créditos do plantio para fazendas que têm déficit em área de reserva. Esta legislação e exigências podem variar de Estado para Estado e é importante verificar a precificação destes “créditos” no mercado, mas pode ser uma boa alternativa para antecipação de receitas 

Com essas oportunidades de ganho, se a sua fazenda tem uma área ociosa, esse é o momento para começar a plantar mudas dessa espécie. Quer saber mais sobre técnicas de cultivo do mogno-africano e como começar esse investimento na prática? Então, leia como planejar o cultivo de mudas de mogno!

* Todos os dados da Embrapa citados neste texto foram retirados do livro “Mogno-africano (khaya spp.): atualidades e perspectivas do cultivo no Brasil”, publicado em 2019.

Segundo a Food Agricultural Organization (FAO), uma das agências da Organização das Nações Unidas (ONU), a demanda global por madeira em tora aumentou 37% no período de 1990 a 2017. Há espaço para a plantação de madeiras nobres. Mas você já se perguntou que tipos de demandas são essas?

Existem vários usos para as cascas, folhas, frutos, sementes e madeira do mogno africano. Estudos comprovam que o extrato da casca da árvore do mogno, por exemplo, tem propriedades medicinais, podendo ser utilizado até mesmo no tratamento da malária. Como o uso dessas outras partes da árvore ainda é pouco explorado no Brasil e a venda da madeira é o principal foco dos produtores, vamos falar mais sobre a demanda madeireira.

A madeira do mogno africano é historicamente valorizada pela sua beleza e características tecnológicas. Ela tem um tom marrom rosado escuro e é fácil de ser trabalhada, o que a torna ideal para a carpintaria. Por isso, em geral, a madeira do mogno costuma ser utilizada para a confecção de móveis, de instrumentos musicais, construção naval e de interiores. 

As características de densidade e tonalidade da madeira de mogno africano podem variar, influenciando na utilização de cada uma. Confira, a seguir, as finalidades mais comuns para a madeira do mogno de espécies diferentes.

Usos mais comuns das espécies de mogno africano:

  • Khaya anthotheca: esta espécie é conhecida como mogno-branco. Sua madeira é empregada popularmente na fabricação de móveis, pisos, painéis, lâminas e construção de barcos e canoas.
  • Khaya grandifoliola: conhecida como mogno-da-folha-grande, é adequada para carpintaria, marcenaria, móveis e laminação decorativa, mas também para construção leve, incluindo pisos e acabamentos, ou instrumentos musicais, brinquedos, artesanatos, entalhes, utensílios domésticos etc.
  • Khaya ivorensis: popularmente chamada de mogno-vermelho, também é utilizada na movelaria e em pequenos objetos, mas seus usos mais comuns são para estruturas de janelas, painéis, escadas e portas. Pode ser usada tanto em construções leves quanto pesadas.
  • Khaya senegalensis: tem usos semelhantes aos citados para a Khaya ivorensis e é indicado para produção de assoalho e construção leve. Também pode servir para carpintaria, marcenaria, móveis, construção naval e lâminas decorativas. É adequada para construção, pavimentação, acabamento interno, carrocerias de veículos, brinquedos, fabricação de dormentes, peças torneadas e madeira para celulose.

Fonte: REIS, C. F.; DE OLIVEIRA, Edilson Batista; SANTOS, Alisson Moura. Mogno-africano (Khaya spp.): atualidades e perspectivas do cultivo no Brasil. Embrapa Florestas-Livro científico (ALICE), 2019

>> Por que o mogno-africano já pode ser considerado a madeira do futuro? Contamos os motivos neste outro post!

Perspectivas de mercado para o mogno jovem

No Brasil, o plantio de mogno ainda é considerado recente e as espécies mais plantadas são a Khaya grandifoliola e a senegalensis. Pelo fato de ainda termos poucos plantios antigos, é difícil encontrar árvores antigas com troncos muito largos e a maioria destas árvores estão no norte do Brasil.

Vale ressaltar que uma largura menor da árvore no momento do primeiro corte para venda, chamado de desbaste (ou mogno jovem), não reduz as possibilidades de uso. Esse primeiro corte consiste na remoção de algumas árvores da floresta para garantir espaço para o aumento da produção de madeira das remanescentes.

São várias as perspectivas mercadológicas para o mogno jovem, obtido nesse desbaste. A Associação Brasileira de Produtores de Mogno Africano (ABPMA) faz, inclusive, trabalhos com designers brasileiros de móveis que utilizam a madeira nas suas peças. Essa parceria já rendeu móveis premiados. Foram utilizadas, também, as raízes do mogno, para confeccionar peças únicas de grande valor para o mercado moveleiro.

Outros destinos para o mogno jovem vêm sendo testados e divulgados por meio de participação em feiras/mostras nacionais e internacionais, como forma de mostrar ao grande mercado consumidor as propriedades desta nobre madeira que o Brasil tende a ser grande produtor. Veja os exemplos nas imagens, fornecidas pela ABPMA (Fonte: REIS, C. F.; DE OLIVEIRA, Edilson Batista; SANTOS, Alisson Moura. Mogno-africano (Khaya spp.): atualidades e perspectivas do cultivo no Brasil. Embrapa Florestas-Livro científico (ALICE), 2019):

Guitarra e contrabaixo de madeira de mogno africano feitos pelo luthier Sânzio Brandão

Guitarra e contrabaixo feitos pelo luthier Sânzio Brandão

 

Escrivaninha laminada com mogno africano dos designers Juliana Vasconcelos e Matheus Barreto

Escrivaninha laminada com mogno africano dos designers Juliana Vasconcelos e Matheus Barreto

Poltrona de madeira retorcida feita a partir das raízes do mogno africano pelo designer Hugo França

Poltrona feita a partir das raízes do mogno pelo designer Hugo França

 

Móveis feitos a partir do mogno africano, dos designers Paulo Alves (aparador) e Maurício Azeredo (banco).

Móveis feitos a partir do mogno africano, dos designers Paulo Alves (aparador) e Maurício Azeredo (banco).

No Brasil, em 2018, foi estimada uma área plantada de cerca de 37 mil hectares de mogno africano. A expectativa é de que essa área aumente. Afinal, o mogno se adapta muito bem a países tropicais e a demanda por madeira de qualidade cresce a cada ano.

O que o grande mercado consumidor interno e externo de madeiras nobres procura é por volume e continuidade no fornecimento de madeira, o que, em breve, os produtores de mogno africano no Brasil poderão oferecer, com os desbastes e com os cortes finais das florestas de mogno já plantadas e em implantação pelo país.

Investir em madeira nobre é, sem dúvida, um ótimo investimento, pois, além de valorizar de imediato a propriedade na qual o plantio é feito, promete um retorno financeiro elevado quando comparado às aplicações financeiras convencionais (conservadoras ou moderadas), mesmo considerando as projeções mais conservadoras feitas para o mogno.

Quanto vale uma árvore de mogno africano?

O valor final da madeira dependerá de vários fatores, como, por exemplo, formato da venda (madeira em pé, madeira em tora, madeira serrada e seca ao ar livre ou em estufa, produto final beneficiado). Obviamente, cada etapa do processo implica em custos, mas tende a agregar valor ao produto final oferecido ao mercado.

Quando se pensa em investir em madeira nobre, muitos questionam o fato de o prazo parecer longo, visto que o corte final acontecerá após os 16 anos do plantio. Avaliamos este retorno de forma diferente, visto que a floresta plantada em uma propriedade rural agrega valor ao imóvel e cria novas possibilidades de mercado talvez não imaginadas em um primeiro momento. Como exemplos, podemos citar:

  • venda antecipada da madeira para investidores;
  • projetos de crédito de carbono ou de compensação florestal;
  • valorização da fazenda imediatamente após o plantio.

Além disto, o plantio de florestas tem um papel importante na pauta de desenvolvimento sustentável da economia, pois evita o comércio ilegal de madeiras nativas e pode ser usado para recompor áreas degradadas.

Iniciar um plantio de mogno africano não precisa ser difícil. Não é necessário ter uma licença e você encontra mudas clonais e seminais de qualidade aqui, no Viveiro Origem. 

Quer saber quanto você pode ganhar, aproximadamente, com o seu investimento? Use nossa calculadora on-line!

A polêmica em torno da identificação da espécie de mogno africano cultivada nos plantios brasileiros foi encerrada depois de muitos anos de divergências e suspeitas levantadas por profissionais do ramo no Brasil.

As árvores pioneiras, plantadas no jardim da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no Pará, que sempre foram consideradas da espécie Khaya ivorensis, são, na verdade, da espécie Khaya grandifoliola. Quem atestou foi o maior especialista no gênero Khaya do mundo, atualmente: o doutor e pesquisador congolês Ulrich Gaël.

> Clique aqui e confira os laudos originais emitidos pelo dr. Gaël

O botânico esteve no Brasil em julho de 2019, a convite da Associação Brasileira de Produtores de Mogno Africano (ABPMA), para determinar, incontestavelmente, qual a espécie de mogno das quatro árvores mais antigas do país. As sementes que originaram os plantios brasileiros são, em grande parte, provenientes dessas árvores.

Se você quer investir no plantio de mogno, pode ser útil entender mais sobre a história e a genética desse tipo de árvore. Neste artigo, vamos traçar uma linha do tempo para explicar sobre a vinda do mogno africano para o Brasil e o desafio de definir a classificação taxonômica dessas plantas.

1975: A chegada das primeiras sementes de mogno no Brasil

Em outubro de 1975, um representante do Ministério de Água e Florestas da Costa do Marfim presenteou um engenheiro agrônomo brasileiro com oito sementes de mogno africano. Ele disse ao engenheiro Italo Claudio Falesi:

“Plante, que será o ouro do futuro”.

No entanto, ele não informou a espécie das sementes. Elas foram plantadas na sede da Embrapa Amazônia Ambiental, em Belém, no Pará, e serviram como ponto de partida para a propagação de grande parte das mudas seminais e clonais de mogno existentes, atualmente, no país. Hoje, o professor Falesi é um dos grandes parceiros do Viveiro Origem no desenvolvimento das mudas clonais superiores.

1992: Equipe técnica da Embrapa classifica árvores como Khaya ivorensis

A primeira tentativa de identificar a espécie das árvores de mogno foi feita por técnicos da própria Embrapa, em 1992, que concluíram, a princípio, que seriam exemplares da Khaya ivorensis.

2013: Engenheiros agrônomos e florestais notam divergências entre árvores que seriam da mesma espécie

Ao longo do ano de 2013, profissionais da área analisaram árvores de mogno consideradas da espécie Khaya ivorensis, mas que tinham aparências diferentes das árvores cultivadas a partir de sementes originárias dos quatro mognos mais antigos da Embrapa.

Assim, surgiu a dúvida: quais são, afinal, da espécie Khaya ivorensis e qual a espécie destas outras árvores que têm aparências distintas? Para solucionar as questões, amostras foram coletadas e enviadas a um laboratório especializado na Inglaterra.

2015: O resultado do laboratório chega ao Brasil

Em 2015, vem a confirmação de que as árvores com aparência distinta, plantadas na Reserva da Vale, em Linhares (ES), eram mesmo da espécie Khaya ivorensis, o que significava que os quatro primeiros mognos da Embrapa não poderiam ter essa classificação. Era provável que eles fossem da espécie Khaya grandifoliola, mas ainda havia dúvidas.

Diantes da questão, a Embrapa então se posiciona afirmando que providenciaria uma análise completa dos seus quatro mognos. Mas a empresa não deu nenhum tipo de prazo para chegar a uma conclusão. Por isso, a ABPMA resolve tomar a iniciativa de solicitar também um estudo genético sobre a espécie.

Março de 2019: Sequenciamento genético das sementes aponta para Khaya grandifoliola

Na conclusão do estudo genético, feito pelo professor Evandro Novaes, todas as evidências apontavam para a classificação como Khaya grandifoliola. Porém, o próprio professor sugere à ABPMA que seja convidado um botânico especialista para validar o resultado.

O dr. Terry Pennington, botânico inglês que fez o teste das amostras em laboratório, indicou o dr. Ulrich Gaël para solucionar de vez a questão. Um grupo técnico formado por associados da ABPMA optou por aceitar a sugestão. A ABPMA arcaria com todos os custos da vinda do pesquisador ao Brasil e a Embrapa se ofereceu para dar apoio interno e estrutural à visita.

Ulrich Gaël é o autor da tese de doutorado que propõe revisar as espécies do gênero Khaya no mundo depois da descoberta de novas variações. Ele pesquisa sistemática botânica e diferenciação genética de plantas do gênero Khaya há cerca de dez anos.

> VÍDEO: Clique e veja Dr. Gaël agradecendo o convite para vir ao Brasil

Dr. Ulrich Gael com um dos mognos africanos pioneiros do Brasil na Embrapa

Dr. Ulrich Gael com um dos mognos africanos pioneiros do Brasil na Embrapa

Julho de 2019: O dr. Gaël examina os quatro mognos da Embrapa em sua visita

A visita do especialista congolês ao Brasil foi organizada e acompanhada por um grupo de integrantes da ABPMA, incluindo uma das sócias do Viveiro Origem, Luciana Maluf. Dr. Gaël trouxe a confirmação de que os quatro mognos são da espécie Khaya grandifoliola, o que implica na reclassificação de todas as árvores e mudas obtidas a partir das suas sementes.

Além de resolver a grande dúvida dos produtores de mogno africano no Brasil, o dr. Gaël também aproveitou a visita ao país para oferecer palestras e treinamentos sobre as descobertas de seus estudos e ensinar as principais diferenças entre as Khayas.

> VÍDEO: Clique aqui e entenda as principais diferenças entre as espécies de mogno africano

Dr. Ulrich Gael com respresentantes da Embrapa e da ABPMA quando ele atestou que as árvores pioneiras, plantadas no jardim da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no Pará, que sempre foram consideradas da espécie Khaya ivorensis, são, na verdade, da espécie Khaya grandifoliola

Dr. Ulrich Gael com respresentantes da Embrapa e da ABPMA

Quais as consequências da reclassificação?

A definição da espécie de mogno cultivada na maioria dos plantios no Brasil trouxe mais transparência ao mercado do país, que passou a ser reconhecido o maior produtor de mogno da espécie Khaya grandifoliola do mundo. Foi também fortalecida a certeza de que a Khaya grandifoliola gerará um produto madeireiro de ótima procedência e qualidade.

> Clique aqui para saber mais sobre a história do mogno no Brasil!

A cadeia do mogno no Brasil também está tendo que se readequar em alguns pontos da produção das mudas. Antes de novas vendas de sementes, por exemplo, os extratores precisam identificar a espécie correta das árvores localizadas na área de coleta.

Isso implica na necessidade de informar os compradores anteriores sobre a reclassificação das sementes adquiridas. Para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento não é necessário retificar termos e notas fiscais emitidos no passado porque eles estavam em conformidade com a classificação aceita pelo mercado na época.

Um cuidado especial que extratores de sementes precisam ter é com as áreas de coleta que possam ter mais de uma espécie de mogno misturadas, já que nem todas as árvores brasileiras descendem dos quatro mognos pioneiros. Alguns produtores importaram sementes de diversos países da África. É importante identificar essas espécies para que as sementes possam ser vendidas separadamente.

No caso da produção das mudas clonais, é importante que cada viveiro faça a identificação e classificação adequada das suas matrizes. Todas essas medidas visam ajustar a cadeia de produção à classificação correta das Khayas comercializadas. Isso pode, no futuro, impactar o valor de comercialização da madeira, uma vez que a precificação pode variar de acordo com a espécie. As diferenças entre as características destas madeiras ainda será objeto de muitos testes, estudos e pesquisas.

Atualmente, conforme relatório da Organização Internacional de Madeiras Tropicais (ITTO), somente a Khaya ivorensis tem uma cotação individualizada. As demais (senegalensis, anthotheca e grandifoliola) são classificadas e precificadas apenas como Khaya.

A origem deste tratamento diferenciado para a ivorensis está muito mais relacionada à sua raridade e fama do que especificamente à qualidade da madeira. Na África, por mais incrível que possa parecer, o mogno africano está praticamente extinto, sendo raro encontrar espécimes na natureza.